Tesouro: Cientistas transformaram um problema ambiental em uma oportunidade econômica ao descobrir que um lixo tóxico contém metais raros de grande valor, avaliados em impressionantes US$ 8,4 bilhões.
Uma pesquisa recente revelou um fato pode te surpreender: resíduos tóxicos de carvão podem esconder um valioso tesouro de metais raros para a transição energética. Segundo a CNN, milhões de toneladas de cinzas de carvão, resultado da queima do combustível fóssil mais poluente, estão armazenadas em lagoas e aterros sanitários nos Estados Unidos, frequentemente contaminando solos e cursos d’água.
Agora, cientistas deescobriram que esse lixo tóxico contém até 11 milhões de toneladas de elementos de terras raras, com valor estimado em US$ 8,4 bilhões.
Um tesouro escondido
Esses metais, conhecidos como elementos de terras raras, incluem nomes como neodímio, ítrio e escândio. Eles são cruciais para tecnologias limpas, como veículos elétricos, turbinas eólicas e painéis solares. Embora não sejam raros na natureza, sua extração é complexa, e a oferta atual não atende à crescente demanda global.
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Com a busca por fontes renováveis e a transição para longe dos combustíveis fósseis, a necessidade por esses metais deve crescer até sete vezes até 2040, segundo a Agência Internacional de Energia.
No entanto, os Estados Unidos possuem poucas reservas e dependem de importações, principalmente da China, que domina o mercado global. Isso levanta questões de segurança e vulnerabilidade na cadeia de suprimentos.
Alternativa sustentável
O estudo liderado pela Universidade do Texas em Austin identificou nas cinzas de carvão uma oportunidade única para ampliar as reservas nacionais de terras raras sem recorrer à mineração tradicional.
A pesquisadora Bridget Scanlon, autora do estudo, destacou: “Estamos transformando lixo em tesouro, fechando o ciclo ao recuperar recursos valiosos de resíduos tóxicos.”
Atualmente, os Estados Unidos produzem cerca de 70 milhões de toneladas de cinzas de carvão por ano. Além disso, há mais de 2 bilhões de toneladas armazenadas em locais variados. Essas cinzas contêm pequenas concentrações de elementos de terras raras, mas em quantidades suficientes para justificar a extração.
Regiões e potencial de extração
A origem do carvão desempenha um papel importante na viabilidade da extração. Segundo o estudo, as cinzas da Bacia dos Apalaches apresentam maior concentração de metais, mas apenas 30% podem ser extraídos. Já as cinzas da Bacia do Rio Powder, que abrange Wyoming e Montana, contêm menores concentrações, porém com uma taxa de extração de até 70%.
Esses números ressaltam a viabilidade econômica do processo, como explicou Davin Bagdonas, coautor do estudo: “O carvão já foi processado para gerar energia. Isso significa que parte do trabalho inicial de extração já foi feito para nós.”
Desafios Econômicos e Ambientais
Apesar do potencial, o processo de extração ainda enfrenta desafios financeiros. Segundo Paul Ziemkiewicz, diretor do Water Research Institute da West Virginia University, os custos são significativos. A extração exige ácidos e bases fortes, que não apenas encarecem o processo, mas também aumentam os riscos ambientais.
Outro ponto levantado é que as cinzas de carvão, além de metais valiosos, contêm contaminantes perigosos, como mercúrio, arsênio e chumbo. A extração de terras raras não elimina a necessidade de gerenciar adequadamente esses resíduos tóxicos.
Soluções e Investimentos
Os autores do estudo sugerem que o valor dos metais extraídos poderia financiar melhorias no armazenamento e no tratamento das cinzas. Em abril deste ano, o governo Biden anunciou um investimento de US$ 17,5 milhões em projetos para extrair terras raras do carvão e de seus resíduos. A secretária de Energia, Jennifer Granholm, destacou que essa iniciativa pode fortalecer a segurança nacional e revitalizar comunidades de mineração e energia.
Essa estratégia é vista como uma forma de reduzir a dependência externa sem incentivar a queima de mais carvão. “O foco será o reaproveitamento de resíduos legados”, afirmou Scanlon. Segundo ela, o objetivo é ampliar o uso de subprodutos do carvão, minimizando danos ambientais.
Oportunidades futuras com esse tesouro
Embora alguns temam que o valor das cinzas de carvão possa ser usado para justificar o aumento da produção de carvão, especialistas garantem que a dependência futura será dos resíduos já existentes.
O Departamento de Energia dos EUA reforça que o objetivo principal é explorar alternativas sustentáveis e extrair o máximo valor desses resíduos, sem estimular o uso contínuo do carvão como combustível.
Essa descoberta traz uma nova perspectiva sobre a transição energética. Em vez de descartar resíduos tóxicos, há uma oportunidade de transformá-los em recursos essenciais para a revolução das energias limpas. Com a demanda por tecnologias renováveis crescendo, os elementos de terras raras extraídos das cinzas de carvão podem ser a chave para um futuro mais sustentável.