A demissão do presidente da Petrobras vem sendo discutida por Bolsonaro desde os problemas com a alta dos combustíveis
Na tarde de segunda-feira, dia 28 de março, o presidente da República Jair Bolsonaro decidiu demitir Joaquim Silva e Luna, presidente da Petrobras. Segundo as informações do jornal O Globo, o motivo da decisão, que já foi mencionada anteriormente como uma possibilidade, é a pressão que a companhia estatal sofre em razão dos aumentos nos preços dos combustíveis.
Nas últimas semanas, o reajuste dos combustíveis nas refinarias foi responsável pelo preço da gasolina aumentar em 18,7%, e do diesel em 24,9%. Nesse sentido, de fevereiro de 2021 a fevereiro de 2022, o IPCA dos combustíveis, ou seja, o principal indicador da inflação do país, teve um salto de 33%. A gasolina aumentou 32%, o etanol, 36%, e o diesel 40%, correspondendo a valores muito superiores ao índice geral, que está em 10,54%.
Agora, com a demissão concretizada e seguindo o que rumores já apontavam, está confirmado o novo presidente da Petrobras: Adriano Pires, o atual diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura.
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Veja o anúncio realizado pela CNN sobre a decisão da nova presidência da Petrobras:
Conselho
O Ministério de Minas e Energia publicou nota durante a noite do mesmo dia 28 para esclarecer que “consolidou a relação de indicados do Acionista Controlador para compor o Conselho de Administração da Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras, a ter efeito a partir da confirmação pela Assembleia Geral Ordinária, que ocorrerá em 13 de abril de 2022”. No anúncio, é também confirmado Adriano Pires para a presidência
No início de março, o Governo indicou novos integrantes para os Conselhos de Administração e Fiscal da Petrobras. Dentre eles, há o nome de Luiz Rodolfo Landim Machado, atual presidente do Flamengo, como concorrente ao cargo de presidente do Conselho de Administração. O escolhido, de fato, será divulgado após a eleição oficial, que acontecerá no dia 13 de abril na Assembleia Geral Ordinária.
Desde 2015, a Petrobras – que emplacou recorde de lucros em 2021 – conta com grande presença de acionistas minoritários na Assembleia e o conselho atual, que possui 11 membros, tem três representantes indicados por investidores de mercado.
Além do engenheiro, o governo recomendou outras sete pessoas para o Conselho de Administração: Carlos Eduardo Brandão, Joaquim Silva e Luna, Luiz Henrique Caroli, Márcio Weber, Murilo Marroquim, Ruy Schneider e Sonia Villalobos. Dos nomes indicados, quatro já exercem um papel no board.
Já para o Conselho Fiscal, as indicações do governo foram Agnes Maria de Aragão da Costa, Janete Duarte Mol (representante do Tesouro Nacional) e Sergio Henrique Lopes de Sousa. Para os cargos de suplentes, a indicação é de Marisete Fátima Dadald Pereira, Otavio Ladeira de Medeiros e Alan Sampaio Santos.
De quem é a culpa da alta nos preços dos combustíveis?
De acordo com a pesquisa EXAME/IDEIA, publicada em 22 de março, para 60% dos brasileiros os maiores responsáveis pelos valores atuais dos combustíveis são a Guerra na Ucrânia e o presidente Bolsonaro. Somente 20% dos entrevistados acreditam que a culpa dessa alta é da Petrobras
O aumento do preço dos combustíveis já afetou o comportamento e o bolso dos consumidores brasileiros. Ainda em conformidade com a pesquisa EXAME/IDEIA, 83% dos entrevistados dizem que reduziram o uso do carro ou da moto em razão do aumento da gasolina, do diesel e do etanol. A alta nos preços é o maior empecilho que o Brasil precisa combater ainda este ano, na opinião de 57% dos entrevistados da pesquisa. Em seguida, aparece o desemprego (19%), a pobreza (12%), e a violência (6%). Maurício Moura, fundador do IDEIA, afirma: “A inflação é um tema de preocupação dos brasileiros. O que vai dominar o debate deste ano de eleição é a economia”.