A China vive um paradoxo no setor automotivo. Apesar de liderar o mercado global de carros elétricos, a forte concorrência interna reduziu os preços a níveis que preocupam o governo. Xi Jinping alerta para riscos à sustentabilidade das montadoras e defende medidas para equilibrar o setor.
A China é hoje referência global no desenvolvimento, marketing e venda de carros elétricos. O país está à frente de muitas regiões, mas enfrenta um cenário interno de concorrência intensa.
Novas marcas surgem a cada poucos anos, o que provocou uma disputa tão forte que os preços foram reduzidos ao mínimo necessário para manter a produção.
O presidente chinês, Xi Jinping, declarou que essa situação preocupa e defendeu mudanças no setor. Ele propõe discutir formas de regular os preços para “salvaguardar o crescimento econômico do país”.
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Risco de regressão na indústria
Xi Jinping apontou que a indústria automotiva enfrenta risco de regressão. Empresas continuam investindo em inovações, mas já operam com margens de lucro muito baixas.
Segundo o The Guardian, os ganhos de várias montadoras são mínimos e quase não cobrem os custos.
A disputa interna não favorece o setor. O governo considera que a chamada “guerra de preços” prejudica a sustentabilidade das fabricantes.
Queda de preços e impacto nas montadoras
Um dos exemplos citados pelo governo mostra uma forte redução nos preços. No mercado interno, o valor de venda é de 55.800 yuans, aproximadamente 6.700 euros.
Já na Europa, um modelo equivalente é comercializado a partir de 19.990 euros, mesmo com a aplicação de tarifas pela União Europeia.
Embora haja a percepção de que essas marcas mantêm alta lucratividade, quase 50 fabricantes relatam lucro zero. Isso pode levar ao fechamento de empresas em poucos meses ou anos.
Reduções sucessivas nos últimos anos
Em 2025, os preços caíram, em média, 17% em relação a 2024. No ano anterior, a queda foi de 8% comparado a 2023. Essa sequência de reduções pressiona o caixa das empresas e preocupa o governo chinês.
A situação se tornou insustentável para muitas fabricantes, o que motivou a discussão sobre medidas de controle.
Produção acima da demanda
Segundo o The Guardian, uma montadora chinesa foi alertada por produzir acima da demanda do mercado interno. Esse excesso de investimento resultou em capacidade ociosa em várias fábricas.
Segundo a Bloomberg, há unidades operando com apenas 2% de utilização.
Esse cenário reforça a necessidade de ajustes para evitar desperdícios e prejuízos ainda maiores.
Possíveis medidas
Ainda não está definido quais ações o governo adotará. Entre as possibilidades estão a fixação de um preço mínimo para entrada no mercado e a garantia de uma margem de lucro mínima.
Também há a hipótese de direcionar mais unidades para consumo interno, reduzindo a prioridade nas exportações.
O assunto continua em análise e novas decisões podem ser anunciadas nas próximas semanas.
O governo la subsidia fortemente esse setor (dentre outros). Investir em um carro chinês hoje, na minha opinião, é correr um risco em relação a peças, revenda, pós venda… vejamos daqui 10 a 20 anos
Menos no Brasil, Pais que enriqueceu a FIAT e agora tá enriquecendo os chineses com o fiasco mais uma vez elétricos. 4ª vez que não emplaca