Kenneth Rogoff, professor em Harvard, vê enfraquecimento da moeda americana e aponta expansão do euro, moedas asiáticas e criptos como alternativas, pressão sobre a moeda americana.
O ex-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kenneth Rogoff, afirmou que o dólar deve registrar uma queda mínima de 5% a 10% nos próximos anos, colocando em xeque a dominância que a moeda exerce há décadas. As declarações foram feitas durante o evento Itaú BBA, em São Paulo, e chamaram a atenção do mercado internacional.
Segundo o InfoMoney, Rogoff destacou que, embora os Estados Unidos estejam na dianteira da inteligência artificial, isso não será suficiente para manter a moeda valorizada.
Para ele, o dólar está hoje bem acima de seu real poder de compra, o que reforça a tendência de desvalorização.
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Política externa e efeitos no câmbio
Ainda de acordo com o InfoMoney, o economista atribuiu parte desse movimento às políticas adotadas pelo governo Donald Trump, que substituíram o soft power pela força econômica direta.
Na visão de Rogoff, a estratégia tem sido implementada de forma agressiva e acabou acelerando transformações que já vinham ocorrendo no sistema financeiro global.
Ele lembrou que o dólar foi colocado em um “pedestal” após a Segunda Guerra Mundial, mas que desde os anos 1970 perdeu espaço como moeda de reserva.
O avanço do euro, das moedas asiáticas e o crescimento das criptomoedas indicam um futuro mais multipolar, no qual os países não dependerão exclusivamente da moeda americana para conduzir negócios.
Criptomoedas e stablecoins em ascensão
Para Rogoff, um dos sinais mais claros desse novo cenário está no crescimento das criptomoedas e, principalmente, das stablecoins moedas digitais atreladas a ativos estáveis como o dólar.
Essas ferramentas já movimentariam mais de 20% da economia global, segundo estimativas citadas por ele, e podem substituir até mesmo os tradicionais cartões de débito e crédito.
O economista alerta, no entanto, que esse avanço traz riscos de fiscalização, já que a falta de auditoria efetiva pode abrir espaço para sonegação e fragilidades regulatórias.
Caminho para um sistema multipolar
Rogoff defende que países emergentes, como Brasil, Índia e China, aproveitem a oportunidade para fortalecer suas próprias plataformas digitais e reduzir a dependência do dólar.
A inteligência artificial, segundo ele, deve acelerar a diversificação das moedas no comércio internacional, dando mais relevância a diferentes polos econômicos.
Para especialistas, o alerta de Rogoff reforça uma mudança de longo prazo no sistema monetário mundial.
A questão central agora é se os Estados Unidos conseguirão adaptar sua estratégia econômica para preservar a influência do dólar ou se o mercado global caminhará de forma definitiva para um equilíbrio multipolar.
A previsão de Rogoff abre espaço para um intenso debate: o dólar continuará sendo o pilar da economia global ou dará lugar a uma rede de moedas e ativos digitais compartilhando protagonismo?
E você, acredita que a queda mínima de 5% a 10% no dólar vai realmente acontecer e mudar o equilíbrio mundial? Ou o mercado ainda depende demais da moeda americana? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem vive de perto os impactos dessa possível transformação.