Mais que autódromo, o Magarigawa Club mistura resort de alto padrão com pista técnica — atraindo milionários e suas máquinas exóticas
O Magarigawa Club não é um circuito comum. Localizado na província de Chiba, a cerca de uma hora de Tóquio, o espaço foi inaugurado há dois anos com uma proposta bem diferente dos autódromos tradicionais.
Nada de corridas profissionais ou eventos de Fórmula 1. O objetivo é oferecer um ambiente seguro e privado para donos de carros de luxo acelerarem à vontade.
O mais importante é que o clube não mira no público profissional. Cerca de 70% dos associados jamais haviam pisado em uma pista antes.
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Mesmo assim, dirigem modelos como Ferrari, Lamborghini e Rolls-Royce. O traçado, com 3,4 km e 22 curvas, inclui subidas íngremes de até 20% e descidas acentuadas.
O projeto é assinado pelo escritório Tilke Engineers & Architects, o mesmo de Abu Dhabi e Jedá.
Mais que um circuito, um resort
A pista é só o começo. O clube foi idealizado por Kenzo Watari, CEO do Cornes Group, representante de marcas de luxo no Japão.
A ideia era unir desempenho e conforto. Por isso, além do circuito, o local oferece restaurante gourmet, piscina com borda infinita, spa com águas termais, academia e até salas de karaokê. Famílias também têm espaço, com lounge, playground e área para pets.
O complexo parece um resort. Há casas de luxo dentro do terreno, chamadas de vilas. Algumas estão à venda por valores entre ¥ 200 milhões e ¥ 800 milhões — o equivalente a R$ 6,5 milhões e R$ 26 milhões.
Os donos podem alugar suas vilas como se fossem suítes de hotel, cobrando até ¥ 200 mil por noite.
Autódromo de luxo: Investimento alto, retorno demorado
A construção do Magarigawa começou em 2020, em plena pandemia. Mesmo com os riscos da época, como terremotos e tufões, a obra seguiu sem grandes atrasos.
O investimento inicial chegou a ¥ 35 bilhões, ou R$ 1,2 bilhão. Porém, o clube ainda não é lucrativo.
Segundo os administradores, o equilíbrio financeiro só será atingido em 2048. Ou seja, serão necessários 25 anos para cobrir os custos da construção e operação.
Enquanto isso, a renda vem principalmente das taxas dos associados e de eventos de alto padrão.
Preço para poucos
Tornar-se membro do Magarigawa não é barato. A adesão custa ¥ 40 milhões, cerca de R$ 1,3 milhão. Além disso, há uma taxa anual de ¥ 220 mil, em torno de R$ 7.300. Ainda assim, o número de interessados segue crescendo.
O clube aposta na exclusividade, na localização privilegiada e na oferta de experiências únicas.
O estacionamento comporta até 300 veículos, e os boxes são climatizados. É um espaço feito sob medida para quem deseja fugir do trânsito urbano e das regras rígidas de velocidade no Japão.
No Magarigawa, os associados encontram liberdade e sofisticação em uma mesma curva.
Expansão em andamento
Mesmo sem lucro, o clube continua investindo. Novas áreas estão em construção e os planos de expansão seguem firmes.
Grandes marcas, como a Lamborghini, já realizaram eventos no local. Essas ações ajudam a dar visibilidade e gerar receita imediata.
Portanto, o Magarigawa Club é mais do que um autódromo. Ele representa uma nova forma de viver a paixão por carros, com conforto, exclusividade e vista para o Monte Fuji.
Com informações de Quatro Rodas.