Oportunidades argentinas alavancam a Eneva e geram expectativa de Ebitda adicional de R$ 346 mi
Nos últimos três anos, a hidrologia no Brasil experimentou alta volatilidade, afetando de igual forma a produção da Eneva (ENEV3). De acordo com análises do Itaú BBA, a Eneva vislumbrou um novo caminho para rentabilizar suas reservas de gás com preços competitivos e volumes substanciais, em meio a oscilações significativas na emissão de gás.
Eneva Diversifica com Exportação de Energia para a Argentina
Confrontada com a recuperação dos reservatórios brasileiros a níveis históricos após temporadas de seca, a empresa buscou uma nova estratégia: a exportação de energia para a Argentina. O relatório do Itaú BBA revelou que a Eneva foi um dos principais exportadores de energia em 2022, incrementando cerca de R$ 320 milhões ao seu Ebitda através dessa estratégia.
Analisando o cenário onde a Eneva mantém sua quota nas exportações de energia brasileira a partir do quarto trimestre de 2022, estima-se um Ebitda adicional potencial de aproximadamente R$ 346 milhões. As previsões do BBA indicam que, sem as exportações e com despacho zero das usinas termelétricas flexíveis, a alavancagem da empresa chegaria a cerca de 4,4 vezes em 2023. Contudo, considerando o lucro esperado de R$ 346 milhões de Ebitda oriundos das exportações de energia para a Argentina, a alavancagem seria reduzida para 3,9 vezes até o final do ano.
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Perspectivas de Crescimento e Novas Possibilidades para a Eneva
Em termos de crescimento, o BBA enxerga espaço para a Eneva ampliar o volume total de suas operações de exportação em relação aos níveis de 2022, o que poderia resultar em ganhos acima do esperado. No ano passado, parte da energia gerada pela usina termelétrica Parnaíba I foi destinada aos testes realizados no âmbito da comissionamento da usina Parnaíba V, negociada a preço spot.
Prevê-se que Parnaíba I, a partir de agora, estará integralmente focada na geração de eletricidade para exportação para a Argentina através de contratos bilaterais, após o início pleno das operações de Parnaíba V.
No entanto, existem riscos associados, conforme destacado por analistas. As exportações de geradores hidrelétricos podem usurpar a quota de geradores termelétricos no futuro. Durante o primeiro trimestre de 2023, observou-se que a maior parte da demanda impulsionada pelas exportações de energia foi suprida pelo fluxo turbinável de usinas hidrelétricas durante a estação chuvosa.
Em notícias recentes, as geradoras hidrelétricas solicitaram a continuidade dessas exportações, dada a manutenção dos níveis de reservatórios ainda elevados e o potencial para mitigar os impactos no GSF (medida de risco hidrológico). Contudo, é importante considerar que a discussão entre as empresas geradoras hidrelétricas e o Ministério de Minas e Energia (MME)/Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) ainda está em curso, com pouca visibilidade sobre os resultados potenciais.
O Itaú BBA manteve a avaliação de desempenho em conformidade com o mercado (market perform) e um preço-alvo de R$ 16,80, indicando um potencial de valorização de 45,1% em comparação ao fechamento da última segunda-feira (29) de R$ 11,58.