Entenda como a energia eólica offshore transforma o setor energético e impulsiona inovações no mercado global de forma sustentável.
Atualmente, a energia eólica offshore tem ganhado destaque no cenário mundial.
Essa fonte de energia renovável é uma das mais promissoras para o futuro, porque utiliza turbinas instaladas em alto-mar que captam ventos mais fortes e constantes do que os encontrados em terra.
Para entender como essa tecnologia vem moldando o mercado, é importante conhecer sua origem, evolução e o impacto que gera em áreas como energia, tecnologia, indústria naval e economia global.
-
Turbina eólica recordista na China é ativada e provoca alterações no microclima local
-
Casa dos Ventos aposta em energia eólica no Ceará com investimento de R$ 100 milhões
-
Turbina eólica gigante chinesa cria “bolha climática” ao ser ligada pela primeira vez e intriga cientistas
-
China revela turbina eólica de duas pás após 500 dias de testes bem-sucedido
O nascimento da energia eólica offshore
Historicamente, a força do vento já era usada há séculos pela humanidade, principalmente em moinhos para moagem de grãos e bombeamento de água.
Porém, o uso moderno da energia eólica para gerar eletricidade começou a se consolidar apenas no final do século XX.
De acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA), o primeiro parque eólico offshore comercial do mundo foi inaugurado em 1991, na Dinamarca.
Esse marco abriu caminho para que a exploração do potencial do mar para produção de energia elétrica começasse a se expandir.
Inicialmente, a atenção estava voltada para a energia eólica onshore, gerada por turbinas em terra firme.
Contudo, com o esgotamento dos melhores terrenos para instalação, pesquisadores e investidores passaram a focar no ambiente marítimo, onde os ventos são mais constantes e intensos.
Nos anos 2000, a União Europeia, segundo a Associação Europeia de Energia Eólica (WindEurope), passou a liderar os investimentos e políticas públicas para o desenvolvimento da energia eólica offshore, criando incentivos e financiamentos que estimularam o crescimento acelerado do setor.
Assim, parques eólicos offshore começaram a crescer em tamanho e capacidade, confirmando a viabilidade técnica e econômica da tecnologia.
O que torna a energia eólica offshore especial?
As turbinas instaladas no mar operam em plataformas localizadas em áreas com profundidade média e ventos constantes.
Essa combinação garante uma geração de energia em grande escala, com menos interferências físicas, como relevo e construções, comuns em terra.
Além disso, conforme o relatório da WindEurope, a localização offshore minimiza impactos visuais e sonoros para as populações locais, facilitando a aprovação dos projetos.
Outro ponto importante é a proximidade com grandes centros urbanos costeiros, que concentram alta demanda energética.
A geração offshore pode atender diretamente essas regiões, reduzindo perdas no sistema de transmissão.
Além disso, a estabilidade dos ventos no mar permite que as operadoras prevejam a geração energética com mais precisão, ajudando a evitar oscilações e garantindo maior segurança no abastecimento.
O impacto no mercado de energia
De acordo com o último relatório da IEA, publicado em 2023, a capacidade global instalada de energia eólica offshore ultrapassou 60 gigawatts, resultado de um crescimento acelerado nos últimos cinco anos.
Países como Reino Unido, Alemanha, China e Países Baixos lideram essa expansão, buscando substituir fontes fósseis e cumprir metas ambientais ambiciosas.
A queda nos custos de instalação e operação, conforme apontado pela IEA, tornou a energia eólica offshore competitiva frente a fontes convencionais como carvão e gás natural.
Empresas disputam concessões em leilões públicos, enquanto governos criam políticas para atrair investimentos.
Essa competição tecnológica entre grandes fabricantes impulsiona a melhoria da eficiência e da escala de produção.
Além disso, a descentralização da geração permite que os países reduzam sua dependência de energia importada, aumentando a autonomia no abastecimento.
A influência na indústria e na economia
Segundo o Conselho Global de Energia Eólica (GWEC), em seu relatório de 2022, o setor offshore gerou mais de 120 mil empregos no mundo, envolvendo diversas áreas da economia.
A cadeia produtiva inclui indústria naval, que fabrica plataformas e navios; siderurgia, responsável pelos materiais das torres; eletrônica, que desenvolve sistemas de monitoramento; e logística portuária, que apoia o transporte de equipamentos.
Esses projetos demandam profissionais especializados, como engenheiros, técnicos em mergulho e eletricistas, o que gera oportunidades em várias etapas, desde planejamento até manutenção.
Cidades com infraestrutura portuária avançada atraem fábricas, centros de montagem e empresas de manutenção, favorecendo o crescimento econômico local.
Além disso, universidades e centros de pesquisa, conforme divulgado pelo GWEC, colaboram com inovação tecnológica e formação de mão de obra qualificada, criando um ecossistema de desenvolvimento.
Desafios e inovações
Apesar dos avanços, a energia eólica offshore enfrenta desafios relevantes. O custo inicial elevado e a necessidade de planejamento a longo prazo exigem investimentos consistentes.
Além disso, os equipamentos precisam resistir às condições rigorosas do mar, incluindo tempestades, salinidade e correntes fortes.
A transmissão da energia até a costa depende de cabos submarinos robustos, cuja instalação e manutenção são complexas e requerem cuidado ambiental.
Para superar esses obstáculos, o setor investe em inovações. Conforme dados da IEA em 2024, turbinas flutuantes permitem a instalação em áreas de maior profundidade, ampliando o alcance da tecnologia.
Países como Japão, Noruega e Portugal já desenvolvem projetos com essa tecnologia.
Além disso, o uso de inteligência artificial e sensores, segundo a IEA, tem melhorado o monitoramento em tempo real, prevenindo falhas e reduzindo custos operacionais.
Robôs submarinos e drones também facilitam inspeções, tornando a manutenção mais segura e eficiente.
O papel do Brasil nesse cenário
Segundo o Ministério de Minas e Energia do Brasil, o potencial do país para energia eólica offshore pode ultrapassar 700 gigawatts, principalmente nas regiões Nordeste e Sudeste, graças a ventos constantes e clima favorável.
O governo federal, por meio da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), publicou em 2023 diretrizes para regulamentar e incentivar essa modalidade de geração, abrindo caminho para investimentos.
Além disso, o Brasil pode aproveitar a experiência acumulada na indústria offshore de petróleo e gás. Plataformas, embarcações e profissionais do setor podem ser aproveitados para a produção de energia eólica marítima.
Essa sinergia pode acelerar a transição energética, ampliando o uso de fontes renováveis e reduzindo a emissão de gases poluentes.
Em resumo, a energia eólica offshore representa uma solução promissora para o futuro da matriz energética mundial. Ela une sustentabilidade, inovação e desenvolvimento econômico em grande escala.
O investimento nessa tecnologia já transforma o mercado em diversos países e tende a crescer ainda mais nas próximas décadas.
Além disso, cria empregos, estimula a indústria e fortalece a pesquisa científica. Investir na energia eólica offshore é, sem dúvida, uma estratégia inteligente para o presente e para o futuro.