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China restringe exportações de terras raras e exige dados confidenciais, deixando Europa e EUA vulneráveis em cadeias estratégicas

Publicado em 20/09/2025 às 23:50
China restringe exportações de terras raras e expõe vulnerabilidade de Europa e EUA
China restringe exportações de terras raras e expõe vulnerabilidade de Europa e EUA
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Pequim amplia controle sobre exportações de terras raras e exige dados confidenciais de empresas, deixando Europa e Estados Unidos dependentes em cadeias estratégicas

As exportações de terras raras se tornaram um novo campo de disputa global. A China, responsável por mais de 90% do refino desses elementos, passou a impor restrições e exigir informações sensíveis das empresas que dependem desses recursos para tecnologias avançadas.

Esse movimento deixou Europa e Estados Unidos em alerta.

Sem acesso garantido às matérias-primas, setores inteiros de automóveis elétricos à defesa enfrentam riscos de paralisação, revelando a fragilidade de suas cadeias de suprimentos.

O que são terras raras

As chamadas terras raras são 17 elementos químicos essenciais para a indústria moderna.

Apesar de não serem realmente escassos, seu processamento é altamente complexo, caro e poluente.

São usados em ímãs permanentes, turbinas eólicas, carros elétricos, smartphones, aviões de combate e até aplicações aeroespaciais.

Segundo especialistas como a geógrafa Julie Klinger, citada pela DW Brasil, suas propriedades magnéticas e condutoras os tornam insubstituíveis em setores estratégicos.

O problema não está na disponibilidade geológica, mas no domínio chinês sobre mineração, processamento e refino.

O domínio da China

Hoje, a China controla até 70% da mineração, 87% do processamento e mais de 90% do refino de terras raras no mundo. Além disso, concentra 94% da produção de ímãs permanentes, insumo vital para indústrias civis e militares.

Esse poder é resultado de décadas de planejamento estratégico, subsídios estatais e investimentos em pesquisa. Enquanto o Ocidente terceirizava produção e mineração, Pequim consolidava uma posição quase monopolista.

Tensões comerciais crescentes

Em 2023, como resposta a tarifas impostas por Washington, Pequim restringiu exportações de sete elementos críticos, impactando especialmente o setor de defesa dos EUA.

Empresas europeias também foram forçadas a interromper atividades, segundo apuração da DW Brasil.

Além das restrições, Pequim passou a exigir que companhias fornecessem dados confidenciais sobre uso e demanda das terras raras para liberar licenças de exportação.

Isso expôs empresas a dilemas de segurança estratégica e proteção de propriedade intelectual.

A busca europeia por alternativas

A Europa já tentou desenvolver projetos locais, como em Storkwitz, na Alemanha, mas os custos tornaram a exploração inviável frente aos preços chineses.

A descoberta mais promissora ocorreu em 2023, na Suécia, com a estatal LKAB anunciando o maior depósito do continente.

Mesmo assim, especialistas alertam que não basta ter depósitos identificados. É preciso criar toda a cadeia de valor mineração, processamento e refino algo que levou décadas para a China consolidar.

Sem investimento coordenado, o risco de dependência continuará.

As exportações de terras raras representam hoje um dos maiores dilemas estratégicos do Ocidente. Enquanto a China impõe barreiras e coleta informações sensíveis, Europa e Estados Unidos buscam saídas para reduzir vulnerabilidades em setores vitais.

Você acredita que a Europa conseguirá criar uma cadeia própria de terras raras? Ou a dependência da China é inevitável?

Deixe sua opinião nos comentários queremos ouvir quem acompanha de perto esse embate estratégico.

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Maria Heloisa Barbosa Borges

Falo sobre construção, mineração, minas brasileiras, petróleo e grandes projetos ferroviários e de engenharia civil. Diariamente escrevo sobre curiosidades do mercado brasileiro.

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