Uma série de demissões expõe polêmica sobre sistemas de avaliação de desempenho. Segundo a empresa, o processo segue normas claras, mas o Sindicato questiona a objetividade e exige revisão. O caso levanta preocupações sobre estabilidade no emprego e possíveis impactos nos serviços oferecidos à população.
Poucas coisas são tão alarmantes para os trabalhadores quanto o temor de uma demissão repentina. E quando o corte de pessoal ocorre em uma das principais companhias de serviços de uma cidade, o impacto vai muito além do setor atingido.
Em Joinville, uma polêmica recente envolvendo a Companhia Águas de Joinville (CAJ) trouxe à tona debates sobre avaliações de desempenho e os direitos dos trabalhadores.
A informação sobre as demissões foi publicada pelo jornal NSCtotal. Segundo o site, a própria Companhia relata que cinco profissionais foram demitidos após não atingirem a nota mínima exigida em suas Avaliações de Desempenho.
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O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Serviços de Água e Esgotos Sanitários de Joinville (Sintraej) reagiu, chamando o processo de subjetivo e pedindo a reintegração dos demitidos.
Como funcionam as avaliações de desempenho da CAJ
De acordo com a Resolução 01/2023 da Companhia Águas de Joinville, as avaliações são realizadas anualmente para medir a performance dos colaboradores.
Esse mecanismo, que está alinhado ao Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), é descrito como uma ferramenta para planejamento de capacitação e qualificação profissional.
Contudo, o mesmo documento também estabelece que um colaborador que registre duas avaliações consecutivas com nota igual ou inferior a 60% pode ser desligado por insuficiência de desempenho.
A norma é aplicada desde 2018, e todos os trabalhadores são informados sobre os critérios adotados.
No caso recente, as notas dos profissionais afetados variaram entre 52% e 59% nos anos de 2023 e 2024.
Os desligamentos ocorreram apesar da tentativa dos trabalhadores de apresentar defesa contra os resultados obtidos.
A posição do Sintraej
O Sindicato dos Trabalhadores, representado por seu presidente Edson da Silva, contestou as demissões e apontou que o sistema de avaliação foi desvirtuado de sua função original.
Segundo ele, “a avaliação não avalia desempenho de ninguém, se tornou uma avaliação para demissão”.
Edson da Silva também destacou que o sindicato exige a revisão do processo, propondo um sistema mais justo e que privilegie o desenvolvimento dos trabalhadores em vez de penalizá-los.
Ele também defende maior transparência nas metas estabelecidas e apoio contínuo para que as equipes entendam as expectativas em relação às suas funções.
Ainda segundo o Sintraej, os trabalhadores demitidos pertenciam a cargos variados, como engenheiro sanitarista, encanador, assistente administrativo, técnico em mecânica e operador de estação.
O sindicato argumenta que esses profissionais já possuíam experiência e treinamento acumulados, o que gera prejuízo não apenas para eles, mas também para a qualidade do serviço oferecido à população de Joinville.
O que diz a Companhia Águas de Joinville
Em nota oficial, a CAJ defendeu a validade do processo e explicou que as demissões ocorreram dentro dos limites legais e respeitando os prazos para defesa dos colaboradores.
A empresa destacou que o modelo de avaliação adotado tem como objetivo assegurar a qualidade dos serviços prestados à população e promover o crescimento profissional dos trabalhadores.
A companhia também esclareceu que, como uma empresa privada, não oferece a mesma estabilidade funcional garantida aos servidores públicos.
Essa distinção é importante para entender o contexto das demissões, uma vez que a CAJ segue normas diferentes das praticadas pela Prefeitura de Joinville.
Apesar da polêmica, a CAJ reiterou seu compromisso com a transparência e a legalidade, afirmando que todos os profissionais são cientes das regras desde o momento de sua contratação.
Impactos na população e reflexões futuras
A situação levantou um importante debate sobre os critérios utilizados para medir desempenho e a necessidade de se garantir avaliações mais objetivas e menos passíveis de interpretações subjetivas.
Embora a Companhia defenda que o modelo tem base técnica, o Sindicato e diversos trabalhadores temem que ele esteja sendo usado como justificativa para demissões.
Esse episódio também gera preocupação entre os demais trabalhadores da companhia, que podem sentir insegurança quanto à sua estabilidade profissional.
Para além disso, a população atendida pela Águas de Joinville também pode ser afetada, caso a perda de funcionários experientes impacte na eficiência dos serviços.
O que o futuro reserva?
A discussão ainda deve render desdobramentos, já que o Sintraej continua pressionando para a revisão das demissões e do modelo de avaliação.
Enquanto isso, os trabalhadores da CAJ vivem um momento de incerteza, com o episódio servindo de alerta para outras companhias que utilizam sistemas similares de mensuração de desempenho.
Com base em situações como essa das demissões, você acredita que as avaliações de desempenho em empresas devem ser revisadas? A população também tem algo a temer com esse tipo de prática? Deixe sua opinião nos comentários!
Estabilidade não impede que nenhum funcionário público seja demitido. Estabilidade não se confunde com vitaliciedade. Todos os dias milhares de funcionários públicos são demitidos, muitos, inclusive, a bem do serviço público, ficando proibidos de ingressar no Poder Público novamente. Mesmo alguns trabalhadores da iniciativa privada possuem estabilidade, como os presidentes de sindicatos, mulheres grávidas e após dez anos de contrato de trabalho ininterrupto. Aliás, o próprio FGTS é, de certo modo, uma forma de estabilidade. É preciso pesquisar antes de querer sair opinando por aí.
Agora pq é função publico pode fazer o serviço de qualquer jeito? Quantos função públicos vcs veem demitidos? Quase nenhum…Com certeza prestaram um Mal serviço e devem ser DEMITIDO SIM!!!
Concursado, trabalhei 33 anos em uma empresa pública, fui avaliado todos os anos e sinceramente entendo que todos os trabalhadores deveriam ser avaliados periodicamente, e sim, aquele que não demonstrar um desempenho mínimo deve ser desligado. Caso contrário os demais, que se esforçam, ficam desmotivados e pior, os clientes são mal atendimentos.