Gás natural ganha protagonismo na descarbonização do transporte rodoviário com nova fase de investimentos da Naturgy
Durante o evento “A Força do Petróleo do Rio de Janeiro”, realizado em 10 de abril de 2025, a Naturgy, principal distribuidora de gás natural do estado, reforçou seu papel estratégico na transição energética. O foco agora está na ampliação dos Corredores Sustentáveis, projeto que promove o uso do GNV (gás natural veicular) em veículos pesados, como caminhões e ônibus.
A iniciativa visa ampliar o alcance da mobilidade limpa e, consequentemente, reduzir as emissões no transporte de cargas e na mobilidade urbana.
De acordo com Giselia Pontes Sereli, diretora comercial da Naturgy, o gás natural já exerce função essencial na substituição de combustíveis altamente poluentes, como diesel, óleo combustível e GLP.
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“O Rio de Janeiro já é referência no uso do GNV, com 20% da frota de veículos leves abastecida por esse combustível. Agora, vamos avançar também com os veículos pesados”, destacou a executiva, sinalizando a nova etapa do projeto.
Expansão da infraestrutura vai integrar Sudeste e reduzir emissões
Atualmente, a Naturgy já distribui mais de 3 milhões de m³ de GNV por dia no estado do Rio. No entanto, a companhia quer ir além. Por isso, planeja investir R$ 700 milhões nos próximos dois anos em infraestrutura no interior fluminense.
Parte desse investimento será direcionada à criação de 16 novos Corredores Sustentáveis, que vão conectar o estado às principais rodovias que ligam ao Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo.
Esse avanço se baseia no sucesso do primeiro corredor do país, que foi implementado no próprio Rio de Janeiro. Isso só foi possível graças à infraestrutura de rede de gás natural já existente.
Além disso, Giselia afirmou que o projeto garante autonomia de abastecimento, o que permite que veículos movidos a GNV circulem tranquilamente por essas rotas interestaduais, fortalecendo assim a logística sustentável.
Naturgy moderniza rede para biometano e amplia cobertura no estado
A executiva também aproveitou o painel para destacar o avanço da empresa nos 27 anos de concessão no estado. Nesse período, a Naturgy investiu mais de R$ 11 bilhões, modernizando completamente sua estrutura.
A malha de distribuição triplicou, saltando de 2 mil para 6 mil km de rede. O número de municípios atendidos aumentou de 1 para 43. Já a base de clientes cresceu de 500 mil para 1,1 milhão.
Além disso, toda essa infraestrutura foi pensada para o futuro. A rede atual já está pronta para distribuir biometano, assim que a produção atingir escala suficiente. Atualmente, a distribuição de gás natural no Rio de Janeiro atinge quase 7 milhões de m³ por dia.
Debate sobre o futuro do gás reforça importância estratégica do setor
O painel “Gás: um derivativo natural”, onde Giselia compartilhou os planos da Naturgy, foi moderado por Hugo Aguiar, da Seenemar. Participaram também nomes importantes do setor: Carolina Oliveira (Seenemar), Marcelo Mendonça (Abegás) e Beyza Ozdemir (Karpowership).
Durante o debate, os especialistas abordaram o papel do gás natural como vetor de eficiência energética e garantia de segurança na matriz brasileira.
Organizado pela Secretaria de Estado de Energia e Economia do Mar, o evento reforça o compromisso do Rio de Janeiro em liderar o avanço de fontes energéticas mais limpas e acessíveis.
A participação da Naturgy comprova que investimentos em gás natural e GNV são pilares estratégicos para um futuro com menos carbono e mais desenvolvimento regional.
Corredores Sustentáveis: GNV no transporte pesado é solução viável?
Com infraestrutura em expansão e tecnologia consolidada, o GNV para veículos pesados surge como alternativa imediata. A proposta reduz emissões no transporte de cargas, sem depender de soluções elétricas ainda inviáveis para longas distâncias.
Além disso, a aposta da Naturgy em ampliar os Corredores Sustentáveis oferece economia operacional e menor impacto ambiental. Com isso, caminhões e ônibus a GNV ganham força para se tornarem protagonistas no setor logístico do Sudeste.
A pergunta que fica é: será que os caminhões a GNV vão mesmo dominar as estradas nos próximos anos?