Brasil reforça pedido à ONU para ter controle exclusivo sobre região submarina rica em minerais essenciais à transição energética global
O governo brasileiro atualizou um pedido feito em 2018 à ONU para reivindicar a Elevação do Rio Grande como parte da plataforma continental do país. A estrutura submarina está localizada no Atlântico Sul, a cerca de 1.200 quilômetros da costa do Rio Grande do Sul. A região é rica em minerais estratégicos, como cobalto, manganês, níquel, telúrio e terras raras.
Esses minerais são fundamentais para a fabricação de baterias, turbinas eólicas, painéis solares e eletrônicos.
Por isso, a área desperta grande interesse internacional. Em encontro com empresários, o representante da embaixada americana em Brasília, Gabriel Escobar, afirmou que o governo Trump queria firmar acordos para a compra de terras raras.
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Em resposta, o presidente Lula declarou que “ninguém põe a mão” nos recursos do Brasil.
Elevação do Rio Grande: estrutura única no fundo do mar
A Elevação do Rio Grande é considerada uma das formações geológicas mais complexas do Atlântico Sul.
Sua base fica a cerca de 5 mil metros de profundidade, com o topo variando entre 700 e 2 mil metros abaixo do nível do mar. A estrutura apresenta montes, platôs, cânions, canais e uma grande fenda tectônica.
Desde 2015, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) estudam a área em parceria com universidades da Alemanha, Japão e Reino Unido.
As pesquisas são coordenadas pelo professor Luigi Jovane, especialista em geofísica marinha e paleomagnetismo.
Ele explica que a análise de rochas e sedimentos indica que a elevação é um fragmento da crosta continental.
Segundo o professor, as formações da região têm entre 540 milhões e 2 bilhões de anos. Isso significa que elas são anteriores à separação entre América do Sul e África.
Há indícios de que a estrutura já esteve acima do nível do mar, com características de uma ilha tropical.
Amostras mostram rochas vulcânicas com idade entre 45 e 47 milhões de anos e sedimentos alterados pela exposição ao ar.
Elevação do Rio Grande: potencial econômico e riscos ambientais
Além do valor econômico, a Elevação do Rio Grande tem importância geopolítica e científica. Se o pedido do Brasil for aceito pela ONU, o país poderá explorar os recursos do subsolo marinho de forma exclusiva. No entanto, também assumirá a responsabilidade ambiental sobre a área.
O professor Jovane alerta que ainda se conhece pouco sobre os impactos ambientais da mineração em mar profundo.
As principais preocupações incluem mudanças na química da água, como variação do pH e dos níveis de oxigênio. Também há risco de contaminação por partículas ou poluentes liberados durante a extração.
Outro ponto crítico é o possível impacto sobre a fauna local. Muitos organismos vivem fixos às crostas minerais e podem ser afetados diretamente pela atividade humana.
Para lidar com esses desafios, a USP desenvolve tecnologias específicas para explorar o fundo oceânico com precisão.
Entre os equipamentos, estão sensores e ferramentas capazes de operar em regiões de difícil acesso. Um novo cruzeiro científico deve ocorrer no fim deste ano ou início de 2026.
A missão será feita em parceria com a Marinha e outras instituições públicas.
Avanço baseado em regras internacionais
De acordo com a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, um país pode reivindicar a extensão de sua plataforma continental além das 200 milhas náuticas.
Para isso, precisa apresentar provas de que há continuidade geológica com o território nacional.
As rochas da Elevação do Rio Grande têm composição semelhante às encontradas em terra firme no Brasil.
Isso reforça o argumento de que a área está ligada geologicamente ao território brasileiro. Se a ONU aceitar o pedido, o Brasil terá direitos exclusivos sobre os recursos da região.
O mais importante é que essa conquista também implica novos deveres. Além do acesso aos minerais de terras raras, o país terá de garantir a proteção ambiental da área.
“Trata-se de uma área estratégica, com grande potencial econômico, mas que também exige um compromisso firme com a preservação ambiental”, conclui Jovane.
Com informações de O Globo.


É impressionante como esse país tinha e tem tudo pra ser a maior potência do planeta, ele não depende de nada, é rico em tudo, agro, petróleo, gases, bases espaciais perto da linha equatorial, terras raras, água doce abundante e florestas infinitas, uma costa oceânica gigante etc. O que faltou aqui foi administração. Se não fosse a corrupção e má gestão dos próprios brasileiros seríamos a maior potência do planeta. Era só trazer a industrialização para os nossos recursos primários, como o refino de petróleo e terras raras para não dependermos mais de ninguém. Só pegar o exemplo da China que décadas atrás tinha seu PIB menor que o nosso e agora já está quase ultrapassando os EUA. Até a Índia já nos ultrapassou. Da pena e vergonha ver o caminho que nossa nação trilhou e vaga até hoje. Nem no futebol que eramos soberanos pode se confiar mais. Brasil, um país rico e um gigante adormecido fadado ao fracasso!