Possível falência de gigante da China pode causar impactos em empresas de commodities brasileiras e outras ao redor do mundo. O impacto é tanto, que até mesmo a Vale reduziu sua produção anual em 370 mil toneladas
Os novos indícios de falência da incorporadora da China Evergrande, colocam em risco o mercado brasileiro, principalmente as empresas de commodities. A empresa da China observou sua ações caírem para 3,42% nesta sexta-feira (17) depois de terem caído mais de 6% na quinta-feira (16). A possível falência veio acompanhada pela queda das ações de outras incorporadoras e influenciou o preço do minério de ferro, bastante consumido pelas empresas de construção civil.
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Dívidas da empresa da China chegam à US$ 300 bilhões
O mercado imobiliário é um dos principais impulsionadores da economia da China. A Evergrande é a segunda maior empresa e está acumulando dívidas de pelo menos US$ 300 bilhões.
Os problemas de liquidez da empresa que pode vir a falência, escondem o medo de uma desaceleração mais profunda do setor na China e de que o ritmo de crescimento esteja perdendo suas forças, impactando nas principais empresas de commodities espalhadas pelo mundo.
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De acordo com o diretor de Estratégia da Belo Investment Research, Rafael Foscarini, o preço do minério de ferro está mais voltado à questão política na China e que se a empresa Evergrande não conseguir quitar sua dívida na próxima semana, o preço não só dessa, mas como de outras commodities subirão novamente.
Com provável falência preço do minério poderá cair
Para o chefe da mesa de derivativos da Genial, Roberto Motta, a situação vem se agravando e o principal impacto para as empresas de commodities brasileiras se dá pela queda no preço do minério.
A principal questão é que o setor imobiliário na China tem um peso essencial no PIB. Não é mais um problema isolado da Evergrande. Quanto mais tempo a China demorar para encontrar uma saída viável, maior será a deterioração em um dos setores chineses mais importantes. De acordo com Motta, uma possível falência da Evergrande poderia trazer um impacto, além das empresas de Commodities, no fluxo de recursos de investidores estrangeiros para os países emergentes.
Os novos indícios de dificuldades da empresa trouxeram, também, a dúvida da existência do risco de uma eventual quebra provocar o mesmo impacto do colapso do Lehman Brothers, de 2008. Grande parte dos analistas descartam o risco, pois acreditam que o governo do país asiático intervenha.
Vale diminui sua produção
Foscarini afirma que a Vale, uma das maiores mineradoras do mundo, reduziu sua produção anual para 370 mil toneladas, que antes era de 400 mil e também ajustará o preço da commodity.
As ações da mineradora caíram mais de 4% na última quinta-feira. Ainda segundo Foscarini, a Austrália possui empresas que produzem mais que as do Brasil, mas a Vale não deixa de ser um importante player do setor. Existem diversos fatores que elevam e diminuem o preço, logo é importante que o curto prazo e as perspectivas de médio e longo prazos sejam monitoradas.
Segundo o analista da Mirae Asset, Pedro Galdi, a queda do minério de ferro está mais ligada à parada de uma parte das siderúrgicas chinesas para que a poluição e especialmente pelo fato de que a economia mundial está mostrando sinais de fraqueza com o ressurgimento do coronavírus.