Cientistas do Reino Unido passaram a utilizar hidrogênio na fusão nuclear, e graças a essa combinação foi possível produzir 11 MW de energia em apenas 5 segundos
Cientistas de um laboratório em Oxfordshire, no Reino Unido, anunciaram uma evolução na criação de um processo de fusão nuclear para a geração de energia renovável. O laboratório Joint European Torus (JET), que conta com estudos da Europa em relação aos assuntos, conduziu testes que fundiram duas formas de hidrogênio, gerando 59 megajoules de energia em cinco segundos. Esse resultado equivale a 11 MW e é mais que o dobro do que foi alcançado em testes parecidos na década de 90.
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Fusão nuclear a partir do hidrogênio demonstra resultados positivos
O chefe de operações do laboratório do reator, Joe Milnes, considera que o experimento dos cientistas é um procedimento que coloca todos a um passo mais perto da energia de fusão nuclear. Joe destaca que os pesquisadores demonstraram que podem criar uma miniestrela a partir do hidrogênio dentro de uma máquina e mantê-la por cinco segundos, obtendo alto desempenho.
Até então, a energia renovável gerada não é tão expressiva, podendo ferver cerca de 60 chaleiras de água. Entretanto, sua importância está no sucesso de seus testes, tendo em vista que o projeto servirá como base para um reator de fusão nuclear a partir do hidrogênio ainda maior para o projeto ITER, na França.
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De acordo com Ian Chapman, presidente-executivo da JET, os experimentos dos cientistas no laboratório em Oxfordshire serviu de exemplo para a produção de energia renovável com a combinação de hidrogênio, caso contrário haveria preocupações reais sobre se o ITER poderia alcançar suas metas. Isso foi algo perigoso, e o fato dos cientistas conseguirem foi devido à competência das pessoas e à confiança delas na busca científica.
Usinas de fusão nuclear a partir do hidrogênio poderão substituir os combustíveis fósseis
O projeto ITER, no sul da França, conta com o apoio de um consórcio de governos, onde os Estados Unidos, Rússia, China e membros da União Europeia estão inclusos, para a primeira aplicação lucrativa da fusão nuclear a partir do hidrogênio.
A estimativa dos países apoiadores do estudo é que ele seja utilizado em larga escala a partir de 2050. Caso sejam bem sucedidas, as usinas de fusão nuclear a hidrogênio substituiriam a principal fonte de poluição: os combustíveis fósseis, tendo em vista que a energia renovável da fusão não geraria gases de efeito estufa, e sim pequenas quantidades de resíduos radioativos de curta duração.
Entretanto, nos estudos dos cientistas de 1997, o laboratório utilizou bases construídas com carbono, que absorve trítio, um elemento radioativo. Nos testes atuais, foram utilizados novos revestimentos com metais tungstênio e berílio.
Entenda como os cientistas produziram a energia renovável combinando hidrogênio
A fusão nuclear parte do princípio que a energia pode ser gerada de um processo onde núcleos atômicos são colocados uns contra os outros e, para isso, os cientistas desenvolveram uma solução onde um plasma gerado de dois isótopos de hidrogênio é mantido dentro de um campo magnético em forma de rosquinha.
Sendo assim, são expostos a altas temperaturas de forma que nenhuma substância possa resistir. Isso também ocorre no núcleo do Sol, onde grandes pressões gravitacionais permitem que isso aconteça, a temperaturas de aproximadamente 10 milhões de graus Celsius.