Cientistas do Reino Unido descobrem novo material cerâmico inédito que pode armazenar energia solar sem utilizar qualquer tipo de bateria. O armazenamento de energia pode ficar intacto por até 4 meses.
Há alguns anos, cientistas do Japão sintetizaram um tipo de cerâmica com estrutura Ultra Porosa. Na época já havia uma suspeita das propriedades desse material em absorver calor e radiação solar. Tempos depois, outros cientistas do Reino Unido, confirmaram tal suspeita, chegando à conclusão de que o tipo de cerâmica é realmente capaz de capturar diretamente energia solar e realizar o armazenamento de energia.
Entenda como este material pode armazenar energia solar
A estrutura do material cerâmico, chamado de Metal Organic Frameworks (MOFS), é composto por uma rede de íons metálicos ligados por moléculas de carbono, possibilitando a formação de uma estrutura 3D. Como citado anteriormente, essa estrutura se diferencia das outras devido à sua característica porosa, ou seja, é possível hospedar outras pequenas moléculas em sua estrutura e, desta forma, gerar materiais compostos.
Ao contrário do que você pode imaginar, esse material não vai absorver a energia solar de forma instantânea. Com isso, os pesquisadores do Reino Unido tiveram a ideia de pegar tal material poroso e colocaram várias moléculas de um outro material que, de fato, realiza o armazenamento de energia, formando uma molécula completa, que funciona como um foto interruptor, podendo mudar seu formato ao entrar em contato com a luz solar.
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O material funciona como uma mola que, quando comprimida, terá um acúmulo de energia e, ao deixar de ser comprimida, a mola voltará ao seu estado natural e a vai liberar essa energia. Então isso é muito parecido com o que acontece com esse material cerâmico.
Dentro dos seus poros, as moléculas de Azobenzeno, que é o material que absorve a energia solar, se hospedam em um formato distendido, isto é, como se fosse uma mola esticada. Quando entram em contato com a luz ultravioleta, as moléculas absorvem a luz e mudam seu formato esticado para um mais comprimido.
Novo material promete armazenar energia solar por cerca de 4 meses
Todo esse processo de compressão e descompressão libera energia e, dessa forma, em temperatura ambiente, essa energia se manterá armazenada e alguns testes já realizados nos laboratórios comprovam que o material tem a capacidade de reter energia por pelo menos 4 meses até que as moléculas comecem a voltar ao seu estado original e a energia vai se perdendo.
Este é um grande avanço, visto que, as baterias atuais, mesmo carregadas, se não forem usadas por um longo período, as reações químicas farão com que a energia armazenada se perca.
Para aproveitar essa energia novamente com este novo material, basta aplicar uma fonte de calor deste material e essa liberação acontecerá muito rápido, como se estivesse recarregando a bateria. O material poderia ser utilizado para duas aplicações, utilizando o calor de forma direta ou utilizando o calor para gerar energia elétrica.
China testa tecnologia inédita de armazenamento de energia
Em outubro do ano passado, a China conectou em sua rede elétrica a bateria de fluxo com a maior potência e capacidade de armazenamento de energia do mundo já desenvolvida.
A bateria de fluxo, chamada de Dalian, conta com uma capacidade de 100 MW, que será utilizada para amenizar os picos e vales da geração de energia sustentável, disponibilizando eletricidade em um nível constante mesmo quando o vento não estiver girando as turbinas eólicas, ou à noite quando os painéis de energia solar não geram eletricidade.
O projeto da bateria de fluxo foi criado pelo grupo do professor do instituto de Físico-química Dalian Xianfeng Li, da Academia Chinesa de Ciências e o sistema foi desenvolvido e integrado pela Rongke Power Co.