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Energia solar em MG: geração própria atinge 4,9 GW e atrai R$ 24,1 bilhões em investimentos

Escrito por Paulo H. S. Nogueira
Publicado em 08/08/2025 às 06:33
Painéis solares instalados em um campo verde sob um céu azul de meio-dia com poucas nuvens.
Painéis solares captando a luz intensa do sol ao meio-dia, contribuindo para a produção de energia limpa e renovável.
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Energia solar em MG impulsiona a geração própria, atrai bilhões em investimentos e fortalece a transição energética com benefícios econômicos e sociais em todo o estado.

Minas Gerais lidera, de forma consistente, o avanço da energia solar no Brasil. Embora o estado já tivesse tradição no setor elétrico, agora ele se destaca pela geração própria de energia solar. Atualmente, a potência instalada ultrapassa 4,9 gigawatts (GW), considerando sistemas fotovoltaicos presentes em telhados, comércios, indústrias, propriedades rurais e edifícios públicos.

Por isso, esse crescimento vem mudando não apenas a matriz energética, mas também a economia estadual.

Além disso, esse cenário resulta de uma combinação favorável entre geografia privilegiada, políticas públicas bem estruturadas, evolução tecnológica constante e maior conscientização social. Como Minas conta com um dos maiores índices de radiação solar do país, o estado transforma esse recurso natural em eletricidade limpa.

Consequentemente, diminui-se a dependência de fontes poluentes, como as termelétricas.

Historicamente, o estado teve papel central na produção de energia. Por exemplo, usinas como Três Marias e Furnas foram responsáveis por conectar Minas ao sistema nacional. Contudo, diante da necessidade de diversificar a matriz, a energia solar passou a representar um novo capítulo dessa trajetória.

Portanto, não se trata de uma mudança pontual, mas sim de uma transformação estrutural e planejada.

Ao mesmo tempo, a presença de universidades e centros técnicos fortalece o setor. Essas instituições formam profissionais qualificados, promovem pesquisa aplicada e incentivam a inovação.

Dessa forma, Minas Gerais se destaca também como um polo tecnológico da energia renovável.

Expansão acelerada e benefícios diretos para a população

No cenário atual, Minas Gerais ocupa o segundo lugar entre os estados brasileiros com maior geração solar distribuída, ficando atrás apenas de São Paulo. Como resultado, o estado conta com mais de 374 mil conexões solares ativas, distribuídas pelos 853 municípios mineiros.

Assim, mais de 1,8 milhão de consumidores conseguem economizar na conta de luz, obter autonomia energética e participar ativamente da transição energética.

Desde 2012, os investimentos no setor já somam R$ 24,1 bilhões. Em função disso, diversos segmentos econômicos foram impulsionados, como a engenharia, a construção civil, o comércio de equipamentos e os serviços técnicos.

Além disso, o setor criou mais de 149 mil empregos diretos em todo o estado, o que reforça o papel da energia solar na geração de trabalho e renda locais.

Do ponto de vista fiscal, os impactos também são expressivos. Estima-se que a arrecadação estadual tenha aumentado em R$ 7,3 bilhões graças à geração própria de energia solar.

Com isso, o governo estadual ganha recursos adicionais que podem ser direcionados para áreas essenciais, como saúde, educação e mobilidade.

Adicionalmente, pequenas e médias empresas ligadas ao setor solar vêm se multiplicando no interior e na capital. Essa expansão, portanto, fortalece a economia regional, estimula o empreendedorismo e gera oportunidades em comunidades que antes estavam à margem dos investimentos em energia.

Barreiras regulatórias e desafios institucionais

Apesar de todos os avanços conquistados, o setor enfrenta desafios que exigem atenção urgente. Entre eles, a regulação do setor elétrico ocupa lugar central. Atualmente, tramitam no Congresso Nacional as Medidas Provisórias nº 1300/2025 e 1304/2025.

Elas impactam diretamente a geração distribuída, especialmente no que diz respeito às normas para conexão de novos sistemas.

Com frequência, distribuidoras negam a instalação de novos projetos com o argumento de “inversão de fluxo de potência”. No entanto, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), muitas dessas recusas carecem de fundamentação técnica.

