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Diesel está acima da paridade internacional em 3% na Bahia, que traz como consequência a abertura de espaço para importações

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 15/05/2022 às 20:59
Atualizado em 17/05/2022 às 11:06
diesel, Bahia, refinaria
Foto: Reprodução Adobe Stock

Mercado da Bahia é exceção na defasagem do diesel devido a refinaria de grande porte

De acordo com a Associação Brasileiras dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o preço do diesel no Brasil segue defasado quando comparado ao mercado internacional, mesmo com o aumento de 8,9% anunciado no dia 9 de maio pela Petrobras. O mercado da Bahia é exceção, visto que na Bahia funciona a única refinaria privada de grande porte do Brasil, a Refinaria de Mataripe, controlada pela Acelen, braço do Mubadala, fundo de investimento árabe.

Segundo o Broadcast, o diesel está acima da paridade internacional em 3% na Bahia, o que abre espaço para importações. A Acelen aumentou o diesel na última semana para até R$ 5,63, com media de R$ 5,39 por litro, ou 9,7% acima do preço da Petrobras após o aumento do dia 9 de maio.

Já nos outros portos do Brasil, que seguem os preços da Petrobras, a discrepância do diesel varia entre 10% e 11%, tornando inviável a importação por pequenos e médios produtores. Essa defasagem traz riscos de reduzir a oferta de diesel no Brasil, o que pode trazer como consequência novos aumentos ou até racionamento em alguns postos de abastecimento mais d do distantes entro de consumo. O Brasil compra cerca de 25% de todo diesel que consome.

Já a gasolina está a mais de 2 meses sem reajuste, com defasagem de 12% no porto de Aratu na Bahia e de 18% a 19% nos outros portos do Brasil. Em média, a diferença entre o preço praticado dentro e fora do Brasil é de 18%, enquanto a do diesel é de 8%. Segundo a Abicom, para igualar os preços ao mercado internacional a Petrobras deveria aumentar o diesel em R$ 0,45 o litro e a gasolina em R$ 0,83 o litro.

Por que a Petrobras não pratica o Preço de Paridade de Importação (PPI) apenas para o petróleo exportado em vez de taxar todo a produção nacional?

A Política de Paridade Internacional (PPI) da Petrobras foi implementada em 2016, quando na época era presidida por Pedro Parente, na gestão do ex-presidente da República Michel Temer que assumiu o cargo após apoiar o impeachment de Dilma Rousseff. Na prática, o que se faz é dolarizar o preço do petróleo extraído, refinado e consumido aqui mesmo no Brasil, resultando no aumento dos preços dos combustíveis derivados ou não do petróleo sempre que o valor do produto aumenta lá fora.

Um especialista em óleo e gás da Petrobras, consultado pelo Portal CPG – Click Petróleo e Gás, lembra que tentativas de congelamento e subsídios, realizados por outras gestões, causaram prejuízos bilionário à estatal.

“Se fizer isso, há destruição da cadeia de valor (produtores de etanol, refinadores privados, formuladores de combustíveis, braskem, importados”, disse Gauto ao lembrar que a política de praticamente congelar o preço dos combustíveis em 2014 custou quase R$ 100 bilhões, prejudicando até o etanol na época, pois o percentual do álcool na gasolina comum é de 27% e, por isso, deve haver a regulação de mercado.

Privatização das refinarias de petróleo da Petrobras irão encarecer os combustíveis no Brasil, segundo projeções do TCU

Embora o projeto da Petrobras quanto à privatização de 8 refinarias de petróleo, anunciado em 2019, seja benéfico para a estatal, os combustíveis no Brasil poderão sofrer com um encarecimento a curto prazo. Essas projeções foram feitas no relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), liberado durante essa última terça-feira, (10/05), que também aponta os principais problemas em torno desse processo de venda das estruturas para companhias privadas. Para saber mais, confira esta matéria na íntegra clicando aqui.

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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