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Energia termossolar: CESP divulga usina pioneira no contexto nacional, capaz de abastecer mais de 300 residências

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 22/03/2022 às 20:50
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Foto: Reprodução Google Imagens (via Eudora Energia)

A nova usina de energia termossolar garante vantagens, como o armazenamento de calor para a utilização após o pôr-do-sol

A Companhia Energética de São Paulo (CESP) inaugurou na semana do dia 20 de março a primeira usina de energia termossolar do Brasil, situada no município de Rosana, em São Paulo. Em processo de desenvolvimento há aproximadamente 5 anos, desde 2017, agora, com o início das operações, o país recebe um novo marco para a geração de energia. Em parceria com a Lactec, Eudora Energia, MRTS Consultoria e a MFAP Consultoria, o projeto da usina foi criado inserido no Programa de Pesquisa e Desenvolvimento do Setor de Energia Elétrica, regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

A planta pioneira recebeu um investimento de 57 milhões de reais, com objetivo de demonstrar que a nova tecnologia, conhecida como heliotérmica, também está presente em solo nacional. De acordo com a CESP, a fonte heliotérmica é caracterizada pela sua produção de energia regulável e menos vulnerável a impactos da luz solar. A vantagem mais notável dessa tecnologia quando comparada a outras fontes renováveis intermitentes é a capacidade de armazenar calor para utilizá-lo em situações que é melhor para o sistema elétrico. Assim, o fluido aquecido pode permanecer gerando energia térmica às turbinas mesmo na ausência de sol.

Mais detalhes da planta de energia termossolar

De acordo com o site PetroNotícias, a planta inicial de produção de energia termossolar foi inserida ao Complexo de Energias Alternativas Renováveis da usina hidrelétrica Porto Primavera. O sistema conta com estruturas experimentais de fonte solar fotovoltaica e aparelhos de armazenamento de energia. O projeto tem potência de 0,5 MW, o suficiente para abastecer 360 residências de consumo médio mensal em torno de 180 kWh. O modelo de tecnologia utilizado na mais nova usina da CESP, também conhecido como CSP (concentrating solar power), segue um processamento similar ao das usinas termelétricas, entretanto, usa o calor da luz solar como fonte de energia, no lugar de combustíveis fósseis.

A planta de energia termossolar da CESP foi construída com calhas parabólicas, constituídas por painéis de espelhos côncavos que acompanham a posição do sol. O calor armazenado esquenta um fluido de transferência que passa por tubos dispostos na região de foco dessas calhas, gerando, assim, um vapor que movimenta as turbinas para a geração da eletricidade.

Luis Paschoalotto, gerente de Engenharia de Operação e Manutenção da CESP diz: “Em unidades de grande porte, essa geração se estende por até 18 horas, conferindo à usina capacidade de gerar energia mesmo sem a presença da fonte e proporcionando maior controle sobre os processos“. Outra característica da tecnologia escolhida pela CESP é que os painéis são formados por espelhos de alumínio com filme refletivo, componente mais duradouro do que o vidro, mais comum nas estruturas comerciais fotovoltaicas.

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“A fonte termossolar tem potencial importante para geração de energia elétrica no Brasil, pois agrega o aspecto renovável a atributos importantes para a gestão do Sistema Interligado Nacional, como a capacidade de controle da produção e a inércia associada às máquinas rotativas. O calor produzido também pode ser aproveitado em outros processos industriais, como os de cogeração, e a produção de energia também pode ser associada à produção de eletricidade a partir de outro tipo de fonte, no modelo híbrido“, afirma Paschoalotto. Para ele, para que a energia termossolar ganhe destaque e competitividade no cenário energético do Brasil, é preciso muito incentivo, considerando que a demanda de investimento para implantação, operação e manutenção é bem maior que a de outras fontes de energia, como a eólica e a solar fotovoltaica.

Além disso, no Complexo de Energias Alternativas Renováveis da hidrelétrica Porto Primavera também há um projeto de pesquisa e desenvolvimento da Aneel, que estudou o armazenamento de energia por meio do hidrogênio verde, que está ganhando espaço no Brasil. A produção do combustível se dá através da eletrólise da água, ou seja, quando uma molécula de água (H2O) é separada em hidrogênio e oxigênio ao passar de uma corrente elétrica, de forma a consumir energia elétrica e gerar o hidrogênio, que é armazenado sem produzir resíduos poluentes.

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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