1. Início
  2. / Legislação Trabalhista
  3. / Ele ganha R$ 1.600 e quer pagar só R$ 400 de pensão alimentícia: veja quanto a Justiça costuma fixar de pensão em casos assim
Tempo de leitura 3 min de leitura Comentários 0 comentários

Ele ganha R$ 1.600 e quer pagar só R$ 400 de pensão alimentícia: veja quanto a Justiça costuma fixar de pensão em casos assim

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 10/10/2025 às 21:05
Pai que ganha R$ 1.600 e paga só R$ 400 pode estar descumprindo a lei. Veja quanto a Justiça costuma determinar.
Pai que ganha R$ 1.600 e paga só R$ 400 pode estar descumprindo a lei. Veja quanto a Justiça costuma determinar.
Seja o primeiro a reagir!
Reagir ao artigo

Mesmo sem valor fixo definido em lei, juízes seguem critérios claros ao calcular a pensão. Entenda por que R$ 400 está abaixo do esperado e quais artigos garantem o direito dos filhos.

Quando um casal se separa, a responsabilidade pelos filhos continua sendo igual para ambos. Ainda assim, muitos pais tentam pagar valores da pensão alimentícia muito abaixo do que a Justiça considera justo.

Um exemplo é o de quem recebe R$ 1.600 por mês e decide contribuir com apenas R$ 400 para sustentar dois filhos — algo que gera dúvidas e, muitas vezes, leva as mães a recorrerem aos tribunais. Afinal, o que a lei realmente diz sobre isso?

O dever constitucional dos pais

A base de tudo está na própria Constituição Federal. O artigo 229 deixa claro que:

Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.

Isso significa que a responsabilidade financeira não é opcional. Mesmo após o fim do relacionamento, o pai continua legalmente obrigado a garantir alimentação, educação, saúde, vestuário e outras necessidades básicas da criança.

Como a Justiça calcula o valor

Diferente do que muitos imaginam, não existe uma tabela fixa na lei definindo quanto deve ser pago de pensão. O Código Civil, no artigo 1.694, estabelece que:

Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação.”

E o artigo 1.695 complementa:

São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens suficientes (…) e aquele de quem se reclamam pode fornecê-los sem desfalque do necessário ao seu sustento.

Em outras palavras, o juiz leva em conta dois critérios: a necessidade da criança e a possibilidade de quem paga — princípio conhecido como binômio necessidade-possibilidade.

Na prática, a maioria das decisões judiciais fixa o valor entre 20% e 30% da renda líquida do pai. Para quem ganha R$ 1.600, o valor ideal gira entre R$ 480 e R$ 640 no total para dois filhos — bem acima dos R$ 400 propostos no exemplo.

E se o pai estiver desempregado?

A falta de emprego não isenta ninguém da obrigação. O artigo 1.696 do Código Civil reforça que:

O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos (…).”

Mesmo sem renda formal, os juízes costumam fixar a pensão com base em um percentual do salário-mínimo. Hoje, esse valor gira em torno de 30% do mínimo por filho, o que daria cerca de R$ 600 a R$ 700 para duas crianças.

Custos extras também devem ser divididos

A pensão não cobre apenas comida. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), no artigo 4º, determina que:

É dever da família (…) assegurar, com absoluta prioridade, direitos referentes à vida, saúde, alimentação, educação e dignidade.

Por isso, despesas adicionais — como remédios, dentista, uniforme e material escolar — também podem ser divididas igualmente entre os pais, desde que estejam previstas no acordo ou sentença.

O que fazer se o valor for injusto

Caso o valor pago seja muito baixo, a mãe pode entrar com uma ação de fixação ou revisão de alimentos. O artigo 1.699 do Código Civil autoriza essa mudança:

Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação financeira de quem os supre (…), poderá o interessado reclamar ao juiz (…) redução ou majoração do encargo.

Banner quadrado em fundo preto com gradiente, destacando a frase “Acesse o CPG Click Petróleo e Gás com menos anúncios” em letras brancas e vermelhas. Abaixo, texto informativo: “App leve, notícias personalizadas, comentários, currículos e muito mais”. No rodapé, ícones da Google Play e App Store indicam a disponibilidade do aplicativo.
Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor.

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x