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China enviará tijolos ao espaço para testar a construção de base na Lua — materiais serão expostos a condições extremas de temperatura e radiação

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 22/09/2024 às 11:26
Lua, China, Construção
Foto: Reprodução

A China está enviando tijolos de amostra ao espaço para estudar como eles se comportam sob as condições extremas da Lua, com o objetivo de construir uma base de pesquisa. Saiba como essa missão pode revolucionar a construção lunar!

A China está avançando cada vez mais com seus ambiciosos planos espaciais e se prepara para testar tijolos feitos de solo lunar simulado em condições extremas no espaço. Esses tijolos de amostra serão enviados a partir da estação espacial Tiangong no próximo mês, por meio da nave de carga Tianzhou-8, em um experimento inovador para avaliar se eles podem ser utilizados na construção de uma base de pesquisa na Lua.

A base lunar, chamada de Estação Internacional de Pesquisa Lunar (ILRS, na sigla em inglês), é um dos principais objetivos de Pequim para os próximos anos.

A China planeja construir essa instalação científica e de exploração até 2035, com foco na região do polo sul lunar.

O envio de tijolos ao espaço é um passo importante nessa direção, pois permitirá aos cientistas chineses observar como o material se comporta sob condições extremas de temperatura e radiação, características do ambiente hostil da Lua.

Foto: Reprodução

Testando a resistência dos tijolos

Os tijolos que serão enviados para o espaço foram feitos com solo lunar simulado, criado para imitar a composição do regolito lunar.

Em testes na Terra, esses tijolos alcançaram uma resistência impressionante de até 100 megapascais, o que os torna mais fortes do que o concreto comum.

Para fins de comparação, os tijolos de barro padrão têm uma resistência que varia entre 10 e 20 megapascais, enquanto os tijolos de alta resistência utilizados em algumas construções podem chegar a 50 megapascais.

O experimento que ocorrerá no espaço será crucial para determinar se esse material pode suportar as condições lunares.

Durante três anos, os cientistas vão monitorar a degradação das amostras de tijolos expostas às condições adversas de radiação e mudanças de temperatura. S

e bem-sucedido, o projeto pode viabilizar a construção da ILRS com materiais locais, evitando o envio de grandes quantidades de material da Terra, o que seria extremamente caro e complexo.

A Estação Internacional de Pesquisa Lunar (ILRS)

Foto: hust.edu.cn

A ILRS é uma iniciativa que reflete as crescentes ambições da China no cenário espacial internacional. Com a meta de construir uma base lunar até 2035, o projeto é desenhado para ser expansível e sustentável, permitindo tanto operações robóticas de longo prazo quanto missões humanas de curta duração.

A base lunar chinesa terá, além de seu papel na pesquisa científica, o objetivo de desenvolver recursos na Lua, como água e minerais, que podem ser cruciais para futuras missões de exploração mais profundas no espaço.

O projeto está dividido em duas fases. Na primeira, será construída uma instalação básica no polo sul lunar. Já a segunda fase, com previsão de conclusão até 2050, expandirá a infraestrutura para conectar diferentes regiões da Lua, como o equador e o lado distante.

Além de ser um marco para a exploração espacial chinesa, a ILRS também busca fomentar a colaboração internacional. Desde 2017, a Administração Espacial Nacional da China (CNSA) tem convidado países a se juntarem à iniciativa, com mais de 40 instituições globais já assinando documentos de cooperação.

A ILRS adota os princípios de consulta mútua, construção conjunta e benefícios compartilhados, promovendo parcerias que incluem desde o desenvolvimento de conceitos até a participação em missões completas.

Colaboração global na exploração da lua

A participação internacional no programa lunar da China não é novidade. Missões anteriores, como a Chang’e-6, já contaram com a cooperação de países como França, Itália e Paquistão. E o futuro do programa ILRS promete continuar nessa linha.

A missão Chang’e-7, prevista para 2026, levará seis instrumentos científicos internacionais, enquanto a Chang’e-8, programada para 2028, incluirá 200 quilos de carga útil internacional, integrando esses elementos ao modelo básico da ILRS.

Wu Yanhua, projetista-chefe do maior projeto de exploração do espaço profundo da China, destacou que o país está incentivando a criação de organizações internacionais para fortalecer a colaboração em torno do ILRS.

Entre essas instituições estão um comitê de cooperação, um comitê consultivo de especialistas e alianças de inovação tecnológica e científica, além de uma sede de coordenação.

Rumo a uma nova era de exploração lunar

Os próximos anos serão decisivos para a exploração lunar, e a China está se posicionando como uma das líderes nesse campo.

Com a construção da ILRS e o contínuo avanço de seus programas espaciais, Pequim busca não apenas fortalecer sua presença no espaço, mas também estimular a colaboração global em torno da pesquisa e exploração lunar. O

teste dos tijolos de solo lunar simulado é apenas um dos primeiros passos em direção a uma presença humana mais permanente na Lua.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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