China retoma compra de soja dos EUA após MP do governo Lula: Após a recente Medida Provisória (MP) do governo Lula, a China voltou a comprar soja dos EUA. Entenda como essa MP impacta os preços das commodities e a competitividade das empresas brasileiras.
China retoma compra de soja dos EUA após mudança fiscal no Brasil: Os importadores chineses, considerados os maiores compradores de commodities do mundo, adquiriram pelo menos 208 mil toneladas de soja dos EUA desde que a mudança fiscal no Brasil foi anunciada em 4 de junho, segundo dados do Departamento de Agricultura dos EUA. Estas são as primeiras transações do tipo desde janeiro, marcando o retorno da China ao mercado de soja americano. A mudança fiscal no Brasil impactou os preços das commodities, alterando a competitividade das empresas brasileiras e beneficiando as exportações americanas.
Por que a China volta a comprar soja dos EUA?
As recentes compras de soja pela China destacam as dificuldades que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrentará para aprovar a chamada MP das Compensações. Esta medida provisória limita a capacidade dos exportadores e processadores de commodities do Brasil de monetizar certos créditos fiscais.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já considera retirar a proposta após enfrentar forte oposição de empresas e do Congresso, de acordo com fontes familiarizadas com o assunto. Essa resistência reflete a complexidade de equilibrar a competitividade internacional do Brasil com a necessidade de ajustes fiscais internos.
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Segundo Victor Martins, gerente de risco para a América Latina da Amius, a China volta a comprar soja dos EUA porque os compradores no Brasil não podem repassar esses custos mais elevados ao agricultor. Eles estão pagando mais porque as ofertas no Brasil são reduzidas.
A Abiove, um grupo industrial que representa os principais comerciantes de produtos agrícolas, incluindo os famosos ABCDs – representando Archer-Daniels-Midland, Bunge, Cargill e Louis Dreyfus – já havia alertado que a medida reduziria os lucros dos processadores de commodities.
Alguns traders também retiraram do mercado novas ofertas de commodities como soja e milho. Os EUA também venderam 152 mil toneladas de milho para destinos desconhecidos no período, movimento que alguns traders também atribuíram à mudança tributária.
Entenda como funciona a Medida Provisória
A Medida Provisória (MP) 1.227 taxa exportações para compensar a manutenção da desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia do Brasil. Essa taxa aumenta o preço da soja brasileira. Isso porque os produtores, que anteriormente não tinham gastos com exportações, agora terão de considerá-los. Com a aprovação da MP, os produtores devem repassar o custo da taxa para o preço final do produto, que recairá sobre os consumidores.
É nesse cenário que entram a China e os EUA. Como a soja brasileira ficou mais cara, a China volta a comprar soja dos EUA, visto que os norte-americanos não impõem taxa de exportação sobre o mesmo produto. A MP do governo de Lula se tornou alvo de críticas.
Dessa vez, os setores de comércio, serviços, biodiesel e saúde criticaram o texto do Excecutivo e o apelidaram de “MP do Fim do Mundo”. A União Nacional das Entidades do Comércio e Serviço (Unecs) expressou profunda preocupação e repúdio à MP e afirmou que a medida prejudica o regime de compensação de crédito de PIS/Cofins.
Unecs se pronuncia sobre nova MP das commodities
A medida provisória, motivo pelo qual a China volta a comprar soja dos EUA, tem força de lei e entra em vigor imediatamente. Contudo, precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional em até 120 dias. O texto já enfrenta resistência entre os parlamentares. Segundo a Unecs, essas medidas representam um ataque contínuo à competitividade das empresas brasileiras e ao desenvolvimento econômico sustentável.
Em vez de promover um ambiente de negócios estável e previsível, o governo tem tomado ações que aumentam a carga tributária e a insegurança jurídica, desestimulando investimentos e prejudicando a recuperação econômica do país.
A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), a Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio) e a União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio) também criticaram a MP em nota conjunta.