Centro Internacional de Biotecnologia Azul em Matosinhos tem potencial para gerar receitas de 14 mil milhões de euros e projetar Portugal para o cenário internacional
O Centro Internacional de Biotecnologia Azul que será construído nos terrenos da antiga refinaria da Galp em Matosinhos, ainda sem data definida para início das obras, poderá gerar receitas de 10 a 14 mil milhões de euros, estimou o Ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva em declarações aos jornalistas.
O projeto, que deverá estar concluído nos próximos dois anos, será responsável pela criação de uma nova cidade dedicada à inovação e às energias do futuro, a “Innovation District”, e um polo universitário, focados na biotecnologia azul.
Potencial econômico do centro para Portugal
Segundo o Ministro, o Centro Internacional de Biotecnologia Azul será um dos grandes projetos transformadores da economia portuguesa, capaz de gerar receitas entre 10 a 14 mil milhões de euros, projetando Portugal para os 250 mil milhões de euros nas próximas décadas.
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Como base para as suas estimativas, António Costa Silva usou as previsões da União Europeia (UE) de que a economia do mar atingirá cerca de 200 mil milhões de euros em 2030. O objetivo é atrair entre 5% a 7% desse valor de mercado com o novo centro, que vai focar-se na biotecnologia azul.
Como a biotecnologia azul pode ajudar a atender à demanda global por produtos e materiais sustentáveis
Produtos biológicos fornecidos pelo mar têm potencial transformador para as indústrias alimentar, farmacêutica, cosméticos e têxteis, entre outras, destacou o Ministro. Ele acredita que o centro com tecnologias baseadas em biotecnologia azul será tão diferenciador que irá “catapultar” a economia de Matosinhos e de Portugal para o cenário internacional.
O acordo para a instalação do Centro Internacional de Biotecnologia Azul foi assinado esta quarta-feira entre a Galp, a fundação Oceano Azul, a Câmara Municipal de Matosinhos e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N). A Galp vai definir as áreas destinadas ao projeto em colaboração com os parceiros, enquanto o Município de Matosinhos, a CCDR-N e a Fundação Oceano Azul coordenarão a criação do plano de desenvolvimento e gestão das infraestruturas e tecnologia a incorporar no centro.
Perspectivas futuras para a biotecnologia azul em Portugal e no mundo
O antigo presidente da comissão executiva da Galp, Carlos Gomes da Silva, já havia defendido que os terrenos da antiga refinaria devem ser transformados em um novo polo tecnológico, capaz de atrair talentos e investimentos para Matosinhos. A nova cidade neutra em carbono, que será construída na região, será um importante polo da inovação e do desenvolvimento da região, atraindo riqueza, competências e novas tecnologias.
A antiga refinaria da Galp em Matosinhos encerrou sua produção em 2021, uma vez que não era mais competitiva, segundo o novo presidente da comissão executiva da Galp, Filipe Silva. Ele afirmou que é urgente um “masterplan” para a transformação da região, que passará por uma fase de desmantelamento da refinaria, antes do início da descontaminação gradativa dos solos que foram contaminados ao longo dos 50 anos de operações da refinaria.
Os planos para a transformação da região incluem também a reconversão profissional dos antigos trabalhadores da refinaria da Galp. A ideia é envolvê-los em projetos da nova economia e em programas de formação, para capacitá-los em novas áreas do conhecimento e técnicas de trabalho.
O Centro Internacional de Biotecnologia Azul promete ser um grande passo no sentido da transformação da economia portuguesa, capaz de gerar milhares de novos empregos e atrair novos investimentos para a região.