De um termo criado por Jim O’Neill em 2001 até a entrada da África do Sul em 2011, veja como nasceu o bloco BRICS.
A história do BRICS não começou com um tratado internacional, mas sim com uma análise de mercado. Em 2001, o economista britânico Jim O’Neill, do banco Goldman Sachs, publicou um estudo em que apresentava uma projeção ousada: quatro países emergentes — Brasil, Rússia, Índia e China — teriam papel cada vez mais relevante na economia mundial. Para organizar a ideia, criou a sigla BRIC, formada pelas iniciais dessas nações.
Naquele momento, não existia nenhum compromisso político entre os países. O termo era apenas um conceito econômico, utilizado para ilustrar o crescimento acelerado dessas economias e seu potencial de influenciar decisões globais. Ainda assim, a expressão rapidamente ganhou espaço na mídia e chamou a atenção dos próprios governos envolvidos.
Da teoria à prática diplomática
O passo seguinte foi transformar a ideia em ação política. Em 2009, ocorreu a primeira cúpula dos BRIC, realizada em Ecaterimburgo, na Rússia. Foi nesse encontro que os líderes de Brasil, Rússia, Índia e China decidiram criar um espaço formal de diálogo. A reunião marcou a fundação oficial do grupo, que passou a ter identidade própria e a se apresentar como um bloco alternativo às potências tradicionais.
-
Petrobras foi proibida de atuar na distribuição após privatização da BR e consumidores pagam gasolina 25,5% mais cara no período
-
Comércio brasileiro renasce em julho de 2025: veja o ramo que lidera esta posição
-
Mais de 17 mil toneladas de asfalto, 11 milhões de m² de vegetação limpa e 30 novas viaturas: veja o impacto das obras no litoral de SP
-
Pedidos semanais de auxílio-desemprego nos EUA explodem para 235 mil e número de beneficiários já alcança quase 2 milhões
Na ocasião, os países discutiram formas de cooperação econômica, estratégias de desenvolvimento e mecanismos para enfrentar a crise financeira mundial. O encontro simbolizou uma nova etapa: o BRIC deixava de ser apenas uma previsão de economista para se tornar uma aliança diplomática com reuniões periódicas.
A chegada da África do Sul
Dois anos depois, em 2011, houve um movimento importante para ampliar a representatividade do grupo. A África do Sul foi convidada a integrar a aliança, adicionando o “S” à sigla e transformando o BRIC em BRICS. A entrada dos sul-africanos garantiu ao bloco presença em todos os continentes em desenvolvimento, reforçando o caráter global da iniciativa.
Com isso, o BRICS deixou de ser apenas uma coalizão de grandes economias emergentes da Ásia e América Latina, passando a incluir também a África, continente estratégico tanto em recursos naturais quanto em potencial de crescimento econômico.
O marco da criação
Portanto, a criação dos BRICS pode ser entendida em dois momentos. O primeiro foi a concepção da sigla por Jim O’Neill, que destacou o peso econômico de Brasil, Rússia, Índia e China no início dos anos 2000. O segundo foi a institucionalização do grupo em 2009, quando os líderes dessas nações decidiram se reunir oficialmente.