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Brasscom revela que data centers representaram apenas 0,003% do consumo hídrico nacional em 2022 e devem alcançar 0,008% em 2029
Os data centers brasileiros consomem 3.080 vezes menos água que a indústria de transformação, de acordo com estudo divulgado pela Brasscom em agosto de 2025. O levantamento mostra que o setor respondeu por apenas 0,003% do consumo consuntivo nacional de água em 2022, o que corresponde a 2 bilhões de litros. No mesmo período, a indústria de transformação foi responsável por 9,4%.
Para efeito de comparação, o abastecimento humano representou 24% do total, enquanto a agricultura irrigada consumiu 53%.
O presidente da Brasscom, Affonso Nina, afirmou que a divulgação dos dados é essencial para evitar desinformação: “É importante informar a sociedade para que não haja desinformação sobre o assunto”, disse.
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Projeções para 2029
O estudo aponta que, em 2029, os data centers devem consumir 0,008% da água nacional, o equivalente a 30 bilhões de litros.
Apesar do crescimento, o percentual segue pouco significativo diante do total. O documento destaca ainda que cerca de 90% do parque brasileiro utilizará sistemas de refrigeração em circuito fechado até o fim da década.
Esse modelo demanda apenas o abastecimento inicial de 23 mil litros por megawatt instalado e reposições anuais de 10%. Portanto, o impacto segue restrito.
Consumo de energia
Além da água, o levantamento analisou o uso de energia elétrica. Em 2024, os data centers representaram 1,7% do consumo brasileiro, algo em torno de 11,3 TWh.
A projeção indica crescimento para 3,6% em 2029, acompanhando a expansão da capacidade instalada de TI, que deve evoluir de 843 MW para 2.192 MW no período.
Na cidade de São Paulo, maior polo nacional, os data centers responderam por 1,97% do consumo de energia em 2023, o equivalente a 0,53 TWh. Esse número reforça a importância do setor para a infraestrutura local.
Eficiência energética e inovação tecnológica
A Brasscom ressalta que os avanços em eficiência são constantes. O índice PUE (Power Usage Effectiveness), que mede a relação entre energia total consumida e energia destinada aos equipamentos de TI, vem apresentando queda.
Entre 2025 e 2030, a expectativa é de redução de 7,3%, atingindo média global próxima de 1,4.
No campo do resfriamento, novas soluções já estão em implantação. Entre elas, o direct-to-chip, que transfere calor diretamente para placas frias com líquido refrigerante, e a imersão em fluido dielétrico.
Essas tecnologias permitem ampliar a faixa térmica de operação dos equipamentos e reduzir gastos com água e energia.
Referências e impacto legislativo
O estudo foi elaborado pela Brasscom em parceria com a Associação Brasileira de Data Centers (ABDC) e contou com revisão técnica da Fundação Apolônio Salles (Fadurpe).
As bases incluem o Balanço Energético Nacional da EPE, a Agência Nacional de Águas (ANA) e informações de potência instalada fornecidas por associados do setor.
Affonso Nina também destacou que os resultados devem contribuir para o debate político. “Esperamos que o estudo possa contribuir positivamente para o debate durante a tramitação do ReData, quando este estiver em pauta no Congresso Nacional, para que os Legisladores possam tomar suas posições”, afirmou.
Com informações de Tele Síntese.
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