Safra recorde de grãos e expansão da agropecuária devem impulsionar indústria, serviços e manter a economia em crescimento em 2025
O boom do agronegócio segue como um dos principais motores do crescimento econômico brasileiro em 2025. Com projeções de safra recorde e uma alta de mais de 10% no setor no primeiro trimestre, a agropecuária deve puxar para cima o Produto Interno Bruto (PIB), mesmo representando uma fatia pequena da economia por si só.
Segundo analistas consultados pelo Projeções Broadcast e dados do IBGE, o PIB agropecuário deve ter subido cerca de 12,8% entre janeiro e março, o que sustenta a estimativa de avanço de 1,5% da economia brasileira no período. O impacto positivo, no entanto, não fica restrito ao campo — indústria e serviços também se beneficiam diretamente desse crescimento.
Safra histórica de soja e milho puxa a recuperação
A safra de grãos de 2025 será a maior da história do Brasil, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola do IBGE. São esperadas 328,4 milhões de toneladas, crescimento de 12,2% em relação a 2024. Só a soja deve alcançar 164,2 milhões de toneladas, alta de 13,3%. Já o milho deve somar 128,2 milhões de toneladas, com aumento de 11,8%.
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Esse volume recorde está ligado a condições climáticas favoráveis e tecnologia no campo, mas também estimula outros setores econômicos. A indústria de fertilizantes, defensivos, máquinas agrícolas e toda a cadeia logística se mobiliza para atender a produção. O transporte, os serviços e o comércio local também ganham força.
De acordo com levantamento do Cepea em parceria com a CNA, o agronegócio representou 23,2% do PIB brasileiro em 2024, somando R$ 2,72 trilhões. Esse número engloba não só a produção agrícola, mas toda a cadeia — antes e depois da porteira — como frigoríficos, transportadoras e indústrias de alimentos.
Interior do país impulsiona o crescimento regional
Os Estados do Centro-Oeste lideram a produção nacional de grãos em 2025, com destaque para Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e o Distrito Federal, que juntos devem responder por 50,4% da colheita de cereais, leguminosas e oleaginosas. Com isso, a região deve ser a única a acelerar o PIB neste ano, de acordo com projeções do FGVAgro.
Esse dinamismo regional vai além do campo. Com o aumento da produção, cresce também a demanda por infraestrutura, educação, saúde, alimentação e serviços urbanos. O boom do agronegócio gera empregos, movimenta a construção civil e fortalece o comércio local, criando um ciclo positivo de desenvolvimento.
Segundo o economista Felippe Serigati, da FGVAgro, “a montanha de soja produzida no país precisa ser levada à indústria, ao mercado interno ou ao porto, o que aquece toda a cadeia — da agroindústria à escolinha infantil no interior”.
Agropecuária como motor silencioso da economia
Embora represente apenas 6% a 7% do PIB diretamente, segundo o IBGE, a agropecuária tem alto poder de irradiação. A economista Natália Cotarelli, do Itaú, destaca que, assim como em 2023, o bom desempenho do campo se espalha para a indústria e os serviços. A expectativa do banco é que esse cenário se repita ao longo de 2025, sustentando a economia mesmo com desafios no setor externo.
Além da agricultura, a pecuária também surpreendeu positivamente. Com preços estáveis e demanda crescente, o setor contribui para a estimativa otimista do PIB agro no ano. A combinação de produtividade elevada, exportações firmes e encadeamento com outras atividades garante ao agronegócio um papel de destaque no crescimento nacional.
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