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Cráter na Terra cresce um milhão de metros cúbicos por ano devido às mudanças climáticas e ameaça liberar vírus antigos enterrados no permafrost

Escrito por Noel Budeguer
Publicado em 12/05/2024 às 11:20
mudanças climáticas - vírus - permafrost
Estudos recentes detalharam que o Cráter Batagaika, na Sibéria, está expandindo a uma taxa alarmante de um milhão de metros cúbicos por ano devido às mudanças climáticas. Em 2016, acredita-se que o degelo do permafrost tenha liberado o Bacillus anthracis, causador do antraz, que matou 2.649 renas e resultou em dezenas de pessoas doentes e na morte de uma criança

Estudos recentes detalharam que o Cráter Batagaika, na Sibéria, está expandindo a uma taxa alarmante de um milhão de metros cúbicos por ano devido às mudanças climáticas. Em 2016, acredita-se que o degelo do permafrost tenha liberado o Bacillus anthracis, causador do antraz, que matou 2.649 renas e resultou em dezenas de pessoas doentes e na morte de uma criança

O fenômeno devido às mudanças climáticas, conhecido como ‘Portal para o Inferno’, localizado na remota Sibéria, capturou a atenção não apenas de entusiastas do cinema, mas também de biólogos e ecologistas.

Este termo refere-se à crescente preocupação com o derretimento do permafrost subterrâneo nos polos, um problema que se agrava com a descoberta de vírus antigos, alguns com até 48.500 anos de idade, reativados pelo descongelamento do permafrost ártico.

Expansão do Crater Batagaika

Estudos recentes detalharam que o crater Batagaika na Sibéria está expandindo a uma taxa alarmante de um milhão de metros cúbicos por ano. Atualmente, este crater tem cerca de 1 km de comprimento e 800 m de largura no seu ponto mais largo, e seu crescimento está acelerando. Embora seja chamado de crater, o Batagaika é na verdade uma depressão termocárstica, uma espécie de sumidouro ou ‘mega-deslizamento’ provocado pelo colapso e fraturamento do solo devido à perda de permafrost. Foi descoberto em 1991, após essa abertura subterrânea se dividir ainda mais e arrastar consigo uma grande seção do terreno. Desde sua descoberta até 2007, seu crescimento foi documentado e é visível em diversos registros visuais.

Permafrost: Um Gigante nem tão Adormecido

O permafrost, apesar do nome, não é realmente permanente; é o solo que permaneceu a 0°C ou menos por mais de dois anos. Aproximadamente um quarto da superfície terrestre do hemisfério norte é composto por essa terra congelada, que pode variar de alguns metros de profundidade até quase um quilômetro. O problema reside no fato de que o aquecimento das temperaturas do ar está alimentando um ciclo de retroalimentação positiva no crater Batagaika, o que provavelmente não diminuirá enquanto houver gelo para derreter.

Consequências Ecológicas do Degelo devido às mudanças climáticas

Quando a camada de permafrost se degrada ou derrete, transforma-se de uma consistência de concreto para uma massa lamacenta, incapaz de sustentar a vegetação na superfície. À medida que as bordas do terreno colapsam, perdem-se as copas das árvores que protegem do sol (e do calor). Nesse ponto, a matéria orgânica antes preservada no gelo se decompõe e libera carbono na atmosfera, alimentando ainda mais o aquecimento global. Isso, claro, resulta em uma perda ainda maior de permafrost.

microorganismos antigos estão equipados para sobreviver muito tempo uma vez expostos à atmosfera terrestre, nem se nossa biologia e medicina modernas estão preparadas para enfrentar vírus novos que retornam após 50.000 anos de dormência

Os ‘Bichos’ Antigos e Seus Riscos

Não sabemos se esses microorganismos antigos estão equipados para sobreviver muito tempo uma vez expostos à atmosfera terrestre, nem se nossa biologia e medicina modernas estão preparadas para enfrentar vírus novos que retornam após 50.000 anos de dormência. Em 2016, acredita-se que o degelo do permafrost liberou o Bacillus anthracis, causador do antraz, que matou 2.649 renas e resultou em dezenas de pessoas doentes e na morte de uma criança.

Um Detalhe Irônico

E a boa notícia, qual é? Pois bem, esse crater se tornou de certa forma uma atração turística. Apesar de seus perigos, esse fenômeno natural atrai aqueles que desejam ver de perto as dramáticas transformações que nosso planeta enfrenta. O crater Batagaika e suas implicações não são apenas um lembrete dos desafios iminentes das mudanças climáticas, mas também um chamado à ação para entender e mitigar seus efeitos antes que seja tarde demais.”

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Noel Budeguer

De nacionalidade argentina, sou redator de notícias e especialista na área. Abordo temas como ciência, petróleo, gás, tecnologia, indústria automotiva, energias renováveis e todas as tendências no mercado de trabalho.

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