Projeto bilionário promete transformar pequena cidade de Mato Grosso do Sul em polo global de celulose e energia limpa, atraindo empregos, investimentos e inovação tecnológica para a região.
Com investimento de US$ 4,6 bilhões (cerca de R$ 25 bilhões), a chilena Arauco escolheu Inocência, em Mato Grosso do Sul, para erguer a nova unidade do Projeto Sucuriú.
A fábrica de celulose, anunciada como a maior do mundo implantada em etapa única, tem capacidade anual de 3,5 milhões de toneladas e início de operação previsto para o fim de 2027.
Conforme informações do portal GMC, o lançamento da pedra fundamental ocorreu em abril de 2025, marco que abriu a fase de construção.
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O que muda com o projeto Sucuriú
A instalação industrial foi planejada para tornar Inocência um ponto estratégico no mapa da celulose.
Além da produção de fibra curta de eucalipto, a planta foi concebida para gerar mais de 400 megawatts (MW) de energia limpa a partir de subprodutos do processo.
Aproximadamente 200 MW atenderão ao consumo interno.
O excedente, estimado em torno de 220 MW, será comercializado no Sistema Interligado Nacional, volume suficiente para abastecer uma cidade com mais de 800 mil habitantes.
No canteiro de obras, o pico de atividades deve mobilizar 14 mil empregos.
Depois da partida comercial, a operação industrial, florestal e logística tende a sustentar cerca de 6 mil postos de trabalho diretos e indiretos.
A base de suprimento contará com 400 mil hectares de eucalipto já contratados e em expansão.
Cronograma e dimensão da obra
O empreendimento entrou na fase de construção após a cerimônia de abril de 2025.
A Arauco mantém o cronograma que aponta a primeira bala de celulose no quarto trimestre de 2027.
Na etapa atual, avançam obras civis, montagem eletromecânica e a preparação de utilidades para suportar a entrada sequencial dos equipamentos de processo.
A área industrial foi projetada para integrar de maneira contínua linhas de cozimento, branqueamento, secagem e expedição.
O desenho privilegia a eficiência energética e a redução de emissões, com reuso de água e aproveitamento de resíduos na geração elétrica.
Tecnologia e fornecedores
A finlandesa Valmet foi escolhida como fornecedora principal de processos, automação e válvulas.
A unidade terá gaseificação de biomassa para o forno de cal, caldeira de biomassa e a maior caldeira de recuperação química do mundo no setor, combinação que sustenta o desempenho energético e ambiental projetado.
Em declarações públicas, a Arauco afirma que o Sucuriú simboliza a união entre tecnologia e compromisso socioambiental.
Para o CEO global, Cristián Infante, “somos uma companhia global que utiliza um recurso renovável essencial e busca gerar valor econômico, social e ambiental de forma simultânea”.
Já o presidente da operação brasileira, Carlos Altimiras, ressalta o papel da articulação local: “um projeto grandioso como o Sucuriú tem o potencial de deixar, com igual grandeza, um legado no presente e para as futuras gerações”.
Empregos e efeitos econômicos
O impacto esperado vai além do canteiro.
No curto prazo, a circulação de trabalhadores tende a ampliar a demanda por moradia, alimentação, comércio e serviços.
Na operação, as vagas se espalham por indústria, logística e manejo florestal, com oportunidades para técnicos, engenheiros, operadores, motoristas e pessoal de apoio.
A arrecadação municipal e a contratação de fornecedores regionais devem refletir a escala do projeto.
Para mitigar gargalos, a companhia tem ampliado programas de qualificação e prevê soluções de alojamento para evitar pressão excessiva sobre a infraestrutura urbana de Inocência.
A perspectiva é que investimentos públicos e privados acompanhem o ritmo da obra, com reforços em saúde, educação, mobilidade e saneamento.
Por que Inocência entrou no mapa da celulose
A escolha do município tem relação direta com as condições climáticas e de solo do leste sul-mato-grossense, favoráveis ao eucalipto.
Segundo a própria Arauco, a árvore atinge o ponto ideal de corte em cerca de sete anos na região — ciclo mais curto que o observado no Chile, onde o período médio é de 10 a 12 anos.
Essa janela acelera o retorno sobre o capital investido e aumenta a competitividade florestal do projeto.
Além do fator agronômico, o entorno de Inocência se beneficia do corredor logístico da celulose em Mato Grosso do Sul, conhecido como “Vale da Celulose”.
Esse polo já reúne empreendimentos de grande porte e facilita a formação de cadeias de suprimento e serviços especializados.
Energia limpa como pilar
O projeto foi desenhado para autossuficiência energética, reduzindo dependência de combustíveis fósseis.
A gaseificação de biomassa alimentará o forno de cal, enquanto a caldeira de recuperação reaproveitará licor negro e outros insumos do processo químico.
Com isso, a fábrica busca operar com baixas emissões e mínimo descarte em aterros, alinhada a metas de sustentabilidade e à regulação ambiental vigente.
A venda do excedente elétrico cria uma segunda frente de receita e colabora para a estabilidade do sistema, sobretudo em períodos de maior demanda.
Essa estratégia é recorrente nas maiores plantas de celulose do país e reforça o posicionamento do setor na transição energética.
O que esperar para a cidade
Com 8,4 mil habitantes no Censo 2022, Inocência vive uma mudança de escala.
A chegada do Sucuriú tende a redefinir o mercado de trabalho local e a dinâmica urbana.
Por consequência, o município e o estado articulam medidas para adequar licenciamento, infraestrutura e qualificação profissional ao ciclo da obra e à fase operacional.
A expectativa é que o novo polo industrial traga efeitos de longo prazo na diversificação da economia, atraindo empresas de insumos, logística e manutenção.
Quem é Inocência
Fundada a partir do loteamento da Fazenda Bocaina, o povoado criado em 1947 evoluiu e foi elevado a município pela Lei 1.129, de 17 de novembro de 1958, com emancipação política celebrada em 4 de abril.
O território municipal soma 5.761,19 km² (atualização de 2024).
A altitude média é de 502 metros e a sede está a aproximadamente 312 km de Campo Grande.
A base econômica tradicional combina pecuária e agropecuária, hoje em transição com a expansão das florestas plantadas para atender a indústria de celulose.
Diante desse novo ciclo, quais serão as prioridades da cidade para equilibrar crescimento acelerado, qualidade de vida e preservação ambiental?
Não há “energia limpa” que compense a destruição de 400 000 mil hectares de um bioma natural para a produção de uma monocultura, no caso eucalipto.Vamos lá continuemos com a destruição da natureza e do futuro do planeta destruidores do passado e do futuro.
Loteando o Brasil, os mesmos que ficam de papo **** falando de SOBERANIA
Como fazer parte desta obra,para quem envia o curriculo