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China e Brasil podem desfazer parcerias comerciais devido ao baixo crescimento da gigante asiática? Saiba mais!

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 17/10/2022 às 17:01
Atualizado em 18/10/2022 às 09:06
China, Brasil, PIB
Foto: reprodução pixabay.com

Por conta da previsão de um aumento pouco significativo para a China (apenas 2,8% em 2022), especulações sobre possível quebra de trocas comerciais entre o país asiático e o Brasil crescem, considerando que o crescimento do PIB brasileiro pode ultrapassar o dos chineses

De acordo com A Gazeta, a época dourada de trocas comerciais entre o Brasil e a China pode estar ameaçada por conta dos números do PIB do país asiático. A previsão do Banco Mundial é de que a China tenha um crescimento de apenas 2,8% neste ano de 2022, contra média de 7% entre 2016 e 2020 e acima de 10% entre os anos 90 e o início dos anos 2000.

A estimativa é de que, até o ano de 2049, o crescimento do PIB da China deverá ficar entre 2,7% e 4,2% ao ano. Além disso, pela primeira vez desde 1980, o PIB brasileiro pode crescer mais do que o chinês.

Pela primeira vez, o plano quinquenal de desenvolvimento da China, referente ao período entre 2021 e 2025, não fala em percentual de crescimento do PIB. “A China que crescia a taxas de dois dígitos não existe mais”.

PARCERIAS BRASIL E CHINA

Por que o PIB da China cresceu tão pouco?

A China possui um problema demográfico instalado, devido à população predominantemente masculina e à taxa de natalidade extremamente baixa. Além disso, a economia chinesa possui uma alta dependência do governo para crescer, considerando que a taxa de investimento do governo chinês era em média 40% do PIB, sendo que a média de qualquer governo no mundo é de 15%, quando não alcança os 20%.

Desde o ano de 2009, quando ultrapassou a posição de 100 anos dos Estados Unidos, que era considerado o maior parceiro comercial do Brasil, a China alcançou atualmente sessenta vezes mais do que em 2001, quando entrou para a Organização Mundial do Comércio (OMC).

De menos de US$ 1,08 bilhão por ano, a conta de pagamento dos chineses chegou em 2021 a US$ 60,1 bilhões, o que representa mais de 30% de tudo o que é exportado pelo Brasil. No âmbito do agronegócio, a participação é ainda maior. Sozinha, a China é destino de quase 40% das exportações brasileiras do setor e, em contrapartida, de tudo o que eles compram de alimentos, 20% vêm do Brasil, seu maior fornecedor.

O casamento perfeito

De acordo com Marcos Jank, professor de Agronegócio Global do Insper, que passou 4 anos na Ásia: “É como se o Brasil e a China fossem um casamento obrigatório, sem muito direito de escolha. Um casamento que se deu pela história, pelo fato de o Brasil ter feito uma revolução agrícola nos anos 70 e, na mesma época, a China fez uma revolução manufatureira. E foi também um casamento pela geografia, porque eles não têm recurso natural, então precisam comprar certos produtos”.

Além de compras, a China também faz grandes investimentos no Brasil. De acordo com a Global Investment Tracker, estima-se que o Brasil, com US$ 46,4 bilhões, foi o país que mais recebeu investimentos da China em todo o mundo só em 2021, sendo 13,6% do total.

Em contrapartida, os investimentos da China nos Estados Unidos caíram 27% e, na Austrália, 70%. De tudo o que os chineses investiram na América do Sul, 48% ficaram no Brasil, seguido pelo Peru (19%), Chile (12%) e Argentina (8%).

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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