1. Início
  2. / Ciência e Tecnologia
  3. / Conheça a cidade-esponja, conceito criado na China que pode prevenir tragédias como as do RS
Tempo de leitura 3 min de leitura Comentários 0 comentários

Conheça a cidade-esponja, conceito criado na China que pode prevenir tragédias como as do RS

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 16/05/2024 às 00:35
Conheça a cidade-esponja, conceito criado na China que pode prevenir tragédias como as do RS
Foto: Parque alagável Yanweizhou, na cidade de Jinhua. (Turenscape/Divulgação) Leia mais em: https://super.abril.com.br/ciencia/o-que-sao-as-cidades-esponja-estrategia-usada-na-china-para-combater-enchentes

Arquiteto chinês desenvolve método de cidade-esponja para prevenir tragédias como as do Rio Grande do Sul. Descubra como essa inovação pode revolucionar a luta contra desastres naturais.

Com tantas cenas de destruição causadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul, uma pergunta tem sido bastante ponderada: o que as cidades podem fazer para evitar esse tipo de desastre natural? Uma das ideias mais inovadoras nessa área vem da China e envolve a criação de cidades-esponja, projetadas para absorver grandes volumes de água e prevenir tragédias.

Como funciona a cidade-esponja capaz de prevenir tragédias da China?

O chinês Kongjian Yu, atualmente um dos maiores arquitetos do mundo, é o inventor do conceito e afirma que nasceu em uma pequena vila que possui um rio. Yu viveu neste local por 17 anos como agricultor e isso lhe ensinou como trabalhar com a natureza.

A vila dele fica em uma área de monções, onde chove sem parar no verão. Quando se mudou para cidade grande, Yu entendeu por que elas inundam. Segundo ele, a natureza se adapta, é viva e o conceito de cidade esponja para prevenir tragédias é baseado no princípio de que a natureza regula a água.

Yu é, hoje, o consultor do governo da China e já projetou em mais de 70 cidades, que atualmente são capazes de receber mais chuva do que caiu agora no Rio Grande do Sul. É importante mencionar que, em 2012, a capital da China Pequim passou por uma enchente que tirou a vida de mais de 80 pessoas. O evento gerou uma mobilização do governo do país para reverter a situação.

Saiba como funciona na prática a cidade-esponja para prevenir tragédias

Segundo o arquiteto que desenvolveu a solução, há três pontos principais em todos os projetos que ele faz. O primeiro ponto é reter a água assim que ela cai do céu, visto que Yu afirma que 20% da área de toda fazenda tem que ser reservada para água em sistemas de açudes, para que ela não acabe indo toda para o rio principal. E afirma que deve haver áreas grandes permeáveis: porosas, não pavimentadas.

O segundo passo para uma cidade-esponja para prevenir tragédias é reduzir a velocidade dos rios, visto que quando desacelera a água, é possível dar a oportunidade para a natureza absorvê-la. Para desacelerar, é necessário usar a vegetação e criar um sistema de lagos.

O terceiro ponto é adaptar as cidades para que elas tenham áreas alagáveis, para onde a água possa escorrer sem causar destruição: criar grandes estruturas naturais alagáveis para que a água possa ser contida por um tempo e, depois, rapidamente absorvida para o lençol freático sem invadir as casas.

O sistema foi implementado em Taizhou e Jinhua, na China, onde muros de concreto que canalizavam rios foram demolidos e substituídos por parques. Outras cidades do mundo, como Berlim, Copenhague e Nova York, também adotaram propostas parecidas para evitar catástrofes relacionadas às chuvas.

Outras vantagens do sistema criado pela China

Segundo o arquiteto, construir uma cidade-esponja para prevenir tragédias ajuda não apenas no enfrentamento da força da água no período de chuva, como também em mantê-la fluindo pelas torneiras durante os meses mais secos do ano.

Por aqui, as águas do Guaíba e dos rios que cortam o Rio Grande do Sul ainda não baixaram, mas o estado pensa em reconstrução.

Apesar de especialistas e autoridades classificarem que ainda não se pode fazer uma avaliação da tragédia, exemplos internacionais, como este da China, levantam debates sobre o que pode e deve ser feito para readequar as cidades diante da emergência climática. Segundo a Confederação Nacional de Municípios, apenas 22% dos gestores consideram que as cidades estão prontas para enfrentar as mudanças climáticas.

Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais antigos
Mais recente Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x