Com o aumento das tensões no Oriente Médio, o mundo inteiro fica em alerta — e o seu bolso também. Entenda como esse conflito pode afetar diretamente o preço da gasolina aqui no Brasil.
O mundo está de olho no que acontece no Oriente Médio. Neste momento, os Estados Unidos e o Irã protagonizam uma escalada preocupante, com bombardeios, ameaças e decisões políticas que podem impactar diretamente a economia global. Um dos principais pontos de tensão: o possível fechamento do Estreito de Ormuz — por onde passa cerca de 20% do petróleo e gás natural do planeta.
Esse estreito, localizado entre o Irã e os Emirados Árabes Unidos, é uma verdadeira “veia do petróleo” global. Se for bloqueado, ainda que parcialmente, o preço do barril tende a disparar. E adivinha quem pode sentir primeiro no bolso? O Brasil.
Por que o Brasil seria um dos primeiros a sofrer?
Mesmo sendo um dos maiores produtores de petróleo do mundo, o Brasil ainda depende da importação de derivados prontos, como gasolina e diesel. Ou seja, o preço que pagamos nas bombas está atrelado ao valor internacional do barril. Se ele sobe, o combustível aqui sobe também.
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Além disso, uma alta prolongada no petróleo pressiona o frete, os alimentos e os produtos básicos. Tudo fica mais caro, e a inflação tende a subir. Como resposta, o Banco Central pode segurar a queda dos juros, dificultando o crédito e o consumo. Resultado? Menos crescimento econômico e mais aperto no orçamento das famílias.
Europa e Ásia também estão vulneráveis
Na Europa, a situação é ainda mais delicada. Sem poder contar com a energia da Rússia, os países do bloco dependem fortemente do petróleo do Oriente Médio. Um corte no fornecimento pode trazer apagões e recessão, segundo alertam analistas europeus.
Na Ásia, países como China, Índia e Coreia do Sul importam grande parte do seu petróleo pelo Estreito de Ormuz. Um fechamento forçaria esses países a buscar novas rotas e fornecedores — o que pode gerar uma disputa por barris disponíveis e elevar ainda mais os preços.
E o Irã, vai mesmo fechar o estreito?
O parlamento iraniano já aprovou o bloqueio. Mas para se tornar realidade, a medida ainda precisa do aval do Conselho de Segurança Nacional e do líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei. O problema é que essa decisão afetaria até países que hoje são neutros ou simpáticos ao Irã, como a própria China. Fechar o estreito seria, portanto, um tiro no pé diplomático, além de escalar ainda mais o conflito.
Mesmo assim, a ameaça já é suficiente para mexer com os mercados. Nesta segunda-feira, o preço do barril subiu e chegou aos maiores níveis dos últimos cinco meses.
O que pode acontecer nos próximos dias?
Nos bastidores, diplomatas da União Europeia, dos Estados Unidos e da Casa Branca tentam conter a escalada. A chefe da diplomacia europeia, Caia Kalas, alertou que qualquer retaliação envolvendo o Estreito de Ormuz “não seria bom para ninguém”. Do lado americano, a Casa Branca insiste que não busca uma mudança de regime no Irã, mas afirma que os EUA estão prontos para responder a qualquer novo ataque.
Enquanto isso, os investidores avaliam os riscos. Por ora, o petróleo estável alivia o mercado, mas todos sabem que qualquer passo em falso pode disparar uma nova crise energética global.
Conclusão: respinga no nosso bolso
Com a tensão no Golfo Pérsico, o Brasil pode ser um dos primeiros países a sentir o impacto econômico. Isso porque, apesar de exportar petróleo, importa combustíveis prontos e tem uma economia ainda vulnerável à variação dos preços internacionais. Se o barril disparar, vem junto o aumento da gasolina, do diesel, da inflação — e das dificuldades para o Banco Central cortar os juros.
Mais uma vez, um conflito do outro lado do mundo pode chegar bem rápido à sua carteira. E, por enquanto, a única certeza é a incerteza.
As informações deste artigo foram baseadas em cobertura jornalística publicada pelo portal G1 em 23 de junho de 2025, incluindo dados sobre a escalada do conflito no Oriente Médio, impacto no mercado de petróleo e reações diplomáticas globais.
Com gasolina mais cara, fretes pressionados, alimentos subindo e o fantasma de uma nova greve de caminhoneiros no ar — o que mais esse conflito pode desencadear? Nos resta ficar atentos aos próximos desdobramentos.