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De olho na conta de luz: nível dos reservatórios melhora, mas não é suficiente

Escrito por Paulo Nogueira
Publicado em 14/01/2022 às 19:45
Atualizado em 16/01/2022 às 12:22
Conta de luz reservatórios

A conta de luz vai abaixar em 2022? De acordo com os especialistas, as possibilidades de diminuição são apenas para maio. Entenda mais aqui

As chuvas, que vêm ocorrendo desde outubro do ano passado, podem ter melhorado um pouco a situação dos reservatórios, mas é cedo para comemorar e achar que haverá diminuição na sua conta de luz em 2022.

Isso é o que garantem os especialistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast. De acordo com eles, é possível que exista um alívio de contas pela melhoria dos elevatórios, mas isso não será imediato, pois muito provavelmente qualquer melhoria dos processos não será imediatamente repassado ao público, e ainda existe o risco de nos meses de estiagem a situação voltar a piorar

A pior seca dos últimos anos causou o aumento na conta de luz.

2021 foi um dos piores anos em matéria de recursos hídricos. Em setembro do ano passado, a pior marca do ano, os níveis dos reservatórios chegaram ao alarmante número de 16,75% da capacidade, sendo que o ano já começava com a marca perigosa de 23% da capacidade. Felizmente, 2022 já começa bem melhor nesse sentido.

Vídeo esclarecedor sobre a situação de 2021 em matéria de recursos hídricos

Agora em janeiro de 2022, de acordo com Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a previsão é que tenhamos níveis de cerca de 40% nos reservatórios.

A boa notícia é que, de acordo com especialistas, a probabilidade de apagão está totalmente afastada, mas isso não significa que os ajustes da conta de luz vão ser imediatos.

Isso acontece também porque a oferta de energia no geral cresceu. Alternativas de geração de energia, especialmente energia limpa, são cada vez mais comuns no Brasil, complementando a matriz energética brasileira, que continua sendo ainda perigosamente dependente das hidrelétricas.

Decisões do Governo para evitar o apagão continuam impactando a sua conta

O governo precisou adotar, em outubro do ano passado, uma série de medidas de emergência para evitar os apagões.

Entre a reativação das termelétricas e a importação de energia do Uruguai, o investimento emergencial foi  de 16,8 bilhões, que mesmo com a criação de uma bandeira mais cara não foi totalmente coberto.

De acordo com o ONS, a bandeira de escassez hídrica está prometida pelo menos até abril e, apenas se as chuvas colaborarem, existe uma possibilidade de um redução na conta de luz a partir de maio.

Esses aumentos na conta de luz vem gerando um movimento interessante, aumentando a procura por alternativas, a microgeração de energia, a compra de energia no mercado livre por algumas empresas e até a construção de pequenas usinas solares e de outras fontes de energia verde, especialmente por grandes empresas, como a Magazine Luiza.

Essas empresas aproveitam uma oportunidade para, além de economizarem na energia no longo prazo, ainda poderem declarar oficialmente que estão fazendo sua parte na descarbonização e na implementação de novas políticas mais eficientes.

Não é coincidência que o Brasil tenha celebrado hoje a marca de um milhão de instalações solares gerando energia.

Além disso, temos diversas alternativas à geração centralizada se tornando cada vez mais comuns no Brasil, o que aponta para um médio prazo onde, possivelmente, o consumidor poderá escolher alternativas à geração de energia tradicional, quase como foi com os serviços de telefonia e internet entre os anos 90 e o começo do século XXI.

Paulo Nogueira

Com formação técnica, atuei no mercado de óleo e gás offshore por alguns anos. Hoje, eu e minha equipe nos dedicamos a levar informações do setor de energia brasileiro e do mundo, sempre com fontes de credibilidade e atualizadas.

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