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Conheça a estação sísmica mais profunda: monitoramento a mais de 3.400 m no mar para detectar terremotos e tsunamis de forma eficiente

Publicado em 30/05/2025 às 21:40
Estação Sísmica, Estação, terremotos
A estação sísmica mais profunda do Mediterrâneo foi instalada a uma profundidade de mais de 3 quilômetros no Mar Jônico. A foto é uma reconstrução artística feita com IA.
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Estação sísmica mais profunda do Mediterrâneo amplia detecção de terremotos e fortalece sistemas de alerta na Itália

A ciência deu um passo importante para o monitoramento sísmico e de tsunamis no Mediterrâneo. Em outubro de 2024, foi instalada a estação sísmica mais profunda da região, localizada no Mar Jônico, a mais de 3.400 metros de profundidade.

O equipamento, agora totalmente operacional, amplia a capacidade de detecção de terremotos e fortalece os sistemas de alerta na Itália e em todo o Mediterrâneo.

A estação foi instalada a 3.443 metros de profundidade, na costa sudeste da Sicília, a cerca de 80 quilômetros de Portopalo di Capo Passero, em Siracusa. Essa nova estrutura faz parte da rede sísmica nacional italiana, administrada pelo Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV).

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Projeto multidisciplinar e cooperação internacional

O equipamento foi desenvolvido por uma equipe multidisciplinar formada por pesquisadores do INGV e do Instituto Nacional de Física Nuclear (INFN). A estação faz parte do programa PON Marine Hazard, financiado pelo Fundo para o Desenvolvimento e Coesão da programação 2014-2020.

Inicialmente, o objetivo era construir um protótipo funcional. Com o trabalho do grupo de pesquisa, o projeto superou as expectativas e já está conectado à grande infraestrutura subaquática KM3NeT/ARCA, o maior telescópio de neutrinos de águas profundas do Mediterrâneo.

Monitoramento acústico e transmissão em tempo real

Além de registrar abalos sísmicos, a estação também capta sons e ruídos nas profundezas marinhas. Essas informações são valiosas para entender o impacto ambiental das ondas acústicas no fundo do mar.

Os dados coletados são transmitidos em tempo real para os servidores de processamento do INGV, localizados no Centro de Processamento de Dados da sede do INFN em Portopalo di Capo Passero.

Essa transmissão é feita por meio de um cabo eletro-óptico submarino com cerca de 100 quilômetros de extensão.

Avanço tecnológico e científico

Segundo Sergio Scirè Scappuzzo, diretor científico do projeto Marine Hazard do INGV, “a implantação de uma infraestrutura desta escala representa um grande sucesso, lançando as bases para a exploração contínua de ambientes considerados inacessíveis até poucos anos atrás, com características únicas em seu gênero“.

Gianluca Lazzaro, tecnólogo do INGV envolvido no desenvolvimento e integração dos instrumentos, destacou que o projeto é fruto de uma forte colaboração científica e tecnológica.

Este empreendimento é o resultado de uma sinergia multidisciplinar e seu sucesso dá ainda mais valor à colaboração científica e tecnológica entre o INGV e o INFN, e enfatiza a importância da cooperação entre infraestruturas de pesquisa europeias, considerando também o apoio que recebemos do EMSO ERIC“, afirmou.

Trabalho conjunto de várias instituições

Os trabalhos envolveram várias unidades de pesquisa. Pelo INFN, participaram os Laboratórios Nacionais do Sul (INFN-LNS), a Seção de Bari (INFN-BA) e a Seção de Roma (INFN-RM1). Pelo INGV, atuou a Seção de Palermo.

Os pesquisadores do INGV de Palermo foram responsáveis pela instalação de sensores que medem condutividade, temperatura da água, pressão da coluna de água e pelas medições acústicas de baixa frequência.

Já o INFN-LNS cuidou da estrutura física da estação, da eletrônica de controle, da transmissão de dados e dos contêineres estanques, que resistem à alta pressão do fundo do mar.

Para Simone Biagi, gerente do KM3NeT/ARCA, e Angelo Orlando, coordenador técnico do projeto da estação, a instalação fortalece os laços entre o INFN e o INGV.

Destaca a relação de plena interação entre os dois institutos de pesquisa, além de fornecer ainda mais valor multidisciplinar à excelência científica representada pela infraestrutura KM3NeT/IDMAR“, afirmaram.

Apoio ao monitoramento sísmico e de tsunamis

O uso dessas tecnologias de ponta permite que a pesquisa avance no estudo de longo prazo das áreas mais profundas dos oceanos, regiões até então pouco observadas.

Esse avanço também contribui para o fortalecimento da comunidade científica europeia e facilita a transferência de conhecimento e tecnologia para empresas italianas.

A localização estratégica da estação MHPPL amplia significativamente o monitoramento geofísico italiano. Ela está situada numa área sismicamente ativa, entre a escarpa Ibleo-Maltesa e o Estreito de Messina, palco de eventos como o terremoto de 1990 na costa de Siracusa.

Com isso, a nova estação pode melhorar a identificação e análise de terremotos na zona de contato entre as placas africana e eurasiana.

Além disso, o sensor de pressão absoluta instalado permitirá, em breve, a integração da estação ao Centro de Alerta de Tsunamis do INGV. Esse reforço ao SiAM, o sistema nacional de alerta de tsunamis sísmicos, representa um avanço importante para a segurança das costas italiana e mediterrânea.

Com informações de Tempo.com.

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Romário Pereira de Carvalho

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