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Cientistas desenvolvem novo filtro capaz de purificar água usando apenas energia solar como fonte de alimentação

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 26/04/2022 às 11:17
Atualizado em 27/04/2022 às 00:02
Cientistas - filtro - energia solar -
Imagem: Ecole Polytechnique Federale de Lausanne

Cientistas desenvolveram novo tipo de filtro capaz de limpar impurezas como bactérias e vírus da água utilizando apenas energia solar. O novo produto é de baixo custo, eficiente e não necessita de nenhuma outra fonte de energia além da renovável

Cientistas da Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL), na Suíça, produziram um novo tipo de filtro capaz de purificar água utilizando apenas a energia solar como fonte de alimentação. O equipamento é produzido com nanotubos de carbono e nanofios de dióxido de titânio. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 2 bilhões de pessoas consomem água contaminada por fezes no mundo inteiro e, até 2040, grande parte da população do planeta sofrerá com o estresse hídrico que será gerado devido à insuficiência de água potável disponível.

Entenda como funciona o filtro movido à energia solar

Esquema de funcionamento do filtro purificador de água (Imagem: Reprodução/EPFL)

De acordo com o autor principal do estudo, o professor de física Lászlo Forró, ao juntar químicos, biólogos e físicos em um único projeto, foi possível desenvolver um filtro de purificação de água bastante eficiente, que não precisa de nenhuma outra fonte além da energia solar e ainda consegue ser acessível para pessoas de baixa renda.

Durante os testes realizados em laboratório, os cientistas descobriram que os nanofios de dióxido de titânio sozinhos já eram capazes de atuar como um filtro de água de forma eficiente quando expostos à luz solar. Quando os nanotubos de carbono foram adicionados, foi possível obter uma camada de descontaminação extra, capaz de matar patógenos como vírus e bactérias.

De acordo com os cientistas, quando a luz ultravioleta da energia solar atinge o filtro, faz com que o dispositivo produza um grupo de moléculas que são chamadas de espécies reativas de oxigênio, incluindo peróxido de hidrogênio, oxigênio e hidróxido, elementos que são reconhecidos como aniquiladores eficientes de diversos tipos de patógenos nocivos à saúde.

Segundo o autor principal do estudo, além de ter sucesso na capacidade de remoção de todos os patógenos da água, o filtro que utiliza energia solar também mostrou resultados ótimos para a eliminação de micro poluentes, como pesticidas, cosméticos e resíduos de medicamentos descartados nos rios e mares que não possuem nenhum tipo de tratamento.

Novo filtro à base de energia solar dos cientistas poderá ser utilizado para descontaminar fontes de abastecimento

Patógenos removidos pelo filtro movido a energia solar (Imagem: Reprodução/EPFL)

O novo filtro foi capaz de remover diversos tipos de patógenos bacterianos da água, como campylobacter jejuni, responsável por causar a diarreia, giardia lamblia, um microrganismo indutor de infecção intestinal, salmonela, bactéria E. Coli, vírus responsável pela hepatite A e legionella pneumophila, que é responsável por grande parte das infecções pulmonares nos humanos.

O objetivo dos cientistas é que o novo filtro, que utiliza energia solar, possa ser utilizado na descontaminação de fontes de abastecimento sem que seja necessário aplicar grandes investimentos durante o processo, tendo apenas a energia solar como fornecedora de energia.

De acordo com o professor, o protótipo pode disponibilizar água potável até mesmo em lugares remotos, para pequenas populações pobres em regiões mais afastadas, podendo ser ampliado facilmente para suprir as necessidades de vilarejos e aldeias inteiras que sofrem com a falta de água no dia a dia.

Novos dispositivos de geração de água potável

No ano passado, cientistas da Moonshot Factory, da Alphabet, desenvolveram um equipamento que utiliza energia solar para retirar água do ar, o que poderia acabar com a escassez de bilhões de pessoas ao redor do mundo por meio da energia renovável.

De acordo com os desenvolvedores, em uma área de coleta de energia solar de 1 m², é possível produzir até 5 L de água potável por dia. Entretanto, esse nível de desempenho só é possível em algumas condições com temperatura e luz solar suficientes, e ter umidade relativa de pelo menos 30%. Isto é, embora seja muito útil em climas tropicais, é improvável que possa atender às demandas daqueles que vivem em ambientes áridos.

Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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