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Estes são os cinco motores japoneses de quatro cilindros que marcaram gerações e ainda hoje surpreendem pelo desempenho e durabilidade

Escrito por Noel Budeguer
Publicado em 16/07/2025 às 12:41
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Eles giram alto, duram muito e conquistaram milhões: veja os cinco motores japoneses mais incríveis com apenas quatro cilindros

Quando o assunto é motor quatro cilindros, o Japão domina com folga. Estamos falando de uma verdadeira aula de engenharia, onde confiabilidade, desempenho e longevidade se encontram. De propulsores naturalmente aspirados que giram a 9.000 rpm a blocos turbinados que já saem da fábrica com mais de 300 cv, os motores japoneses de quatro cilindros ajudaram a moldar uma geração inteira de apaixonados por carros – e continuam sendo referência até hoje.

Neste artigo, vamos mergulhar em cinco dos motores mais icônicos já fabricados no Japão, todos com quatro cilindros em linha (ou boxer), cada um com seu legado em modelos que fizeram história. Spoiler: tem Mitsubishi Lancer Evo, Honda Civic Type R e até o lendário Subaru Impreza 22B. A lista não tem ordem específica – afinal, todos aqui têm status de lenda.

Honda K20 e K24: os reis da durabilidade e da preparação

Poucos motores japoneses foram tão onipresentes quanto a série K da Honda. Com variantes de 2.0 e 2.4 litros, os K20 e K24 dominaram os modelos da marca no início dos anos 2000. Eles estavam por toda parte: Civic Type R, Accord, CR-V, Integra, entre outros.

Apesar de não contar com turbo, esses motores naturalmente aspirados surpreendiam no desempenho. Em algumas versões, superavam os 220 cavalos de potência, com rotações que ultrapassavam as 8.000 rpm. Só que o destaque não para aí: o bloco é tão resistente que muitos entusiastas conseguem preparar para mais de 300 cv com relativa facilidade, sem comprometer a durabilidade.

Segundo fóruns especializados como K20a.org, há relatos de motores K24 que ultrapassaram os 300.000 km sem grandes intervenções. Isso não é pouca coisa em um mundo onde motores turbo modernos às vezes não passam dos 150 mil km sem manutenção cara.

Mitsubishi 4G63T: o coração do Lancer Evolution

Durante os anos 90 e 2000, a Mitsubishi talvez tenha vivido sua melhor fase — e muito disso graças ao motor 4G63T. Esse 2.0 turboalimentado foi a alma de modelos como o Lancer Evolution I ao IX, além de versões especiais do Eclipse e Galant VR-4.

Na configuração original, sua potência variava entre 195 cv e 345 cv, dependendo do modelo e ano. Mas os preparadores logo perceberam que o bloco era um verdadeiro diamante bruto. Com comandos forjados, ajustes no turbo e injeção adequada, há preparações que superam os 600 cv. E o mais impressionante: o motor aguenta rotações de até 11.000 rpm sem abrir o bico.

A revista Super Street já listou o 4G63T como um dos motores mais “tunáveis” da história, justamente pela robustez do bloco, versatilidade e facilidade de peças.

Nissan SR20DET: potência com DNA de drift

Antes de virar sinônimo de SUV, a Nissan dominava as pistas com carros como o Silvia e o 180SX. E o motor que impulsionou esses modelos foi o lendário SR20DET, um quatro cilindros 2.0 turbo em linha que entregava até 205 cv na versão de fábrica, mas podia render muito mais com pequenas alterações.

Esse motor fez sucesso não apenas entre os fãs de velocidade, mas também no mundo do drift, graças ao seu torque linear, resistência e fácil adaptação. Não é incomum ver projetos com mais de 400 cv, usando pistões forjados e turbo maior. O canal japonês Option Video já mostrou versões com quase 500 cv, rodando em pistas profissionais sem qualquer sinal de instabilidade.

Além disso, a combinação desse motor com tração traseira fez do Silvia S13/S14/S15 um dos carros mais procurados para competições e projetos pessoais.

Subaru EJ22: exclusivo, raro e absolutamente lendário

O motor EJ22 é tão especial que só foi usado em um único modelo: o inigualável Subaru Impreza 22B STi, lançado em 1998 como celebração dos três títulos do WRC da Subaru. Foram apenas 424 unidades produzidas, todas com esse motor boxer 2.2 litros turbo.

No papel, ele entregava 275 cv, mas diversos testes independentes apontam que o número real era bem maior — algo em torno de 290 a 300 cv. Com o centro de gravidade mais baixo graças à arquitetura boxer, o motor proporcionava resposta rápida, estabilidade e um ronco único.

Se hoje um Impreza 22B vale mais de R$ 2 milhões no mercado internacional, boa parte disso se deve à exclusividade desse motor, que nunca mais apareceu em outro carro da marca.

Honda F20C: potência absurda por litro

Fechando com chave de ouro, temos o F20C, motor que equipava exclusivamente o Honda S2000. Naturalmente aspirado, quatro cilindros, 2.0 litros, 240 cv a 8.600 rpm e torque de 200 Nm a 7.500 rpm. Essa é a ficha técnica da versão americana. Mas no Japão, o motor chegava a 247 cv, com giro redline beirando os 9.000 rpm.

Durante anos, o F20C foi o motor aspirado com maior potência específica do mundo: 120 cv por litro. Isso só foi superado muito tempo depois por motores de superesportivos como o Ferrari 458 Speciale.

Ele também ganhou uma versão F22C, com 2.2 litros e 210 Nm de torque, mais adequada ao uso urbano sem perder sua alma esportiva.

Uma aula japonesa de engenharia

O que une todos esses motores não é apenas o número de cilindros ou o país de origem. É a obsessão japonesa por construir blocos que resistam ao tempo, ao uso extremo e ainda ofereçam desempenho de tirar o fôlego. Mesmo décadas após seu lançamento, ainda são reverenciados — e alguns, como os K20 e 4G63T, ainda são usados em preparações profissionais e amadoras no mundo todo.

Seja você um fã da Honda, Mitsubishi, Nissan ou Subaru, uma coisa é certa: esses motores deixaram uma marca definitiva na história do automobilismo e ainda hoje seguem vivos em corações acelerados.

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Noel Budeguer

Sou jornalista argentino, baseado no Rio de Janeiro, especializado em temas militares, tecnologia, energia e geopolítica. Busco traduzir assuntos complexos em conteúdos acessíveis, com rigor jornalístico e foco no impacto social e econômico.

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