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Entenda os desafios que ainda dificultam a expansão da energia solar no Brasil, apesar do crescimento no setor residencial

Escrito por Débora Araújo
Publicado em 11/04/2025 às 21:51
Entenda os desafios que ainda dificultam a expansão da energia solar no Brasil, apesar do crescimento no setor residencial
Imagem gerada por inteligência artificial
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Apesar do grande potencial, obstáculos econômicos, regulatórios e informacionais ainda dificultam a popularização dos painéis solares no Brasil.

A energia solar tem ganhado espaço no Brasil nos últimos anos, mas ainda está longe de atingir todo o seu potencial. Mesmo com a ampla incidência de radiação solar e o avanço de tecnologias de geração distribuída, a adoção dos painéis solares ainda é limitada, principalmente entre consumidores residenciais e pequenos negócios.

Estudos recentes mostram que o país avança na instalação de sistemas de energia renovável, especialmente em áreas rurais e no setor industrial. No entanto, o crescimento poderia ser muito maior se não fossem os entraves que ainda impactam o desenvolvimento do setor.

Custo inicial dos sistemas de energia solar ainda é alto para grande parte da população

Um dos principais fatores que dificultam o acesso à energia solar no Brasil é o custo inicial dos sistemas fotovoltaicos. Mesmo com a redução gradual dos preços ao longo dos últimos anos, a instalação de painéis solares em residências ainda exige um investimento elevado. Em média, o valor de um sistema para atender a uma casa de porte médio varia entre R$ 15 mil e R$ 25 mil.

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Apesar da existência de linhas de financiamento específicas para energia renovável, muitas pessoas não conhecem essas possibilidades ou enfrentam dificuldades para obter crédito junto a instituições financeiras. O resultado é a limitação do acesso à energia solar principalmente às classes sociais mais altas ou a empresas com maior capacidade de investimento.

Falta de políticas públicas consistentes e incentivos fiscais

Outro entrave apontado por especialistas do setor é a ausência de uma política pública contínua de incentivo à energia solar. Embora o país tenha regulamentações que permitem a geração distribuída desde 2012, como a Resolução Normativa 482 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), os estímulos fiscais e subsídios não têm sido suficientes para democratizar o uso dos painéis solares em larga escala.

A criação da Lei nº 14.300/2022, que institui o marco legal da micro e minigeração distribuída, trouxe avanços importantes, mas também introduziu cobranças adicionais para quem injeta energia na rede elétrica. Essa mudança gerou incertezas no setor e receio entre consumidores que estavam prestes a investir em sistemas de energia renovável.

Cobrança de tarifas sobre a energia injetada na rede

A chamada “taxação do sol”, termo popularizado no setor, refere-se às tarifas aplicadas à energia gerada pelos sistemas de painéis solares e compartilhada com a rede pública. A nova regra, que será implementada de forma escalonada até 2029, prevê que os usuários passem a pagar pelo uso da infraestrutura de distribuição mesmo ao gerar parte da própria energia.

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Essa cobrança tem gerado debate entre empresas e consumidores, já que altera o retorno financeiro esperado de quem investe em energia solar. Para muitos, o novo modelo reduz a atratividade do investimento, o que pode desacelerar a expansão da energia renovável no país.

Falta de informação ainda é uma barreira relevante no setor de energia solar

Além dos obstáculos financeiros e regulatórios, o setor também enfrenta o desafio da desinformação. Muitas pessoas ainda desconhecem o funcionamento dos sistemas de energia solar, seus benefícios econômicos e ambientais, ou mesmo como iniciar o processo de instalação dos painéis solares em suas residências ou empresas.

A ausência de campanhas educativas e a limitação do acesso à informação técnica dificultam a popularização da energia renovável. Segundo especialistas, há espaço para ampliar ações de conscientização e mostrar como a energia solar pode ser acessível e vantajosa, inclusive no médio e longo prazo.

Infraestrutura tradicional ainda é prioridade

Historicamente, a matriz energética brasileira sempre foi fortemente baseada em usinas hidrelétricas e termelétricas. Essa estrutura consolidada acaba limitando investimentos mais agressivos em fontes alternativas, como a energia solar, que ainda enfrenta resistência por parte de alguns setores do mercado de energia.

Embora o Brasil esteja entre os países com maior potencial para o uso de energia renovável, a transição para modelos mais sustentáveis depende de decisões estratégicas de longo prazo e de políticas públicas que incentivem o setor com maior abrangência.

Fontes: Terra, Portal Solar, Solar dos Pomares e Dialogue Earth

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Débora Araújo

Débora Araújo é redatora no Click Petróleo e Gás, com mais de dois anos de experiência em produção de conteúdo e mais de mil matérias publicadas sobre tecnologia, mercado de trabalho, geopolítica, indústria, construção, curiosidades e outros temas. Seu foco é produzir conteúdos acessíveis, bem apurados e de interesse coletivo. Para sugestões de pauta, correções ou contato direto: deborasthefanecruz@gmail.com

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