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Como as despesas médicas declaradas no seu Imposto de Renda são checadas eletronicamente com a DMED, declaração obrigatória para médicos e hospitais

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 14/10/2025 às 10:19
A Receita Federal cruza automaticamente as despesas médicas da sua declaração do Imposto de Renda com a DMED, reduzindo erros e evitando cair na malha fina.
A Receita Federal cruza automaticamente as despesas médicas da sua declaração do Imposto de Renda com a DMED, reduzindo erros e evitando cair na malha fina.
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A Receita Federal cruza, de forma eletrônica, as despesas médicas declaradas na sua DIRPF com a DMED enviada por clínicas, hospitais, laboratórios, médicos, dentistas e planos de saúde para confirmar valores, CPFs e prestadores, reduzindo fraudes e acelerando glosas quando há divergência.

O controle das despesas médicas declaradas ganhou precisão com o envio anual da DMED, obrigação de prestadores de serviços de saúde. Na prática, o fisco compara o que você lança na ficha Pagamentos Efetuados com o que o consultório ou hospital informou ter recebido, por CPF, ao longo do ano-calendário.

Mas isso não é novidade, isso acontece desde 2017 conforme o LegisWeb, mas a tecnologia melhorou muito de lá para cá. Para o contribuinte, isso significa duas coisas. Primeiro, qualquer diferença de valor, CPF do beneficiário ou CNPJ/CPF do prestador dispara retenção em malha fina. Segundo, comprovantes organizados e dados idênticos ao que o prestador enviou são o caminho mais curto para liberar a restituição ou evitar imposto adicional.

O que é a DMED e quem precisa enviar

A Declaração de Serviços Médicos e de Saúde é um arquivo eletrônico entregue por hospitais, clínicas, laboratórios, consultórios, profissionais liberais da área de saúde e operadoras de planos.

Nela constam os valores recebidos de pessoas físicas, por CPF do paciente, referentes ao ano anterior.

A entrega é anual e consolidada por prestador.

Não é o paciente quem envia a DMED, mas é ele quem sofre os efeitos se o que declarou não bater com o que o prestador informou.

Por isso, recibos e notas precisam refletir exatamente o que foi pago, incluindo coparticipações, procedimentos e honorários.

Como a Receita cruza as despesas médicas declaradas

O processo é automatizado.

No seu IR, você informa CNPJ ou CPF do prestador, valor pago e CPF do beneficiário.

Do outro lado, a DMED traz o mesmo tripé de dados: quem pagou, quanto pagou e a quem pagou.

O sistema então executa dois confrontos centrais.

Confronto de identificação: o CPF do paciente que aparece na DMED precisa ser o mesmo CPF do beneficiário que você lançou.

Confronto de valores: o total pago que você informou precisa somar o mesmo que o prestador reportou ter recebido. Qualquer desvio gera pendência.

Quando cai em malha fina e o que acontece

A malha fina é acionada quando há divergência de CPF, valores diferentes, prestador inexistente ou omissão de informações.

Ao ser retido, o contribuinte é notificado a retificar ou apresentar comprovantes.

Sem comprovação adequada, a Receita glosa a despesa, recalcula o imposto e cobra a diferença com multa e juros.

Comprovação robusta libera o processamento.

Organização documental é decisiva para encurtar o tempo de análise.

Casos práticos que geram erro com frequência

Reembolso do plano de saúde. Se houve reembolso, não deduza o valor que o plano devolveu.

Dedutível é apenas a parte efetivamente suportada pelo contribuinte. Planos e clínicas reportam à Receita, e o desvio aparece.

Dependentes e alimentandos. A despesa precisa estar associada ao CPF correto de quem foi atendido e constar na sua declaração como dependente ou alimentando com pensão formalizada.

Troca de CPF do beneficiário é um erro clássico que trava a DIRPF.

Profissional autônomo x clínica. Se o atendimento foi em clínica, use o CNPJ da clínica.

Se foi direto com o médico pessoa física, use o CPF do médico. Misturar CNPJ e CPF do prestador invalida o cruzamento.

Pagamentos parcelados. Declare apenas o que foi pago no ano-calendário, não o valor total do tratamento.

Adiantamentos, sinal e parcelas entram conforme desembolso.

Documentos que sustentam a dedução

Guarde por cinco anos: recibos e notas fiscais com identificação do prestador, descrição do serviço, data, valor e CPF do paciente.

Relatórios de procedimentos, comprovantes de transferência, PIX ou cartão reforçam a trilha de auditoria.

Para planos de saúde, mantenha o informe anual e os comprovantes de coparticipação. Orçamentos, por si, não valem.

Recibos genéricos sem detalhamento são vulneráveis à glosa.

Como corrigir a tempo sem ampliar o problema

Percebeu divergência após enviar a declaração. Retifique imediatamente e alinhe os dados ao que o prestador reportou.

Fale com o consultório se identificar erro na DMED e peça correção junto à Receita.

Se for convocado para apresentar provas, leve a documentação completa. Explicações verbais sem comprovantes não bastam.

Retificação proativa e organização tendem a reduzir multas e acelerar a liberação.

Boas práticas para não cair na malha por DMED

Antes de declarar, peça ao prestador recibo com todos os campos e concilie com extratos. Evite arredondar valores.

Conferira o CPF do beneficiário na ficha Pagamentos Efetuados. Controle reembolsos e deduza apenas o que saiu do seu bolso.

Depois de enviar, monitore o processamento. Surgindo pendência, atue rápido.

Quanto mais cedo você corrigir, menor o risco de virar um processo demorado e custoso.

O que muda para médicos, clínicas e hospitais

Para quem presta serviços, a DMED é obrigatória e precisa refletir fielmente os recebimentos de pessoas físicas, por paciente.

Erros de preenchimento se propagam para milhares de declarações e multiplicam intimações.

Sistemas de gestão, recibos padronizados e rotina de conferência reduzem retrabalho.

Emitir documentos completos não é só compliance; é proteção para o paciente e para o prestador em caso de fiscalização.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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