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Cientistas chineses afirmam ter descoberto uma maneira de usar aço para construir mísseis hipersônicos e atingir velocidades 9.800 km/h

Escrito por Lucas Carvalho
Publicado em 26/09/2024 às 00:06
mísseis hipersônicos, aço
Foto: Reprodução

Cientistas chineses revelam uma descoberta surpreendente: o uso de aço para construir mísseis hipersônicos capazes de atingir velocidades impressionantes de até 9.800 km/h, transformando a tecnologia militar.

Relatórios recentes da China indicam que o país está progredindo na criação de mísseis hipersônicos feitos de aço, capazes de atingir velocidades de Mach 8, ou aproximadamente 9.800 km/h. Cientistas chineses acreditam que o uso de aço em vez do tungstênio tradicional, que é mais caro e raro, pode revolucionar a produção dessas armas.

A nova tecnologia de proteção térmica desenvolvida permite que o aço suporte as altíssimas temperaturas resultantes do voo hipersônico.

Essa descoberta foi detalhada em um estudo publicado no periódico Acta Armamentarii, conduzido por uma equipe de cientistas liderada pelo professor Huang Fenglei, do Instituto de Tecnologia de Pequim.

Eles propuseram o uso de aço inoxidável de alta resistência no cone de nariz dos mísseis antinavio, o que pode reduzir significativamente os custos de fabricação de mísseis hipersônicos, permitindo sua produção em massa.

mísseis hipersônicos, aço
Photo: Weibo

No entanto, um dos principais desafios técnicos para o uso do aço em mísseis hipersônicos é seu ponto de fusão, que é de 1.200 graus Celsius. Um míssil hipersônico pode atingir temperaturas superiores a 2.500 graus Celsius durante o voo.

Para resolver isso, os cientistas criaram uma proteção térmica adicional para o cone de nariz de aço, usando cerâmica de temperatura ultra-alta e uma camada de aerogel, que age como isolante térmico.

Impacto global da substituição de tungstênio por aço

Atualmente, muitos países utilizam ligas de tungstênio em seus mísseis hipersônicos, devido ao seu ponto de fusão mais elevado, acima de 1.600 graus Celsius. No entanto, o tungstênio é um metal raro e caro, controlado principalmente por empresas chinesas, o que torna sua substituição uma prioridade global. A inovação no uso de aço em vez de tungstênio pode permitir a fabricação de mísseis mais acessíveis e em maior escala.

Se a tecnologia de mísseis hipersônicos com aço se concretizar, a China terá uma vantagem significativa nessa corrida tecnológica. Além disso, o desenvolvimento de sistemas de resfriamento mais avançados, como o recente dispositivo criado por cientistas chineses, pode estender o tempo de voo desses mísseis, tornando-os ainda mais eficientes em cenários de guerra.

Além da China, a Rússia também tem utilizado mísseis hipersônicos, principalmente em seu conflito com a Ucrânia, e os Estados Unidos estão testando suas próprias versões, mas com resultados limitados até o momento. A França, por sua vez, obteve sucesso no teste do veículo hipersônico Vmax em 2023. No entanto, a China parece estar à frente dos concorrentes, com uma visão clara de produzir essas armas em massa e a custos reduzidos, consolidando sua posição como uma líder no desenvolvimento de mísseis hipersônicos.

A substituição do tungstênio por aço, combinada com uma nova tecnologia de proteção térmica, poderia transformar radicalmente o futuro dos armamentos hipersônicos. A capacidade de atingir velocidades de Mach 8 e produzir mísseis a baixo custo colocaria a China em vantagem estratégica, influenciando diretamente o equilíbrio de poder mundial.

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Lucas Carvalho

Jornalista experiente com ampla atuação na cobertura de temas relacionados a petróleo, gás e energia renovável. Especialista em análises aprofundadas e tendências do setor, com enfoque em inovações tecnológicas e impacto ambiental. Autor de artigos relevantes na área.

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