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Duas DÉCADAS de duração! Pesquisadores desenvolvem uma micro bateria nuclear com tecnologia de ponta — Superando qualquer bateria de lítio com vida útil impressionante!

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 19/10/2024 às 12:13
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Foto: Reprodução

Pesquisadores desenvolveram uma micro bateria nuclear capaz de durar até duas décadas. Descubra como essa nova tecnologia está superando as baterias de lítio em durabilidade e como pode transformar o futuro da energia de longo prazo!

As baterias de lítio dominaram o mercado nas últimas décadas, impulsionando a revolução dos dispositivos eletrônicos. No entanto, elas têm um grande inconveniente: a vida útil limitada. Por mais avançadas que sejam, após cerca de 1.000 recargas, começam a perder eficiência, obrigando o consumidor a substituí-las. Isso levanta a necessidade de soluções mais duradouras, e é nesse contexto que uma micro bateria nuclear se tornou uma alternativa promissora.

Micro bateria nuclear: O que são?

Micro bateria nuclear, como o nome sugere, aproveitam a energia de processos nucleares em pequena escala. A tecnologia utiliza o amerício, um material radioativo frequentemente tratado como resíduo nuclear, mas que pode se tornar uma fonte de energia de longo prazo.

Esse tipo de bateria funciona por meio do decaimento radioativo. Quando o amerício se desintegra, ele libera partículas alfa, que são altamente energéticas. Porém, em vez de desperdiçar essa energia, os pesquisadores desenvolveram um sistema para capturá-la de forma eficiente.

Como funciona?

Em resumo, o amerício é inserido em um polímero, que evita a dissipação rápida da energia das partículas alfa.

Quando essas partículas interagem com o polímero, elas produzem um brilho. Esse brilho, por sua vez, é captado por uma célula fotovoltaica, transformando-o em eletricidade. Toda essa estrutura é protegida por uma célula de quartzo, que oferece resistência e segurança ao dispositivo.

O sistema, apesar de parecer complexo, mostrou-se incrivelmente eficiente durante os testes. Os pesquisadores conseguiram produzir uma quantidade estável de energia por mais de 200 horas com uma quantidade mínima de material radioativo.

A eficiência desse processo é destacada como “sem precedentes” por Shuao Wang, professor da Universidade Soochow, um dos responsáveis pelo estudo.

A bateria micronuclear demonstrada por cientistas da Universidade de Soochow. Créditos da imagem: Kai Li et al./Nature

Potencial e limitações da bateria micro nuclear

A grande vantagem dessa tecnologia está na sua longevidade. A vida útil de uma bateria nuclear está ligada à meia-vida do material radioativo, que, no caso do amerício, é de 7.380 anos.

Embora isso não signifique que a bateria funcionará por milênios, ainda é uma durabilidade extraordinária se comparada às baterias tradicionais.

Entretanto, um dos desafios dessa tecnologia está na quantidade de energia gerada. A potência da bateria micronuclear ainda é muito inferior à de uma bateria comum de lítio.

Para se ter uma ideia, seriam necessárias bilhões dessas baterias para acender uma lâmpada comum de 60 watts. Isso limita seu uso imediato em dispositivos de alto consumo de energia, mas não descarta aplicações práticas em áreas específicas.

Aplicações práticas

Apesar da limitação na saída de energia, as baterias micronucleares podem ser ideais para alimentar dispositivos que exigem pouca energia, mas que estão em locais de difícil acesso. “Essas baterias seriam perfeitas para alimentar sensores em ambientes remotos ou desafiadores, como missões espaciais, estações de monitoramento ou exploração em alto mar“, explica Wang.

Esses dispositivos geralmente são colocados em locais onde a troca ou recarga de baterias é praticamente impossível, tornando a longevidade da bateria micronuclear uma solução muito atraente.

Desafios futuros

Porém, ainda há desafios pela frente. A segurança em torno do uso de material radioativo é uma das maiores preocupações. Mesmo em quantidades pequenas, os pesquisadores precisam garantir que essas baterias possam ser produzidas e descartadas com segurança.

Além disso, aumentar a produção de energia sem comprometer a estabilidade e durabilidade também será um ponto crucial para tornar essa tecnologia viável em larga escala.

A tecnologia está em fase de prova de conceito, e há otimismo de que, com o avanço das pesquisas, esses obstáculos sejam superados. Se tudo der certo, as baterias micronucleares poderão ser uma solução revolucionária, especialmente em setores onde as fontes de energia tradicionais são impraticáveis.

O que esperar do futuro?

À medida que as pesquisas avançam, é possível que essa tecnologia seja refinada e aprimorada. O potencial é enorme, e os pesquisadores estão otimistas em aumentar a produção de energia e mitigar os desafios de segurança.

Assim como as baterias de íons de lítio transformaram nossa forma de interagir com o mundo, as baterias micronucleares têm o potencial de prolongar a vida de dispositivos essenciais e de difícil manutenção.

A bateria micronuclear pode parecer distante da realidade cotidiana, mas seu impacto em setores como a exploração espacial e em ambientes extremos pode ser gigantesco.

O estudo foi publicado originalmente na revista Nature.

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Fabio Lucas Carvalho

Sou jornalista atuante desde 2015, especializado em uma ampla gama de temas, incluindo política, economia, empregos e tecnologia. Ao longo dos anos, publiquei mais de 10 artigos em portais de renome, trazendo análises aprofundadas e informações relevantes para os leitores. Além da minha carreira no jornalismo, sou formado em Gestão em Tecnologia da Informação pela Facape, o que me permite integrar uma visão técnica em muitas das minhas publicações. Caso tenha dúvidas, sugestões de pauta ou queira reportar algum erro, sinta-se à vontade para me contatar através do e-mail flclucas@hotmail.com. Por gentileza, note que não aceitamos currículos.

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