1. Início
  2. / Economia
  3. / Estudo alerta que PL 1087/2025 pode elevar carga tributária brasileira sobre lucro a 40,6% e levar o Brasil ao topo global
Tempo de leitura 4 min de leitura Comentários 0 comentários

Estudo alerta que PL 1087/2025 pode elevar carga tributária brasileira sobre lucro a 40,6% e levar o Brasil ao topo global

Escrito por Geovane Souza
Publicado em 02/10/2025 às 20:05
Estudo alerta que PL 1087 2025 pode elevar carga tributária brasileira sobre lucro a 40,6% e levar o Brasil ao topo global
A Câmara dos Deputados aprovou, em 1º de outubro, o PL 1.087/2025, que zera o IRPF para salários de até R$ 5 mil.
Seja o primeiro a reagir!
Reagir ao artigo

Câmara aprova isenção do IR para até R$ 5 mil e cria novas cobranças sobre alta renda e dividendos. Entidades dizem que a conta pode recair nas empresas, elevando a carga sobre o lucro.

A Câmara dos Deputados aprovou, em 1º de outubro, o PL 1.087/2025, que zera o IRPF para salários de até R$ 5 mil e cria mecanismos de compensação focados na alta renda. O texto segue agora ao Senado.

O projeto também retoma a tributação de lucros e dividendos: haverá IRRF de 10% quando a distribuição a uma mesma pessoa física ultrapassar R$ 50 mil no mês, além de incidir sobre remessas ao exterior.

Empresários afirmam que, como consequência, a carga “sobre o lucro” medida na saída do resultado para o investidor subiria de patamar. O debate se intensificou após estudo encomendado pela Abrasca.

A equipe econômica sustenta que a mudança melhora a progressividade sem romper o equilíbrio fiscal. Apresentações oficiais destacam o foco na isenção até R$ 5 mil e na retenção de 10% sobre dividendos.

O que muda no PL 1.087/2025: isenção, IR mínimo e IRRF de 10% sobre dividendos

O texto aprovado concede desconto na fonte para zerar o IR de quem ganha até R$ 5 mil mensais e cria um imposto mínimo para rendas muito altas, com alíquota efetiva adicional de até 10%.

Em paralelo, o projeto tributa dividendos acima de R$ 50 mil por mês para a mesma pessoa física, à alíquota de 10%, sem deduções no momento da retenção. O valor retido pode ser abatido na declaração anual.

A mesma alíquota se aplica a lucros e dividendos remetidos ao exterior, ponto sensível para investidores estrangeiros.

A justificativa oficial é ampliar a progressividade do IRPF e corrigir distorções. Em nota técnica, o governo descreve os eixos da proposta e detalha os parâmetros de isenção e da nova retenção.

Estudo da Abrasca projeta carga “sobre o lucro” de 40,6% e até 48% para financeiras

Levantamento conduzido por PwC para a Abrasca estima que, ao somar IRPJ/CSLL no nível corporativo com o novo IRRF na distribuição de lucros, a alíquota efetiva média para empresas não financeiras no Lucro Real subiria para 30,77%. Isso equivaleria a 40,6% em alíquota nominal, “a maior carga do mundo sobre lucros empresariais”, diz o relatório.

Para instituições financeiras, a faixa projetada chegaria a até 47,98% na métrica de tributação integrada entre empresa e investidor, por conta da CSLL mais alta do setor.

Segundo a entidade, a elevação reduziria o retorno do investimento no país em comparação à média da OCDE, pressionando decisões de alocação de capital e o Investimento Estrangeiro Direto (IED).

A Abrasca vem publicando comunicados e eventos técnicos sobre dividendos e seus impactos, mantendo a crítica central ao desenho do PL.

Comparação internacional: onde o Brasil ficaria no ranking de tributação corporativa

A média global/OCDE para a alíquota estatutária de imposto corporativo gira em ~23% nas leituras mais recentes. Esse patamar é referenciado por estudos internacionais e pela literatura da própria OCDE.

Com a integração entre imposto na empresa e retenção na distribuição usada pela Abrasca, o Brasil ultrapassaria a casa de 40% na métrica “tributação total sobre o lucro distribuído”. É essa abordagem que embasa a afirmação de “maior carga do mundo” no estudo.

Críticos ponderam que metodologias variam entre países (ex.: creditação de imposto corporativo no IR da pessoa física e tratados para evitar bitributação), o que exige cuidado ao comparar. Ainda assim, a tendência internacional recente não tem sido de aumentos fortes da alíquota corporativa.

Reação do setor produtivo: Fiep sugere taxar “bets” em 15% como compensação

A Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) apoia ampliar a isenção do IRPF, mas alerta que transferir a conta às empresas pode afastar investimentos. Como compensação, a entidade propõe alíquota de 15% sobre a receita bruta das apostas de cota fixa (bets).

A ideia é aplicar uma tributação seletiva a um segmento de alta lucratividade e hoje considerado subtributado, evitando onerar o Lucro Real e cadeias industriais. O tema ganhou espaço no debate público conforme avançou a votação.

Parlamentares também apresentaram emendas para endereçar a compensação com CIDE sobre apostas, alternativa discutida na Câmara durante a tramitação do PL.

O governo e a relatoria sinalizam abertura para ajustes no Senado, mas defendem manter a progressividade e a retenção de dividendos como pilares da reforma da renda.

E você, o que pensa? A retenção de 10% em dividendos é o caminho mais justo ou empurra a conta para quem investe e produz? Tributar “bets” em 15% faz sentido como compensação ou desvia o foco? Deixe seu comentário e explique qual modelo você considera mais equilibrado para o Brasil.

Banner quadrado em fundo preto com gradiente, destacando a frase “Acesse o CPG Click Petróleo e Gás com menos anúncios” em letras brancas e vermelhas. Abaixo, texto informativo: “App leve, notícias personalizadas, comentários, currículos e muito mais”. No rodapé, ícones da Google Play e App Store indicam a disponibilidade do aplicativo.
Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Geovane Souza

Especialista em criação de conteúdo para internet, SEO e marketing digital, com atuação focada em crescimento orgânico, performance editorial e estratégias de distribuição. No CPG, cobre temas como empregos, economia, vagas home office, cursos e qualificação profissional, tecnologia, entre outros, sempre com linguagem clara e orientação prática para o leitor. Universitário de Sistemas de Informação no IFBA – Campus Vitória da Conquista. Se você tiver alguma dúvida, quiser corrigir uma informação ou sugerir pauta relacionada aos temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: gspublikar@gmail.com. Importante: não recebemos currículos.

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x