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Empresa contratada pela Vale tem histórico de naufrágio e problemas em inspeções

Escrito por Renato Oliveira
Publicado em 01/03/2020 às 13:26
Vale acidente vazamento de óleo petróleo
Panorama do vazamento do óleo em navio com minério da Vale

A Vale, Polaris e Ibama decidiram utilizar técnica que faz bactérias marítimas absorverem óleo para combater vazamento no navio

Quem é brasileiro e acompanha o caso do navio Stellar Banner, com carga de minério da Vale, está preocupado com o meio ambiente e acompanha ansiosamente pelo desfecho dessa história.  O navio está encalhado á 100 Km da costa maranhense. com cerca de 290 mil toneladas de minério de ferro, além de quatro milhões de litros de combustível e óleo.

Após o comandante encalhar propositalmente o navio em um banco de areia, mais de 333 litros de óleo já vazaram do navio e se espalharam por uma área de 0,79 km², segundo o Ibama. Com receio de uma tragédia ambiental de maiores proporções, representantes da Polaris (proprietária da embarcação), Vale (que abasteceu o navio) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), decidiram utilizar a técnica de ‘dispersão mecânica’ na qual bactérias marítimas absorvem o óleo já espalhado na água.

O que poucos sabem, porém, aqui no Brasil é que a sul coreana Polaris Shipping, dona do navio e contratada pela Vale para o transporte do minério até a China, tem um histórico de naufrágio com a Vale e problemas de inspeção em suas embarcações com a China.

A empresa também é dona do navio Stellar Daisy, que naufragou no Oceano Atlântico em 2017 após ter sido carregado com 260 mil toneladas de minério no Terminal Marítimo da Ilha de Guaíba (RJ) que pertence a Vale e também seguia para a China.

A bordo do Stellar Daisy estavam 24 tripulantes, entre filipinos e coreanos. De acordo com a Marinha do Uruguai, uma chamada de emergência foi realizada seis dias após o navio ter saído do Brasil, a cerca de 3.700 km do porto de Montevidéu, no Uruguai. 2 tripulantes foram resgatados com vida em um bote e os corpos dos outros 22 não foram encontrados até hoje.

Em relação a certificação de suas embarcações a Polaris Shipping também já teve problemas, um ano depois do naufrágio do Stellar Daisy a empresa foi notificada pelo Ministério de Assuntos Marítimos da Coreia do Sul após terem sido encontrado 22 mudanças não autorizadas no navio Stellar Eagle, com bandeira das Ilhas Marshall, durante uma inspeção de segurança no porto de Rizhao, na China. O navio não foi autorizado a sair do porto até os itens de segurança estivessem dentro dos padrões.

Sendo assim como pode se observar, desta vez os problemas da Vale e da Polaris serão com as autoridades brasileiras. Por Renato Oliveira

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Renato Oliveira

Engenheiro de Produção com pós-graduação em Fabricação e montagem de tubulações com 30 anos de experiência em inspeção/fabricacão/montagem de tubulações/testes/Planejamento e PCP e comissionamento na construção naval/offshore (conversão de cascos FPSO's e módulos de topsides) nos maiores estaleiros nacionais e 2 anos em estaleiro japonês (Kawasaki) inspecionando e acompanhando técnicas de fabricação e montagem de estruturas/tubulações/outfittings(acabamento avançado) para casco de Drillships.

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