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Cientistas alertam: inverno nuclear devastaria agricultura e mataria milhões pela fome em poucos anos após conflito atômico

Publicado em 12/08/2025 às 22:39
Alerta nuclear, Nuclear
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Pesquisadores mostram que fuligem bloquearia o sol, derrubaria produção de milho por anos e elevaria radiação, agravando a crise alimentar mundial

Cientistas da Universidade Estadual da Pensilvânia divulgaram um estudo alarmante sobre as consequências de uma guerra nuclear. Segundo a pesquisa, os efeitos iriam muito além das zonas atingidas pelas bombas, devido ao chamado inverno nuclear.

O fenômeno, descrito como catastrófico, provocaria um resfriamento global prolongado, devastando a agricultura mundial e gerando fome em escala sem precedentes.

De acordo com os pesquisadores, a fumaça e a fuligem de tempestades de fogo bloqueariam a luz solar. Isso reduziria a temperatura e a produtividade agrícola por mais de uma década.

A fome se espalharia mesmo entre os que sobrevivessem ao impacto inicial das explosões.

Foco na plantação mais cultivada do mundo

O estudo, publicado na Environmental Research Letters, simulou os efeitos do inverno nuclear na produção global de milho, o cereal mais plantado no planeta.

Os cientistas realizaram seis simulações, variando a gravidade dos conflitos e a quantidade de fuligem lançada na atmosfera.

Em um cenário de guerra nuclear em larga escala, seriam 165 milhões de toneladas de fuligem no ar. Isso causaria uma queda de 80% na produção anual de milho.

Mesmo em um conflito regional, com 5,5 milhões de toneladas de fuligem, a produção mundial cairia 7%.

Radiação e destruição do ozônio

O problema não se limitaria à falta de luz solar. Uma guerra nuclear também aumentaria a radiação ultravioleta UV-B.

As explosões gerariam óxidos de nitrogênio na estratosfera, destruindo o ozônio. Sem essa camada protetora, mais radiação atingiria a superfície, prejudicando a fotossíntese e danificando tecidos vegetais.

Segundo o cientista Yuning Shi, esse pico de radiação UV-B ocorreria entre seis e sete anos após o conflito.

O resultado seria uma queda adicional de 7% na produção de milho, ampliando a crise alimentar.

Recuperação lenta e difícil

A pesquisa aponta que a produção global de milho poderia levar de sete a 12 anos para voltar aos níveis anteriores a uma guerra nuclear.

A recuperação dependeria de estratégias de adaptação, como o plantio de variedades resistentes a temperaturas mais baixas e períodos de cultivo mais curtos.

O uso dessas culturas poderia aumentar a produção global de alimentos em até 10% em comparação a cepas comuns.

No entanto, a disponibilidade limitada de sementes representaria um gargalo para a adaptação em larga escala.

Para enfrentar esse cenário, os pesquisadores sugerem a criação de “kits de resiliência agrícola”. Esses conjuntos conteriam sementes resistentes que poderiam ser plantadas imediatamente após uma catástrofe.

Armen Kemanian, que liderou o desenvolvimento das simulações, afirma que os kits ajudariam a manter a produção de alimentos nos anos instáveis após um conflito nuclear.

A ideia, segundo ele, também poderia ser aplicada a outros desastres de grande escala.

Shi reforça que a preparação é fundamental: “Se quisermos sobreviver, devemos estar preparados, mesmo para consequências impensáveis”.

Ameaça nuclear em alta

O estudo foi divulgado em um momento de tensão crescente no cenário internacional. Em maio, o Ministro da Defesa do Paquistão, Khawaja Asif, afirmou que a ameaça de guerra nuclear era “clara e presente” diante do aumento das tensões com a Índia.

No início de agosto, o ex-presidente Donald Trump disse ter ordenado que dois submarinos nucleares se aproximassem da Rússia.

A medida foi uma resposta a declarações de Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança russo, durante o conflito com a Ucrânia.

Em junho, a Diretora de Inteligência Nacional, Tulsi Gabbard, alertou para o risco de um “holocausto nuclear”.

Ela afirmou que a política internacional cada vez mais volátil colocava o mundo mais próximo da aniquilação nuclear do que nunca.

Ameaça nuclear em alta

Em um vídeo gravado após visitar Hiroshima, destruída por uma bomba atômica em 1945, Gabbard afirmou que líderes políticos “belicistas” estariam alimentando o medo e as tensões entre potências nucleares.

O alerta dos cientistas da Penn State reforça essa preocupação. Os impactos de um conflito nuclear não se restringiriam à destruição imediata, mas se estenderiam por anos, comprometendo a segurança alimentar e ameaçando bilhões de vidas.

Nesse cenário, a preparação, a cooperação internacional e a prevenção de conflitos se tornam não apenas questões políticas, mas uma necessidade de sobrevivência global.

Com informações de NYPost.

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Romário Pereira de Carvalho

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