Com 2 km de altura e 678 andares, a Rise Tower em Riyadh promete se tornar o edifício mais alto da história e um marco da engenharia moderna.
O mundo da engenharia e da arquitetura está prestes a presenciar um feito sem precedentes. Na capital da Arábia Saudita, Riyadh, foi apresentado o projeto de uma megaestrutura que poderá redefinir os limites da construção civil: a Rise Tower, um arranha-céu que terá 2.000 metros de altura (torre de 2 km), o equivalente a 10 vezes o tamanho do Cristo Redentor. O projeto é assinado pelo renomado estúdio britânico Foster + Partners, responsável por obras icônicas como o Viaduto de Millau, o Aeroporto de Pequim e a cidade sustentável de Masdar, nos Emirados Árabes. A proposta é construir uma torre com 678 andares, orçada em cerca de US$ 5 bilhões, que ultrapassará com folga o atual recorde mundial do Burj Khalifa, em Dubai, com seus 828 metros.
Anunciado em 2023 e com licitações já previstas para 2025, o projeto da Rise Tower será a joia do ambicioso plano urbano chamado North Pole, um novo distrito de 300 km² que está sendo desenvolvido ao norte de Riyadh. Trata-se de uma megaoperação que reunirá centros residenciais, corporativos, turísticos e culturais, com a torre como elemento central e simbólico.
Um novo patamar para a engenharia mundial
A Rise Tower pretende dobrar a altura dos edifícios mais altos atualmente em construção, como a Jeddah Tower, também na Arábia Saudita, que busca alcançar 1 km de altura. A Rise, por sua vez, deverá atingir o dobro disso, algo nunca tentado em nenhuma outra parte do mundo.
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Com 2 km de altura, a torre exigirá soluções de engenharia que ainda não foram aplicadas em larga escala, como elevadores de múltiplos estágios, sistemas antitorção avançados e materiais híbridos de alta resistência. O projeto prevê um núcleo estrutural em formato de hélice tripla, desenhado para suportar a força dos ventos e minimizar vibrações em altitudes elevadíssimas.
O transporte vertical dos futuros ocupantes será feito por elevadores ultrarrápidos de cabine dupla, com estações intermediárias em diferentes alturas, chamadas de sky lobbies. O desafio será transportar milhares de pessoas por centenas de andares com segurança, conforto e eficiência energética.
Cidade vertical no deserto
A Rise Tower não será apenas um edifício, mas sim uma espécie de cidade vertical. Ela deverá abrigar hotéis, apartamentos de luxo, centros comerciais, escritórios, áreas de lazer, auditórios e até observatórios públicos. Tudo isso integrado a um ambiente urbano maior, com acesso à infraestrutura de transporte de massa, parques e centros culturais.
O projeto está alinhado com a estratégia do governo saudita de transformar Riyadh em um dos principais centros financeiros e tecnológicos do Oriente Médio até 2030. A torre seria um símbolo dessa transformação — uma demonstração arquitetônica do poder econômico, tecnológico e político do reino, que vem diversificando sua economia além do petróleo.
Embora ainda em estágio conceitual, a Rise Tower já tem seu desenvolvimento adiantado em termos de estudo de viabilidade e está sob gestão direta do Public Investment Fund (PIF), o mesmo fundo estatal responsável por projetos como NEOM e The Line, outras megaobras que visam posicionar a Arábia Saudita como polo de inovação global.
Desafios técnicos e cronograma estimado da Rise Tower Riyadh
Mesmo com todos os recursos disponíveis, o projeto enfrenta desafios complexos. A construção de um prédio de 2 km exige materiais mais leves e resistentes que os tradicionalmente usados. Há questões térmicas, de pressão atmosférica, de segurança contra incêndios e, principalmente, de estabilidade estrutural em uma região sujeita a variações climáticas severas.
Outro obstáculo importante será a logística: para alcançar esse nível de altura, o fornecimento de concreto, aço e componentes estruturais deverá ser coordenado com precisão milimétrica. Cada etapa do cronograma dependerá da anterior, com tolerância zero para falhas em escala.
As primeiras licitações devem ocorrer em 2025. Caso a obra seja iniciada dentro desse prazo, estima-se que levará entre 10 e 15 anos para ser concluída. Ou seja, a torre poderia ficar pronta entre 2035 e 2040.
Rise Tower Riyadh: um projeto que reflete ambições globais
A Rise Tower não é apenas uma ambição arquitetônica, mas também uma ferramenta diplomática e econômica. Ao lançar um projeto dessa magnitude, a Arábia Saudita sinaliza ao mundo sua intenção de liderar a corrida por inovação, luxo e sustentabilidade em escala urbana.
Além disso, há uma dimensão simbólica: a construção da maior torre do mundo em pleno deserto reforça o contraste entre tradição e futuro. É uma forma de mostrar que um país historicamente ligado à exploração de petróleo agora também deseja ser lembrado pela engenharia de ponta, pela arquitetura icônica e pela capacidade de realizar o impossível.
A Rise Tower, se realmente for construída conforme o projeto original, entrará para a história como a obra que elevou a engenharia a um novo patamar. Seus 2 quilômetros de altura representarão não apenas um feito técnico, mas também um marco geopolítico, urbanístico e simbólico.
Com assinatura de um dos maiores escritórios de arquitetura do mundo, recursos praticamente ilimitados e a ambição de um país em plena reinvenção, a torre de Riyadh tem tudo para se tornar a nova referência absoluta em construção vertical. E mesmo que seus desafios sejam gigantescos, o simples fato de ter saído do papel já coloca a Rise Tower no centro das atenções do planeta.