Empresa propõe parcelar verbas rescisórias em 15 vezes, gerando insatisfação entre trabalhadores. Novo modelo de trabalho é atribuído ao contrato com a Shein, o que gera incertezas na força de trabalho
No cenário atual, a Coteminas se prepara para uma mudança significativa em sua unidade em Blumenau, Santa Catarina. A empresa planeja demitir cerca de 700 funcionários, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores Têxteis de Blumenau, Gaspar e Indaial. Essa notícia, por si só, já causa grande impacto na região e entre os trabalhadores afetados.
Em uma reunião realizada na semana passada, a Coteminas trouxe mais informações sobre a demissão em massa. A empresa surpreendeu ao propor parcelar as verbas rescisórias dos funcionários em 15 vezes. Essa abordagem tem gerado insatisfação e preocupação entre a força de trabalho, que espera receber seus direitos de forma integral e imediata.
A Coteminas justifica essa medida como parte de um processo de ajuste de produção em sua unidade em Blumenau
A empresa afirma que está implantando um novo modelo de trabalho que demandará novos equipamentos industriais e uma adequação do quadro de pessoal. Apesar da explicação, os trabalhadores especulam que essa mudança esteja relacionada ao contrato firmado com a Shein, uma gigante asiática do varejo de moda.
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Não é incomum que empresas passem por reestruturações e ajustes operacionais. No entanto, é essencial que a comunicação e a negociação com os funcionários sejam realizadas de maneira transparente e justa. Nesse sentido, a forma como a Coteminas tem lidado com a situação tem gerado desconfiança e apreensão por parte dos trabalhadores.
A Coteminas, comandada por Josué Gomes da Silva, presidente da Fiesp, tem um importante contrato com a Shein para a produção nacional de moda
Esse acordo foi anunciado recentemente, com a presença do presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, em uma cerimônia que contou com representantes de ambos os lados. No entanto, a relação entre essa parceria e as demissões em Blumenau ainda não está clara.
Segundo relatos do diretor-presidente do sindicato dos trabalhadores, Carlos Alexandre Maske, a Coteminas informou que uma parte da unidade fabril será destinada ao atendimento do contrato com a Shein, especificamente no setor de beneficiamento. Esse setor é responsável por operações como tinturaria, secagem e acabamento dos tecidos. No entanto, o sindicato destaca que o número de funcionários dedicados a essa área é reduzido, o que gera preocupação sobre o impacto das demissões na capacidade de produção.
O contexto econômico também contribui para a tensão entre a Coteminas e seus funcionários
Nos últimos tempos, a indústria enfrenta dificuldades, que se agravaram durante a pandemia. O presidente do sindicato menciona que em 2022 a fábrica praticamente não produziu, o que levantou preocupações sobre o futuro do local de trabalho. Atrasos no depósito do FGTS e dos salários também foram identificados, o que gerou ainda mais incerteza e descontentamento entre a força de trabalho.
Sobre a Coteminas
A fábrica da Coteminas em Blumenau possui uma história de longa data, operando desde 1936 quando ainda era conhecida como Artex. Com foco principal na produção de toalhas, edredons, lençóis e fronhas, a empresa passou por mudanças ao longo dos anos, culminando na aquisição pela Coteminas em 2001. Durante a pandemia, a fábrica se adaptou e começou a produzir máscaras, buscando atender às demandas emergenciais do mercado.
Diante desse cenário desafiador, os trabalhadores de Blumenau se uniram em uma assembleia para criar uma comissão de negociação com a Coteminas. O objetivo é buscar uma solução que atenda aos interesses dos funcionários, incluindo a suspensão das demissões e o pagamento integral das verbas rescisórias. A possibilidade de uma manifestação em frente à Fiesp também está sendo considerada como forma de pressionar por uma resolução justa para todos os envolvidos.