Arquiteto chinês desenvolve método de cidade-esponja para prevenir tragédias como as do Rio Grande do Sul. Descubra como essa inovação pode revolucionar a luta contra desastres naturais.
Com tantas cenas de destruição causadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul, uma pergunta tem sido bastante ponderada: o que as cidades podem fazer para evitar esse tipo de desastre natural? Uma das ideias mais inovadoras nessa área vem da China e envolve a criação de cidades-esponja, projetadas para absorver grandes volumes de água e prevenir tragédias.
Como funciona a cidade-esponja capaz de prevenir tragédias da China?
O chinês Kongjian Yu, atualmente um dos maiores arquitetos do mundo, é o inventor do conceito e afirma que nasceu em uma pequena vila que possui um rio. Yu viveu neste local por 17 anos como agricultor e isso lhe ensinou como trabalhar com a natureza.
A vila dele fica em uma área de monções, onde chove sem parar no verão. Quando se mudou para cidade grande, Yu entendeu por que elas inundam. Segundo ele, a natureza se adapta, é viva e o conceito de cidade esponja para prevenir tragédias é baseado no princípio de que a natureza regula a água.
- Internet de Elon Musk (Starlink) chega ao Brasil com desconto de MAIS DE 50% visando acabar com a concorrência e inovar na conectividade brasileira, chegando em QUALQUER parte do país
- Uma empresa revelou a primeira turbina a gás 100% movida a hidrogênio, inspirada no design de motores de aeronaves
- Um raro “Peixe do Juízo Final” de 3 metros, conhecido por supostamente prever terremotos, foi encontrado em costa dos EUA
- Super ímã 100.000x mais forte que o campo magnético da Terra pode revolucionar a energia nuclear
Yu é, hoje, o consultor do governo da China e já projetou em mais de 70 cidades, que atualmente são capazes de receber mais chuva do que caiu agora no Rio Grande do Sul. É importante mencionar que, em 2012, a capital da China Pequim passou por uma enchente que tirou a vida de mais de 80 pessoas. O evento gerou uma mobilização do governo do país para reverter a situação.
Saiba como funciona na prática a cidade-esponja para prevenir tragédias
Segundo o arquiteto que desenvolveu a solução, há três pontos principais em todos os projetos que ele faz. O primeiro ponto é reter a água assim que ela cai do céu, visto que Yu afirma que 20% da área de toda fazenda tem que ser reservada para água em sistemas de açudes, para que ela não acabe indo toda para o rio principal. E afirma que deve haver áreas grandes permeáveis: porosas, não pavimentadas.
O segundo passo para uma cidade-esponja para prevenir tragédias é reduzir a velocidade dos rios, visto que quando desacelera a água, é possível dar a oportunidade para a natureza absorvê-la. Para desacelerar, é necessário usar a vegetação e criar um sistema de lagos.
O terceiro ponto é adaptar as cidades para que elas tenham áreas alagáveis, para onde a água possa escorrer sem causar destruição: criar grandes estruturas naturais alagáveis para que a água possa ser contida por um tempo e, depois, rapidamente absorvida para o lençol freático sem invadir as casas.
O sistema foi implementado em Taizhou e Jinhua, na China, onde muros de concreto que canalizavam rios foram demolidos e substituídos por parques. Outras cidades do mundo, como Berlim, Copenhague e Nova York, também adotaram propostas parecidas para evitar catástrofes relacionadas às chuvas.
Outras vantagens do sistema criado pela China
Segundo o arquiteto, construir uma cidade-esponja para prevenir tragédias ajuda não apenas no enfrentamento da força da água no período de chuva, como também em mantê-la fluindo pelas torneiras durante os meses mais secos do ano.
Por aqui, as águas do Guaíba e dos rios que cortam o Rio Grande do Sul ainda não baixaram, mas o estado pensa em reconstrução.
Apesar de especialistas e autoridades classificarem que ainda não se pode fazer uma avaliação da tragédia, exemplos internacionais, como este da China, levantam debates sobre o que pode e deve ser feito para readequar as cidades diante da emergência climática. Segundo a Confederação Nacional de Municípios, apenas 22% dos gestores consideram que as cidades estão prontas para enfrentar as mudanças climáticas.