Portanto, a ausência de transparência compromete o crescimento do setor e desmotiva consumidores e investidores.

Além disso, a recente Lei nº 14.300/2022 trouxe mudanças importantes ao estabelecer um novo marco legal. Por outro lado, se mal implementadas, essas alterações podem gerar insegurança jurídica.

Como consequência, projetos de menor porte, especialmente os destinados a famílias de baixa renda, podem ser inviabilizados.

Por essa razão, é fundamental que a legislação promova equilíbrio. As distribuidoras precisam demonstrar, com dados concretos, qualquer risco real antes de impedir a conexão de novos sistemas.

Dessa maneira, será possível garantir justiça, transparência e continuidade para o setor.

Apoio da população e potencial de crescimento

O apoio popular à energia solar em MG não para de crescer. Pesquisas indicam que 90% dos brasileiros gostariam de gerar sua própria energia limpa. Como reflexo desse interesse, milhares de sistemas foram instalados em casas, comércios, escolas, hospitais e propriedades rurais.

Portanto, o movimento em direção à geração distribuída já se consolidou entre os mineiros.

Para acelerar ainda mais essa expansão, especialistas sugerem medidas complementares. Por exemplo, a instalação de sistemas solares em prédios públicos pode reduzir despesas com eletricidade e servir de exemplo à sociedade.

Da mesma forma, é essencial integrar a energia solar em moradias populares e programas de acesso à energia, garantindo inclusão energética real.

O financiamento acessível também precisa avançar. Embora bancos e cooperativas mineiras ofereçam linhas específicas, muitos consumidores ainda encontram dificuldades para viabilizar o investimento inicial.

Por esse motivo, ampliar os mecanismos de crédito deve ser uma prioridade para os próximos anos.

Outro caminho promissor envolve as comunidades solares. Elas permitem que diferentes consumidores compartilhem a energia produzida em um único sistema, mesmo que não tenham espaço físico para a instalação individual.

Assim, moradores de prédios e regiões urbanas densas também podem participar do processo.

Finalmente, o setor educacional pode se beneficiar amplamente da energia solar. Escolas e universidades que adotam a tecnologia não apenas economizam recursos, mas também oferecem aos alunos uma vivência prática com sustentabilidade, inovação e ciência aplicada.

Minas Gerais como referência nacional em energia limpa

Considerando o contexto global de emergência climática, investir em energias renováveis tornou-se prioridade para diversos países. Nesse cenário, o Brasil tem tudo para se destacar — e Minas Gerais, por sua vez, já cumpre um papel de liderança.

A energia solar em MG representa não apenas uma alternativa tecnológica, mas também uma resposta concreta aos desafios ambientais, sociais e econômicos do século XXI.

Por meio de políticas públicas eficazes, incentivos bem direcionados e participação ativa da população, o estado constrói um modelo de desenvolvimento baseado em sustentabilidade.

Além disso, Minas mostra que a transição energética pode ser inclusiva, descentralizada e financeiramente viável.

O futuro da energia em Minas Gerais depende de planejamento, mas também de continuidade. Com os incentivos certos, o estado poderá dobrar sua capacidade instalada nos próximos anos.

Assim, não apenas manterá a liderança no cenário nacional, como também se tornará referência internacional em energia limpa.

Portanto, apostar na energia solar significa fortalecer a economia local, reduzir impactos ambientais e garantir um futuro mais justo. A experiência de Minas prova que esse caminho é possível — e necessário.

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Minas Gerais celebra recorde na geração de energia solar – Jornal Minas | Rede Minas Jornalismo

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Paulo H. S. Nogueira

Sou Paulo Nogueira, formado em Eletrotécnica pelo Instituto Federal Fluminense (IFF), com experiência prática no setor offshore, atuando em plataformas de petróleo, FPSOs e embarcações de apoio. Hoje, dedico-me exclusivamente à divulgação de notícias, análises e tendências do setor energético brasileiro, levando informações confiáveis e atualizadas sobre petróleo, gás, energias renováveis e transição energética.

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