Entre montanhas de até 5.500 metros no Himalaia, o Aeroporto Internacional de Paro desafia até os pilotos mais experientes — apenas 50 no mundo têm licença para pousar na pista curta e sem radares
O Aeroporto Internacional de Paro, no Butão, é uma das pistas mais temidas e fascinantes da aviação mundial. Localizado entre as montanhas do Himalaia, o terminal exige uma perícia extrema de quem assume os controles. Apenas cerca de 50 pilotos em todo o planeta possuem licença para pousar ali, segundo a rede CNN americana.
Uma pista entre montanhas gigantes
Apenas o cenário já explica o motivo. Paro está a 2.250 metros de altitude, cercado por picos que chegam a 5.500 metros.
A única pista tem 2.265 metros de extensão e está espremida em um vale estreito, o que transforma cada pouso em uma coreografia milimétrica.
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As condições meteorológicas também complicam o trabalho dos pilotos. A visibilidade varia constantemente, e o vento muda de direção com frequência.
Por causa disso, cada aproximação exige leitura precisa do terreno e um controle manual absoluto da aeronave.
Aeroporto de Paro: sem radares e com regras rígidas
A Druk Air — companhia aérea estatal do Butão — publicou em junho que os voos em Paro só podem ocorrer entre o nascer e o pôr do sol.
Não há radares no local, o que significa que o piloto precisa confiar integralmente na própria habilidade.
O aeroporto é classificado como categoria C pela Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO).
Isso significa que as operações seguem regras específicas e restritas, exigindo treinamento especial e experiência comprovada. Em Paro, o pouso é sempre manual, sem o auxílio de sistemas automáticos.
Conhecer o terreno é essencial
A familiaridade com a paisagem é outro ponto decisivo. Pequenos erros de cálculo podem fazer a aeronave passar perigosamente próxima de residências ou monastérios nas encostas.
Em 2019, o youtuber Sam Chui registrou um pouso em Paro e mostrou a proximidade impressionante das montanhas e construções.
O capitão Chimi Dorji, que voa pela Druk Air há 25 anos, contou à CNN que o aeroporto é “difícil, mas não perigoso”. Segundo ele, o desafio é técnico e exige habilidades “locais” para conhecer cada detalhe do vale.
Treinamento de precisão extrema
Dorji também atua como instrutor e explica que as condições de altitude alteram o comportamento do avião.
“Em grandes altitudes, o ar é mais rarefeito, então a aeronave precisa voar mais rápido para se manter estável”, afirmou.
O piloto reforça que, mais importante do que saber voar, é saber quando não voar. Ele orienta que os pousos sejam feitos preferencialmente pela manhã, quando o ar é mais calmo e previsível.
Ventos que moldam a rotina dos voos no Aeroporto de Paro
Durante a tarde, os ventos se intensificam. Correntes térmicas chamadas anabáticas e catabáticas — ascendentes e descendentes — alteram a estabilidade no vale.
O solo aquecido e as variações bruscas de temperatura tornam as manobras mais arriscadas.
Por isso, as manhãs são reservadas às chegadas e as tardes, às partidas. Entre junho e agosto, quando as tempestades são mais comuns, a programação de voos precisa ser reajustada para evitar riscos adicionais.
Assim, o aeroporto de Paro continua sendo um verdadeiro teste de habilidade e sangue-frio — um lugar onde a aviação ainda depende, acima de tudo, do olhar e da experiência humana.
Com informações de Nossa.UOL.