Montadoras temem que a crise hídrica se junte à falta de peças automotivas e e cause paradas na produção, encarecendo ainda mais os veículos. Para amenizar a situação o Governo Federal criou projetos voluntários
Nesta quarta-feira (8), Luiz Carlos Moraes, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), afirmou que as montadoras estão preocupadas com a falta de chuva para a geração de energia elétrica, que podem encarecer a conta e se juntar com a crise das peças automotivas. O país está presenciando a pior seca dos últimos 91 anos, o que vem fazendo com que as termelétricas sejam ativas, tornando a energia elétrica mais cara e poluente.
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Presidente da Anfavea fala sobre a preocupação das montadoras
De acordo com Luiz Carlos, a crise hídrica é algo que preocupa todas as frentes de produção, pois a energia elétrica mais cara, aumenta o custo de produção em toda a cadeia automotiva. É mais um elemento que pressionará o preço dos produtos. Além da falta de peças automotivas nas montadoras, paradas de produção por falta de energia é bastante preocupante.
Segundo o presidente da Anfavea, as montadoras estão acompanhando o estado da energia elétrica semanalmente, com dados fornecidos pelo Ministério de Minas e Energia e também pelas distribuidoras de energia.
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Luiz afirma que está torcendo para conseguir passar pelo mês de novembro sem que haja nenhum racionamento, mas sabe que o obstáculo não será apenas este ano, pois há chances de que a crise prossiga para o próximo ano.
Governo Federal incentiva a economia de energia elétrica
No mês de agosto, na tentativa de fomentar a economia de energia, o Governo federal lançou um programa voluntário de redução de consumo de energia elétrica para indústrias. Segundo Moraes, a Anfavea ainda não sabe ao certo quantas montadoras de veículos participarão da iniciativa, já que a decisão depende de cada unidade.
As empresas de veículos analisam a possibilidade de participar, mas é uma decisão de cada fábrica. É provável que várias participem, já que é uma oportunidade para que as montadoras de veículos contribuam com a sociedade e tenham uma redução nos custos dos veículos.
Além desse programa, o governo também lançou uma iniciativa para incentivar os consumidores residenciais a gastarem menos energia elétrica. Embora sejam importantes, os dois programas são voluntários. Por isso, de acordo com especialistas, podem não ser suficientes diante da crise enfrentada.
Crise de energia elétrica poderá se juntar com a ausência de peças automotivas e obrigar fechamento de montadoras
O aumento dos gastos com energia elétrica nas fábricas pode se aliar com outros empasses enfrentados pela indústria automotiva. Devido à pandemia, algumas peças automotivas estão escassas, principalmente em componentes eletrônicos de veículos.
Segundo um balanço divulgado pela Anfavea nesta quarta-feira (08), houveram paralisações totais ou parciais em cerca de 11 fábricas em agosto por conta da falta de peças automotivas, vale ressaltar que nestas não estão inclusas fábricas do exterior.
No mesmo mês, a produção de veículos foi de cerca de 164 mil unidades, uma queda que representa 21,9% em comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado é o pior já visto em um mês de agosto desde 2003.