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Despertado após milhares de anos: cientistas identificam buraco negro gigante no centro de sua galáxia

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 18/06/2024 às 17:09
Despertado após milhares de anos: em uma descoberta inédita, astrônomos presenciam o despertar de buraco negro adormecido há milênios. (Imagem: Reprodução/ESO)
Despertado após milhares de anos: em uma descoberta inédita, astrônomos presenciam o despertar de buraco negro adormecido há milênios. (Imagem: Reprodução/ESO)

Em uma descoberta que pode revolucionar a compreensão sobre o universo, astrônomos conseguiram observar o que provavelmente é o despertar de um buraco negro supermassivo no centro da galáxia SDSS1335+0728, localizada a cerca de 300 milhões de anos-luz da Terra.

Esse evento, que começou em 2019, vem se intensificando de forma gradual nos últimos quatro anos, culminando em uma emissão de raios-X inédita para a região, detectada em fevereiro deste ano.

Conforme uma pesquisa publicada nesta terça-feira (18) na revista Astronomy & Astrophysics, o estudo e a constatação abrem um novo capítulo no estudo desses colossos cósmicos, que, até então, eram considerados “adormecidos” e imperceptíveis à nossa observação direta.

Na publicação, Claudio Ricci, coautor do estudo e pesquisador da Universidade Diego Portales, no Chile, afirma que “esses monstros gigantes estão normalmente adormecidos e não são diretamente visíveis”.

Segundo o estudo, no caso da SDSS1335+0728, os cientistas presenciaram o despertar do buraco negro, que se alimentou do gás em seu entorno, emitindo um brilho extraordinário.

Inicialmente, cogitou-se que a luminosidade era proveniente de explosões de supernovas ou eventos de maré, quando uma estrela é dilacerada pela força gravitacional de um buraco negro.

Todavia, a persistência do brilho por mais de quatro anos, contrastando com a curta duração de tais eventos (centenas de dias no máximo), direcionou os estudiosos para outra explicação.

Nesse sentido, Lorena Hernández García, que também é coautora da pesquisa e pesquisadora do Millennium Institute of Astrophysics (MAS) da Universidade de Valparaíso, no Chile, relatou que “a razão mais plausível para este fenômeno é que estamos observando o núcleo da galáxia a iniciar um ciclo de atividade”. “Se confirmado, esta seria a primeira vez que presenciamos em tempo real a ativação de um buraco negro supermassivo”, disse ela.

Despertar traz questionamentos

Essa descoberta acaba abrindo as portas para questionamentos intrigantes sobre o futuro da Via Láctea, que também conta com um buraco negro supermassivo em seu centro, o Sgr A*.

Nesse sentido, mesmo com a incerteza sobre a probabilidade de um evento similar ocorrer em nossa galáxia, os dados obtidos na pesquisa fornecem informações valiosas sobre a origem e o desenvolvimento desses colossos cósmicos.

“Independentemente da natureza das variações, essa galáxia nos oferece dados preciosos sobre como os buracos negros crescem e evoluem”, diz Paula Sánchez Sáez, astrônoma do Observatório Europeu do Sul (ESO) na Alemanha.

“Acreditamos que instrumentos como o Muse (Multi-Unit Spectroscopic Explorer) no VLT (Very Large Telescope) e aqueles que serão instalados no futuro ELT (Extremely Large Telescope) serão cruciais para compreendermos melhor as razões por trás do aumento de brilho desta galáxia”, concluiu ela, a principal autora do artigo.

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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