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Em entrevista, almirante da Marinha do Brasil atribuiu o ano 2014 à grande escalada de empregos perdidos na indústria naval e se posiciona sobre como o governo deveria agir

Escrito por Keila Andrade
Publicado em 18/04/2024 às 15:58
Atualizado em 19/04/2024 às 11:34
Trabalhador observando a construção de um grande navio em um estaleiro naval, destacando a magnitude e a complexidade do projeto naval.
Um trabalhador pausa para admirar a grandiosa construção de um navio em um estaleiro naval, refletindo o avanço e a técnica da engenharia marítima.

Entenda a importância crítica e o potencial negligenciado da indústria naval no desenvolvimento econômico, empregabilidade e segurança nacional.

A indústria naval desempenha um papel relevante no desenvolvimento econômico e na segurança de muitas nações ao redor do mundo. O comandante da Marinha do Brasil, Marcos Sampaio Olse, em entrevista recente ao Canal Livre da Band argumentou que os governantes devem proteger e promover o desenvolvimento estrutural e tecnológico da indústria naval. Porque desde de 2014 (quando as operações da Lava-Jato foram deflagradas) até, houve muita perca de empregos no setor.

No entanto, é uma área frequentemente negligenciada e subestimada pelos governos. Assista a declaração do almirante no vídeo da BAND à seguir:

A história rica e prestigiosa da indústria naval

A política industrial anunciada pelo governo federal na época teve um papel significativo nesse declínio. As medidas adotadas não foram suficientes para sustentar o setor, levando a uma redução gradual das atividades na indústria naval. Isso é preocupante, especialmente considerando o potencial que a construção naval tem de criar empregos e promover o desenvolvimento econômico.

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A forte contribuição da indústria naval para a economia

Os estaleiros empregam uma vasta gama de trabalhadores, desde engenheiros altamente qualificados até trabalhadores de linha de montagem, proporcionando oportunidades de emprego em diversas áreas.

A crescente exploração do pré-sal tem gerado uma demanda contínua por uma variedade de embarcações e plataformas, alimentando a produção nacional e incentivando a modernização dos estaleiros e equipamentos existentes. Além disso, o aumento do comércio internacional tem impulsionado a necessidade de transporte marítimo de cargas, contribuindo ainda mais para a dinâmica positiva do setor.

Apesar desses avanços, desafios persistem. A competição global é acirrada, exigindo investimentos contínuos em tecnologia e inovação para manter a competitividade, principalmente sob demandas da Marinha do Brasil. Além disso, questões como burocracia e a necessidade de incentivos governamentais adicionais ainda requerem atenção para garantir o pleno desenvolvimento do setor.

Além disso, a construção naval requer uma variedade de materiais e serviços, beneficiando indústrias relacionadas, como a metalurgia e a indústria química.

No programa Canal Livre da Rede Bandeirantes o jornalista Fernando Mitre destacou que até 2014 a indústria ia bem, mas começou a perder força.

O comandante da marinha, Marcos Sampaio Onse, concordou dizendo que o setor perdeu 60 mil empregos e é um setor estratégico.

“O Estado tem que proteger a indústria naval que envolve a construção, a manutenção e o desfazimento verde. Hoje não encontramos no Brasil estaleiros com competência para fazer o desfazimento verde.  De fato, é determinante para um país que é absolutamente dependente nas suas exportações do trafego marítimo, tenha um setor robusto de construção naval”, disse.

Segurança nacional e Marinha do Brasil

A capacidade de construir, manter e operar uma frota naval forte é essencial para a segurança nacional de um país. Navios de guerra, submarinos e embarcações de patrulha são fundamentais para proteger as fronteiras marítimas, garantir a segurança das rotas comerciais e responder a emergências humanitárias e desastres naturais.

Dependendo exclusivamente de navios estrangeiros para atender às necessidades de defesa pode comprometer a soberania e a segurança de uma nação, além de deixar a Marinha do Brasil de mãos atadas. Portanto, os governantes têm a responsabilidade de manter uma indústria naval robusta para garantir a autossuficiência e a prontidão militar.

Inovação e tecnologia

A indústria naval é uma fonte de inovação e avanço tecnológico. A busca por eficiência energética, segurança e sustentabilidade tem impulsionado o desenvolvimento de novas tecnologias, como navios movidos a energia renovável, sistemas de propulsão avançados e métodos de construção mais eficientes. Ao investir na indústria naval, os governantes incentivam a pesquisa e o desenvolvimento, impulsionando a economia de conhecimento e fortalecendo a competitividade global.

É fundamental que as autoridades compreendam a importância estratégica da indústria naval e adotem políticas que a protejam e promovam. Isso vai além da construção de navios; inclui também a manutenção, modernização e até mesmo o descomissionamento sustentável das embarcações. A falta de capacidade para lidar com o descomissionamento de navios de forma ambientalmente responsável é um exemplo dos desafios que o setor enfrenta.

Desenvolvimento regional

Os estaleiros navais muitas vezes são centros de atividade econômica em regiões costeiras e portuárias. Eles fornecem empregos diretos e estimulam o desenvolvimento de infraestrutura e serviços locais.  A conservação da indústria naval é, portanto, essencial para sustentar comunidades e promover o desenvolvimento regional equilibrado.

Portanto, é crucial que o governo estabeleça políticas claras e eficazes para revitalizar a indústria naval brasileira. Isso beneficiará o setor em si e contribuirá para a economia nacional, promovendo o emprego, estimulando a inovação e fortalecendo a segurança e a soberania do país.

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Keila Andrade

Jornalista há 20 anos, especialista em produção e planejamento de conteúdos online e offline para estruturas do marketing digital. Jornalista, especialista em SEO para estruturas do marketing digital (sites, blogs, redes sociais, infoprodutos, email-marketing, funil inbound marketing, landing pages).

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