O objetivo é que o nanossatélite desenvolvido pela UNB permaneça em órbita para obter soluções específicas, além de experimentar a comunicação entre o satélite e o sistema central. A SpaceX, de Elon Musk, diz estar empolgada com a nova façanha
A SpaceX, de Elon Musk – também CEO da Tesla Motors – deu início no dia 1° de abril a uma nova e determinada missão: o lançamento do foguete Falcon-9 no começo da tarde do dia 1°, em Cabo Canaveral, na Flórida, Estados Unidos. Chamada de Trasporter-4, esta é a quarta missão da SpaceX, cujo principal objetivo é levar pequenos satélites ao espaço. Entre os satélites enviados, está um nanossatélite que foi desenvolvido por alunos de engenharia e professores da Universidade de Brasília (UNB).
Conheça o AlfaCrux, nanossatélite brasileiro enviado ao espaço pela SpaceX, de Elon Musk
Com o nome de AlfaCrux, o projeto desenvolvido pela UNB servirá para testar e demonstrar na órbita do planeta Terra diversos experimentos de comunicação por meio de satélite.
De acordo com Fernanda Lins, diretora substituta da Diretoria de Gestão de Portfólio da Agência Espacial Brasileira (AEB), o CubeSat de 1U, com dimensões de 10cm x 10cm x 10cm, poderá trazer novas soluções de conexões nas faixas de frequências de rádio amador.
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A diretora substituta relatou que é importante a solução para a realidade de nosso país, já que é um território de grande extensão, além de possuir áreas bastante remotas, sem infraestrutura satisfatória. Além disso, essa será uma solução de baixo custo, tanto em questão de desenvolvimento quanto em questão de lançamento e também de operação.
Próximos passos
Todos os dados que forem coletados ficarão disponíveis na internet e poderão ser utilizados para fins de outras pesquisas que envolvam a comunicação de radioamadores e comunidade, além de possivelmente auxiliar o Laboratório de Simulação e Controle de Sistemas Aeroespaciais da UNB no monitoramento do CubeSat.
Para Fernanda Lins, além dos resultados científicos – muito aguardados, inclusive – a parceria entre a UNB e a empresa espacial de Elon Musk é uma excelente oportunidade para capacitar os estudantes em todo o processo de desenvolvimento de uma missão espacial.
Mas afinal, o que são nanossatélites?
Os nanossatélites, também conhecidos como “nanosats”, são satélites artificiais com massa entre 1 e 10 kg. Os satélites maiores, que praticamente todo mundo conhece, são chamados de microssatélites. Já os satélites menores são chamados de picossatélites. Entretanto, o termo “nanosatélite” é recente, introduzido pela NASA em meados de 2004, e por isso o termo ainda está em processo de adoção.
Vale ressaltar que o nanossatélite não possui relação alguma com a nanotecnologia, que é referente à engenharia que precisa de materiais em escalas atômicas e moleculares. Os nanossatélites são bastante atraentes devido ao seu tamanho pequeno, tornando-os acessíveis, além de abrir o potencial para muitos outros satélites.
Os nanossatélites são versáteis a ponto de conseguirem “pegar carona” nos demais lançamentos maiores, o que evita a necessidade de um lançamento exclusivo. Já do ponto de vista militar, um nanossatélite pode ser útil por sua redundância, já que seu tamanho pequeno pode ajudar a evitar uma detecção. A NASA utilizou o termo “nanosatélite” pela primeira vez ao fazer uma referência aos seus satélites com Câmera Robótica Extraveicular Autônoma Miniatura (Mini AERCam), que eram do tamanho de uma bola de vôlei, pesando em torno de 5 kg.