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Com instabilidade no mercado de petróleo mundial em razão da guerra na Ucrânia, Bento Albuquerque discorre sobre o pedido dos Estados Unidos ao Brasil e outras medidas realizadas no país

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 15/03/2022 às 10:54
petróleo, Estados Unidos, Brasil
Foto: Reprodução Google Imagens (via SoCientífica)

Em reunião sobre cenário do petróleo mundial com ministro do Brasil, representante dos Estados Unidos solicita ampliação da produção

Em razão da guerra na Ucrânia, o mercado global anda muito instável, sendo o principal reflexo na disparada do preço do barril de petróleo. Nesse sentido, os Estados Unidos chegaram a solicitar ao Brasil que aumente sua produção. Jennifer Granholm, secretária de energia do governo estadunidense, realizou o pedido a Bento Albuquerque, ministro de Minas e Energia, ao longo de uma videoconferência na última quinta, dia 10 de março.

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Segundo o portal Valor, no dia seguinte, o ministro brasileiro afirmou que a reunião com a representante estadunidense foi útil para debater a “conjuntura internacional”, que vem oscilando desde o início do conflito na Europa. Grande parte da conversa foi para discutir a necessidade de ampliar a produção de petróleo no mundo com urgência.

“Os países que têm estoque, como Estados Unidos, Japão, Índia e outros, estão liberando. Mas também tem que ter o esforço de aumento da produção. Ela [Jennifer Granholm] me perguntou se o Brasil poderia fazer parte desse esforço, e eu falei ‘claro que pode’. Já estamos aumentando a produção, enquanto a maioria dos países da OCDE, reduziu. Nós aumentamos nossa produção nos últimos três anos”, contou o Albuquerque.

O ministro de Minas e Energia informou que os integrantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) irão disponibilizar 60 milhões de metros cúbicos de petróleo ao longo dos dois próximos meses. De acordo com ele, a medida visa evitar a instabilidade do preço do petróleo no mercado global.

Ele reconheceu que o grande “desbalanceamento” entre oferta e procura, agravado pelo conflito entre Rússia e Ucrânia, pode ultrapassar o problema de aumento dos valores e ocasionar a falta de fornecimento aos mercados. “Talvez não tenha diesel para atender a demanda de todos os países”, concluiu. Albuquerque explicou ainda que as reservas de óleo diesel nos EUA estão 20% mais baixas, assim como os estoques dos países do Oriente Médio, que também foram afetados, com uma queda de 40% nas reservas do combustível.

Além disso, o ministro disse que, aqui no Brasil, o armazenamento é supervisionado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). Conforme ele, as reservas necessitam ser mantidas em níveis maiores à medida que os tanques de estoque estiverem mais distantes das refinarias.

Risco de desabastecimento de petróleo e alta nos combustíveis

A preocupação acerca do desabastecimento de petróleo foi responsável pela criação do Governo de um comitê de monitoramento, constituído por órgãos do governo, a fim de acompanhar o cenário todos os dias.

Em relação à alta dos combustíveis, Albuquerque afirmou que essa não é uma preocupação exclusiva do país, visto que a disparidade entre oferta e demanda não começou na Guerra da Ucrânia, apenas foi intensificada.

“Na retomada econômica do mundo em 2021, começou a haver aumento da demanda. Ocorre que a oferta não se recupera imediatamente. O aumento da produção de óleo e gás leva um determinado tempo, além de que os investimentos nestes setores foram reduzidos”, explicou ele. O ministro enfatizou também que o Brasil foi o único país a acrescentar 17% no valor do óleo e 22% no do gás.

O Brasil ainda não é capaz de processar o óleo gruto extraído dos campos, portanto, precisa importar derivados para atender o mercado nacional. Segundo Albuquerque, o país é fortemente dependente dos produtos externos, considerando que aproximadamente 30% do diesel e do GLP consumidos pelos brasileiros vêm do exterior.

Quanto às medidas para controlar a disparada dos combustíveis, o ministro disse que uma parcela delas precisa de tempo para apresentar resultados, como o fundo de estabilização de preços. “Fundos não nascem da noite para o dia. Estoques também não são estabelecidos tão rápido assim”, finalizou.

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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