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Carne de porcos selvagens está ficando ‘azul neon’ — autoridades explicam o motivo

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 10/08/2025 às 13:16
porcos selvagens
Foto: Reprodução
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Carne azul neon encontrada em porcos selvagens acende alerta sobre contaminação e riscos à saúde

Dan Burton, proprietário da Urban Trapping Wildlife Control, já capturou centenas de porcos selvagens em Salinas, Califórnia. No entanto, até ele ficou surpreso ao abrir um animal e encontrar carne azul-viva. “Não estou falando de um azulzinho. É azul neon, azul mirtilo”, relatou.

Ao perceber o problema, Burton notificou imediatamente o Departamento de Pesca e Vida Selvagem da Califórnia e as autoridades do Condado de Monterey.

A descoberta levantou um alerta sobre possível contaminação da vida selvagem local, especialmente porque a tonalidade incomum pode indicar ingestão de veneno.

Ligação com veneno usado na agricultura

Segundo comunicado oficial, os porcos teriam sido expostos ao rodenticida anticoagulante difacinona, muito utilizado para controlar ratos, camundongos e esquilos.

O mais importante é que essa substância não afeta apenas as pragas-alvo.

Animais maiores e até humanos podem sofrer “exposição secundária” ao consumir carne contaminada.

Ryan Bourbor, coordenador de investigações de pesticidas do departamento, reforçou que caçadores devem evitar a carne de qualquer animal com gordura ou tecido azulados. Além disso, é essencial reportar a ocorrência às autoridades.

Efeitos e riscos à saúde

Estudos mostram que a difacinona pode permanecer por longo período nos órgãos e tecidos dos animais.

Embora seja necessária mais de uma ingestão para atingir dose tóxica, o risco existe. Os sintomas incluem letargia e outros sinais de envenenamento.

Outro ponto importante é que cozinhar a carne não elimina o veneno. Um estudo de 2011 constatou que a concentração da substância praticamente não muda após o preparo.

Por isso, recomenda-se evitar totalmente o consumo de carne proveniente de áreas com programas ativos de controle de roedores.

Primeiros casos identificados

O departamento tomou conhecimento do problema em março, quando um caçador relatou porcos selvagens com músculos e gordura azul no Condado de Monterey. Testes confirmaram a presença de difacinona no estômago e fígado dos animais.

Os raticidas geralmente são tingidos para facilitar a identificação como veneno, e essa coloração pode chegar aos tecidos da presa. No entanto, especialistas alertam que a ausência de cor não significa ausência de contaminação.

Origem da contaminação

Burton explicou que a descoberta ocorreu quando sua empresa foi contratada por uma agrícola para capturar porcos que invadiam os campos. Normalmente, as carcaças seriam doadas a famílias de baixa renda, mas, desta vez, a carne apresentava coloração anormal.

Ao investigar, Burton percebeu que os porcos tentavam acessar estações de iscas para esquilos. Essas armadilhas estavam sendo usadas para reduzir a população de roedores na lavoura. Os animais derrubavam e quebravam as caixas para chegar ao veneno.

Mesmo após o consumo, os porcos continuavam ativos, já que as iscas eram preparadas para matar animais menores.

Pesando entre 45 e 90 quilos, eles apresentavam aparência saudável, apesar da contaminação interna.

Veneno de ação lenta

A difacinona não age rapidamente. Em animais pequenos, pode levar dias para causar a morte. Nos porcos, os testes indicaram que houve exposição prolongada, o que explica o acúmulo nos tecidos.

Preocupada, a empresa agrícola retirou as armadilhas, temendo atrair ainda mais grupos de porcos para os campos. Burton destacou que mais de um animal já foi encontrado na mesma situação.

Legislação e restrições

Desde 2024, o uso da difacinona é proibido na maior parte da Califórnia, salvo por técnicos certificados, órgãos governamentais ou em áreas agrícolas específicas. A medida visa reduzir os impactos na fauna.

Mesmo assim, um estudo de 2018 revelou que 8,3% dos porcos selvagens testados no estado já apresentavam resíduos de rodenticida. Esse dado reforça a preocupação das autoridades com a exposição indireta.

Impacto e alerta contínuo

O caso expôs um risco invisível para quem caça e consome carne de animais silvestres. Embora o uso de venenos seja uma prática comum no controle de pragas agrícolas, os efeitos colaterais podem atingir toda a cadeia alimentar.

A carne azul de porcos selvagens encontrada no Condado de Monterey é um sinal claro desse impacto. Para Burton, que está acostumado a lidar com animais silvestres, a situação é um lembrete de que as consequências do uso de rodenticidas podem ser muito mais amplas do que se imagina.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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